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Feridas do Passado | Capítulo 24


De Wesley Franco


Ú L T I M A S S E M A N A S


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.


Cena 1. Rio de Janeiro / Ruas escuras / Noite.

Glória perambula pelas ruas sem saber como voltar para casa, ela anda de um lado para o outro, até que é abordada por uma moradora de rua.

Moradora – Tá perdida dona?

Glória – Eu não sei.

Moradora – Como não sabe?

Glória – Eu não me lembro.

Moradora – Tá frio e ficar andando por essas ruas é muito perigoso, deita aqui e passa noite por aqui, amanhã você procura o seu lugar.

Glória – Obrigada. – Glória se deita no chão.

Moradora – Toma esse cobertor aqui na rua faz muito frio. – diz ela cobrindo Glória com o cobertor.

Cena 2. Rio de Janeiro / Amanhecendo.


Cena 3. Rio de Janeiro / Barra da Tijuca / Mansão de Caíque / Quarto de Milena / Dia.

Caíque dar instruções a Milena.

Caíque – O Victor chega hoje ao Rio?

Milena – O Alex disse que sim.

Caíque – Eu preciso descobrir o que ele está escondendo, essa viagem tão longa a Salvador para resolver apenas detalhes dos projetos não me convenceu, tenho certeza que tem algo a mais, e preciso descobrir o que é.

Milena – Ficarei de ouvidos bem atentos para caso ele fale alguma coisa a respeito.

Caíque – Só os ouvidos atentos não é suficiente, irei lhe dar um gravador e você vai esconder na sala do Victor, assim poderei ouvir tudo que ele falar dentro daquela sala.

Milena (Sorrir) – Ótima ideia.

Caíque – E os fornecedores já repassaram o dinheiro?

Milena – Só quando o Victor assinar o contrato.

Caíque – Quanto nós iremos ganhar com isso?

Milena – Vinte mil reais.

Caíque – Somente? Isso é muito pouco.

Milena – Foi só um contrato de compra de materiais para o escritório ou seja coisas básicas, os grandes contratos viram com os projetos que estão por vim.

Caíque – Eu quero tudo! Eu quero sugar o dinheiro daquele escritório até o último centavo.

Cena 4. Salvador / Hospital Geral / Quarto Nº 202 / Dia.

Otávio fica ao lado de Lorena enquanto ela se recupera.

Otávio – O que ela tem doutor?

Médico – Ainda não sabemos, assim que ela acordar iremos realizar uma série de exames e vamos descobrir os motivos que fizeram ela desmaiar.

Otávio – Pode ser grave?

Médico – Isso só saberemos com os resultados dos exames, posso lhe dizer que as vezes não é nada e algumas vezes é algo muito sério, com licença volto quando ela acordar. – O médico sai.

Cena 5. Rio de Janeiro / Copacabana / Apartamento de Glória e Raul / Dia.

Glória volta para casa para o alívio da família.

Wolf – Acabei de dar a queixa na delegacia.

Alex – Estou muito preocupado, procuramos em todas as regiões da cidade e não a encontramos.

Marília – Não podemos pensar no pior, vamos torcer para que ela se lembre de algo e volte para casa.

Raul – Eu nunca vou me perdoar por ter deixado ela sair sozinha.

Alex – Vô você precisar levar a vovó ao médico, ela precisa de acompanhamento, de tratamento.

Raul (Chora) – Juro, eu juro que se a Glória voltar irei leva-la ao médico para que ele possa trata-la, eu sei que esses tratamentos podem acabar matando-a mas não tenho mais forças para lutar sozinho.

Glória abre a porta e entra no apartamento como se nada tivesse acontecido.

Glória – Bom dia, que surpresa vocês todos reunidos aqui.

Raul – Glória meu amor. – Raul abraça Glória.

Glória – Que abraço apertado Raul.

Raul – Onde você esteve?

Glória – No shopping, esqueceu? Não encontrei nada do que eu queria, o shopping está um verdadeiro horror, muito cheio, pessoas andando coladas uma as outras. Preciso tomar um banho, já, já volto e falo com vocês. – diz Glória indo ao banheiro.

Wolf – Ela já voltou ao normal.

Raul – Graças a Deus ela já está aqui.

Alex – Que bom que ela vovó voltou, lembre-se da sua promessa vô.

Raul – Irei cumpri-la.

Alex – Bom família tenho que ir, o trabalho me espera.

Marília – Bom trabalho meu filho. – Marília dar um beijo na testa de Alex.

Cena 6. Salvador / Sede do Governo / Sala de Felipe / Tarde.

Arlete pede ajuda a Felipe.

Arlete – Preciso que você me ajude a tirar a minha mãe das mãos daquele louco.

