Feridas do Passado | Capítulo 18
- Estúdio Webs
- 6 de jan. de 2023
- 10 min de leitura
Atualizado: 29 de out. de 2023

De Wesley Franco
“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.
Cena 1. Rio de Janeiro / Av. das Américas / Escritório de Arquitetura / Sala de Maria Clara / Dia.
Maria Clara recebe a notícia do acidente de sua família.
Maria Clara – Então Sra. Oliveira, nossa equipe ira olhar todas as fotos que a senhora nós trouxe e faremos uma visita na sua casa em dois dias, e em uma semana lhe entregaremos o projeto para que a senhora possa avaliar.
Sra. Oliveira – Obrigado querida, espero vocês em dois dias.
Maria Clara (Sorrir) – Estaremos lá.
Sra. Oliveira sai da Sala de Maria Clara e Alex entra em rapidamente meio desesperado.
Maria Clara – Uau, nunca lhe vir entrar aqui tão rapidamente.
Alex – Aconteceu uma tragédia.
Maria Clara (Espantada) – O que houve?
Alex – Liga no noticiário!
Maria Clara pega o controle que está em cima da sua mesa e liga a televisão em um noticiário.
Noticiário – Na manhã de hoje o jatinho do governador Felipe Lontra caiu na rodovia 101 no Estado da Bahia, no avião estavam no total 5 pessoas, até o momento não temos notícias sobre as vítimas.
Maria Clara (Chorando) – Ah meu Deus, não pode ser, eu tenho que ir para lá agora. – diz Maria Clara pegando sua bolsa.
Alex – Você não vai até lá sozinha, eu vou com você.
Cena 2 – Salvador / Hospital Geral / Sala de Espera / Dia.
Arlete aguarda a chegada do governador ao hospital.
Henrique – Eu vim assim que soube.
Arlete (Desesperada) – Estou desesperada Henrique, não sei o que fazer.
Henrique – Temos que manter a calma, vai dar tudo certo.
Arlete – As vítimas do acidente estão sendo trazidas para cá, mas até agora não tivermos notícias.
Henrique – Calma, eles já vão chegar. – Henrique abraça Arlete para acalma-la.
Cena 3 – Rio de Janeiro / Trânsito congestionado / Dia.
Maria Clara e Alex estão presos no congestionamento e não conseguem chegar ao Aeroporto.
Maria Clara (Chorando) – Que droga! Este trânsito tinha que está parado justo hoje, precisamos chegar rápido no aeroporto.
Alex – Calma, nós vamos conseguir chegar só precisamos ter um pouco de calma, se desesperar agora não vai adiantar de nada.
Maria Clara (Chorando) – O meu pai, a minha mãe, eu preciso deles. O Victor salvou a minha vida, ele é o amor da minha vida e eu não posso perde-lo, eu preciso vê-lo o mais rápido possível.Eu não posso perde-los, não posso.
Flash Back
Soraya – É isso sim, eu lhe carreguei 9 meses na barriga e você não tem paciência para ficar comigo uns dias? Que filha ingrata!
Maria Clara – 9? Mas eu não nasci de 7?
Soraya – Ah é mesmo 7 meses, é muita coisa na minha cabeça e me confundo as vezes.
Maria Clara – Tudo bem fique o tempo que achar necessário.
Soraya – Eu sabia que você ia compreender, irei ficar só mais algumas semanas. (Soraya sorrir).
Flash Back
Victor – Obrigado por está comigo neste momento.
Maria Clara – Não tem o que me agradecer. (Sorrir).
Os dois se aproximam ainda mais e se beijam.
Flash Back
Maria Clara – Que bom que deu tudo certo, você salvou a minha vida não sei como lhe agradecer.
Victor – Não tem o que me agradecer você também salvou a minha vida, me deu uma parte do seu fígado, isso significa que uma parte de você estará comigo para sempre. (Victor Sorrir).
Flash Back
Maria Clara – Eu não sei se é muito cedo para dizer isso, mas eu te amo. (Sorrir).
Victor (Sorrir) – Não, não é muito cedo pois eu também sinto a mesma coisa.
Os dois se aproximam ficando cada vez mais próximos e se beijam.
Cena 3 – Salvador / Vila de Classe média / Dia chuvoso.
Lorena flagra Joseph e Maitê brincando debaixo da chuva.
Maitê – Vem me pegar Joseph! – diz Maitê correndo debaixo da chuva.
Joseph – Eu vou te pegar! – diz Joseph correndo atrás de Maitê.
Maitê – Você não consegue me pegar, lalalalala. – Maitê corre.
Joseph – Consigo sim, você vai ver só. – Joseph corre atrás.
Lorena chega segurando um guarda-chuva preto e vê Joseph brincando com Maitê.
Lorena (Irritada) – Joseph! Joseph!
Maitê – É a sua mãe Joseph, ela está te chamando.
Joseph – Ah não. – Joseph corre até sua mãe e Maitê vai atrás.
Lorena (Irritada) – Eu não já disse que não queria ver você brincando com essa menina doente, e além disso você está correndo debaixo da chuva, vai para casa agora.
Joseph – Mas a Maitê é minha amiga, mãe.
Lorena – Não quero saber! Vai para casa agora e nunca mais me desobedeça.
Joseph – Está bom, tchau Maitê. – Joseph corre para casa.
Lorena – E enquanto a você garota, deixa o meu filho em paz ou você quer contamina-lo com sua doença? Você devia ser exterminada, você é um perigo para todas as crianças desse bairro e não só as crianças como os adultos também.
Lorena (Grita) – Some daqui sua aberração! Sua doente! Contaminada! Aidética!
Maitê corre para casa bastante assustada com os gritos de ofensas de Lorena.
Cena 4 – Salvador / Hospital Geral / Emergência / Início da Tarde chuvosa.
A ambulância com as vítimas do acidente chegam ao hospital.
Paramédico – Esta paciente aparentemente teve um traumatismo craniano. – diz o Paramédico levando Soraya na maca e entregando a um dos médicos, que a leva para ser examinada.
Paramédica – Este paciente está bem aparentemente não sofreu nenhum arranhão. – diz o Paramédico levando Victor na maca e entregando a um dos médicos que o leva para ser examinado.
Paramédico – Este paciente está tendo uma hemorragia que não conseguimos controlar, ele precisa de sangue urgentemente. – diz o paramédico levando Felipe na maca e entregando a um os médicos.
Médico – Leva esse paciente para sala de trauma um, ele precisa ser examinado agora mesmo! – diz o médico levando Felipe para uma das salas.
Paramédico – Infelizmente o piloto e copiloto morreram no acidente.
Cena 5 – Salvador / Hospital Geral / Sala de Espera / Início de Tarde Chuvosa.
Arlete recebe notícia do estado de saúde das vítimas do acidente.
Recepcionista – Senhora, senhora.
Arlete – Alguma notícia deles? – diz Arlete se dirigindo a recepção.
Recepcionista – Eles já deram entrada na emergência, e já estão sendo atendidos, em breve teremos mais notícias dos pacientes.
Arlete – O Felipe, como ele está?
Recepcionista – Não sei dizer senhora.
Arlete – Eu vou até lá, agora mesmo. – diz Arlete correndo até a emergência.
Recepcionista – Não pode senhora.
Henrique – Eu vou atrás dela. – Henrique corre atrás de Arlete.
Cena 6 – Salvador / Hospital Geral / Sala de Trauma I / Tarde chuvosa.
Felipe está entre a vida e a morte e precisa de um sangue raro.
Médico – Va até o banco de sangue, preciso de sangue do tipo O negativo. – diz o médico tentando conter a hemorragia.
Médico – Avise que é urgente, se o paciente continuar perdendo tanto sangue ele vai morrer, temos que leva-lo para cirurgia mas se nós locomovermos aqui ele irá perder ainda mais sangue, então corre lá e me traz o sangue O negativo. – diz o médico tentando conter a hemorragia.
Enfermeira – Vou agora mesmo! – a enfermeira corre para o banco de sangues.
Arlete entra na sala de Trauma.
Arlete (Assustada) – Felipe! Felipe! O que está acontecendo com ele doutor?
Médico – Quem é a senhora?
Arlete – Eu sou a secretária dele, preciso saber como ele está.
Médico – Ele está perdendo muito sangue e precisamos entrar na cirurgia, mas antes disso preciso garantir que tenhamos sangue suficiente, e infelizmente o sangue do paciente é bastante raro.
Arlete – E não a mais nada que possa ser feito?
Médico – Infelizmente não, estou tentando conter a hemorragia enquanto a enfermeira não chega com as bolsas de sangue, mas se não houver sangue do tipo O negativo, o paciente sagrará até morrer.
A enfermeira que foi buscar o sangue volta.
Enfermeira – Doutor…
Cena 7 – Rio de Janeiro / Aeroporto Galeão / Sala de embarque / Tarde.
Maria Clara e Alex embarcam no avião para Salvador.
Maria Clara – Ah meu Deus, esse horário que não passa, parece que o horário do embarque não vai chegar nunca.
Alex – Calma, já vão chamar para começar o embarque, e você vai ter que ter paciência pois daqui para Salvador são um pouco mais de duas horas.
Maria Clara – Estou aflita, preciso ter notícias do que está acontecendo lá.
Orientadora – Atenção senhores passageiros do voo 14131 com destino a cidade de Salvador, embarque imediato no portão 12.
Maria Clara – Finalmente, vamos Alex.
Maria Clara e Alex caminham até o portão 12 e embarcam no avião.
Cena 8 – Salvador / Vila de Classe Média / Casa de Maitê / Tarde.
Maitê chega em casa chorando após ser humilhada por Lorena.
Otávio – Já chegou filha? Eu preparei uma macarronada, o Joseph veio com você?
Otávio – Filha? – Otávio sai da cozinha e vai até a sala e encontra Maitê deitada no chão toda encolhida e chorando bastante.
Otávio (Assustado) – O que aconteceu filha? Você se machucou? Fala pra mim. – diz Otávio ajoelhado do lado de Maitê e olhando se ele havia se machucado.
Maitê (Chorando) – Sim machucou, e dói muito.
Otávio – Onde? Onde machucou?
Maitê (Chorando) – Aqui. – Maitê pega a mão de Otávio e coloca no seu coração, mostrando para o pai que era o coração dela que estava doendo.
Otávio – O que aconteceu?
Maitê (Chorando) – A mãe do Joseph nos viu brincando de bicicleta juntos, e mandou o Joseph entrar porque não queria que ele brincasse comigo, e depois que ele se foi, ela me disse coisas horríveis que machucaram o meu coração.
Otávio – E o que foi que ela disse?
Maitê (Chorando) – Que eu era uma aberração, uma aidética, uma contaminada, essas coisas feias. – Maitê chora bastante e abraça o pai.
Otávio (Triste) – Não fica assim filha, a mãe do Joseph é um monstro, não dê ouvidos ao que ela fala, você não é uma aberração e muito menos uma contaminada, você é uma criança linda, maravilhosa, e é a luz da minha vida. No mundo existe muita gente cruel, que vai fazer de tudo para lhe ver mal mas sempre levante a cabeça e siga em frente, jamais deixe-se abalar pelo que falam de você.
Maitê (Chorando); Eu te amo papai.
Otávio – Eu também te amo.
Cena 9 – Rio de Janeiro / Copacabana / Apartamento de Glória e Raul / Sala de Estar / Tarde.
Glória reclama do número de exames que ela fez.
Glória – Estou muito cansada Raul, hoje eu fiz muitos exames, não pretendo fazer mais nenhum pelo menos nos próximos dez anos.
Raul – Foram necessários meu amor, precisamos descobrir o que é que você tem.
Glória – Eu não tenho nada, eu já disse que estou ótima, ótima.
Raul – Isso quem vai dizer não somos nós e sim os médicos, os resultados dos exames saem em três dias, então vou marcar o médico para semana que vem.
Glória – Faça o que achar melhor, agora deixa eu me sentar na poltrona e descansar os pés. – diz Glória se sentando na poltrona.
Raul – Eu vou até o quarto buscar a agenda com o telefone médico para marcar a consulta. – diz Raul indo até o quarto.
Cena 10. Salvador / Hospital Geral / Sala de Trauma I / Tarde chuvosa.
O tipo sanguíneo de Felipe não está disponível no banco de sangue.
Enfermeira – Doutor, não temos o tipo sanguíneo no paciente, mas já solicitei a outro hospital.
Médico – Não vai dar tempo, ele está morrendo. – diz o médico tentando conter a hemorragia que aumenta cada vez mais.
Arlete (Desesperada); Ele vai morrer, não, não podemos deixar.
Henrique – Calma Arlete, o sangue do outro hospital vai chegar a tempo.
Médico – Infelizmente não, essas coisas costumam demorar e não temos tempo para isso.
Victor entra na sala.
Enfermeira – O que você está fazendo aqui? Devia estar em seu quarto, você está em observação.
Victor – Eu estou muito bem, não tive nem um arranhão neste acidente, e além disso eu vim aqui para ajudar. Qual é o tipo sanguíneo dele?
Médico – O negativo.
Victor – Meu sangue também é O negativo e eu faço questão de doar.
Cena 11. Salvador / Vila de Classe média / Casa de Joseph / Noite.
Otávio vai falar com Lorena.
Lorena – O que deseja? – diz Lorena abrindo a porta de sua casa para atender Otávio.
Otávio – Se você voltar a falar aquelas coisas terríveis para a minha filha, eu vou…
Lorena – Você vai o que? O que é que você vai fazer? – diz Lorena desafiando Otávio.
Cena 12 – Salvador / Hospital Geral / Recepção / Noite.
Maria Clara e Alex chegam ao hospital.
Maria Clara – Boa Noite, preciso informações dos pacientes Soraya Silveira Lontra, Felipe Lontra e Victor Albuquerque, eles sofreram um acidente de avião, eu sou filha da Soraya e do Felipe e namorada do Victor.
Recepção – A senhora pode se encaminhar para o 2º andar que o Dr. Luiz lhe dará mais informações.
Maria Clara – Obrigada.
Cena 13 – Salvador / Hospital Geral / 2º andar / Noite.
Maria Clara tem informações do estado de saúde de seus familiares.
Maria Clara – Dr. Luiz? Eu sou a Maria Clara Silveira Lontra, filha da Soraya e do Felipe Lontra e namorada do Victor Albuquerque, preciso muito saber como eles estão.
Dr. Luiz – Felizmente o Felipe e o Victor se encontram bem e estáveis, mas infelizmente a senhora Soraya teve um traumatismo craniano e precisou passar por uma cirurgia.
Maria Clara (Assustada) – E como ela está?
Dr. Luiz – Ela entrou em coma e somente quando ela acordar saberemos se ainda possui memória, visão, locomoção ou algum tipo de deficiência.
Maria Clara – E quando é que ela vai sair do coma?
Dr. Luiz – Infelizmente o coma é algo que nós médicos e nem a ciência conseguimos desvendar, pode durar horas, um dia, uma semana, um mês, um ano, ou vários anos.
Maria Clara (Chorando) – Não, não pode ser, minha mãe.
Alex – Não fica assim Maria Clara, ela vai acordar logo. – Alex abraça Maria Clara e a conforta.
Cena 14. Salvador / Hospital Geral / Quarto Nº 666 / Noite.
Felipe se recupera da cirurgia.
Enfermeira – O paciente está estável e agora deve ficar em observação por 24 horas.
Victor – Se Deus quiser vai ficar tudo bem.
Enfermeira – Irei deixar vocês a sós, qualquer coisa é só chamar. – diz a enfermeira deixando o quarto.
Victor – Estamos só eu e você Felipe. – Victor se aproxima de Felipe que está na cama ainda sob efeito de anestesia.
Victor – Que ironia não é mesmo? Eu doei meu sangue para você, doei sangue para o homem que destruiu a minha vida e acabou com a vida da minha mãe, a abandonou grávida e a entregou ao próprio destino, gente igual a você tem que morrer mas morrer aos poucos, sofrendo, aquele acidente é pouco para o que você merece por tudo que fez. Sabe por que eu doei meu sangue para você? Porque eu não queria lhe ver morrer, morrer é pouco para tudo que você fez, quero você vivo, muito vivo para eu lhe ver sofrer da mesma forma que a minha mãe sofreu.
Victor – E se prepara porquê de hoje em diante sua vida vai virar um inferno e eu serei um verdadeiro demônio.
Congelamento no rosto de Victor.
Fim do capítulo.
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