Felipe – Você está muito nervosa, me conta com calma o que está acontecendo.

Arlete – O meu pai está mantendo a minha mãe presa dentro de casa, e só Deus sabe o que ela pode estar passando nas mãos daquele homem, ela me ligou desesperada me pedindo ajuda, mas eu não sei o que fazer.

Felipe – Irei acionar a polícia imediatamente e vamos agora para Senhor do Bonfim resgatar a sua mãe, vamos pegar um helicóptero.

Arlete (Chora) – Muito obrigada Felipe, é muito saber que tem alguém que me ama e que está sempre disposto a me ajudar.

Felipe – Eu te amo e vou sempre está aqui para te proteger e te ajudar. – Felipe abraça Arlete.

Cena 7. Senhor do Bonfim – Interior da Bahia / Casa de Diego / Quartinho dos Fundos / Tarde.

Diego volta a prender Carol no quartinho dos fundos.

Carol – Me Solta! Me solta! – diz Carol enquanto é arrastada com força por Diego para dentro do quartinho.

Diego – Você vai voltar a ficar presa aqui dentro para aprender a não me trair.

Carol – O que você está fazendo comigo está com os dias contados, a minha filha vai me ajudar e você vai para cadeia, seu maldito.

Diego – Isso é o que você pensa, eu já resolvi tudo e hoje a noite nos vamos parti para bem longe daqui, assim a sua filha não vai te encontrar nunca mais.

Carol – Eu não vou a lugar nenhum.

Diego (Grita) – Você vai para onde eu quiser. – Diego dar um tapa na cara de Carol.

Carol (Chora) – Monstro! Monstro!



Cena 8. Rio de Janeiro / Av. das Américas / Escritório de Arquitetura / Sala de Victor / Dia.

Milena entra na sala de Victor aproveitando que não tem ninguém e coloca um gravador escondido atrás de um dos objetos da prateleira do armário do escritório.

Milena (Sorrir) – Prontinho, com esse gravador vamos saber tudo que se conversa nessa sala.

Cena 9. Ilha de Itaparica / Matagal / Tarde.

Maitê está muito mal e Joseph fica desesperado sem saber o que fazer.

Joseph (Desesperado) – Você está queimando de febre! – diz Joseph tocando na testa de Maitê.

Maitê – Estou com dores no peito e sinto falta de ar. – diz Maitê que está deitada na barraca toda coberta.

Joseph – Toma o meu cobertor, você deve estar morrendo de frio. – Joseph coloca seu cobertor por cima de Maitê.

Maitê – Obrigada.

Joseph – Precisamos chamar um médico Maitê.

Maitê – Se nos acharem vão nos separar para sempre Joseph e eu não quero ficar longe de você.

Joseph – Eu também não quero, mas você está doente, pode acontecer alguma coisa ruim.

Maitê – Não vai acontecer nada, tudo que eu estou sentindo vai passar.

Joseph – Promete que vai passar?

Maitê – Prometo.

Joseph se deita ao lado de Maitê e a abraça para mantê-la aquecida.

Cena 10. Rio de Janeiro / Av. das Américas / Escritório de Arquitetura / Sala de Victor / Tarde.

Alex deixa Victor atualizado das informações do escritório.

Alex – Como foram as coisas em Salvador?

Victor – Por lá anda tudo muito bem, eu trouxe os projetos e já quero começar a trabalhar essa semana, temos que marcar uma reunião com a equipe.

Alex – Tem esses contratos de um dos fornecedores para serem assinados. – diz Alex colocando os contratos na mesa.

Alex – Houve um aumento significativo nos preços, mas nada exorbitante.

Victor – Eu já esperava esses aumentos, vou assinar logo e já te entrego.

Alex – A folha de pagamento e os outros gastos devem sair amanhã, alias a Milena está fazendo um ótimo trabalho por aqui.

Victor – Como profissional ela é excelente mas como pessoa não posso dizer o mesmo. – diz Alex enquanto assina os contratos.

Alex – E a Maria Clara como está?

Victor – Bem, ela está ajudando a mãe a se recuperar do terrível acidente e tentando impedir que o Felipe se separe da Soraya.

Alex – Imagino o clima que deve está naquela casa.

Victor – E as coisas ainda vão piorar.

Alex – Piorar? Como assim?

Victor – Foi maneira de falar, nada demais. – diz Victor entregando os contratos a Alex.

Alex – Vou entregar esses contratos para Milena. – Alex sai da sala.

Victor – As coisas naquele casa vão piorar ainda mais, eu só vou sossegar quando eu destruir a vida do Felipe Lontra, ele vai pagar por tudo que ele a minha mãe no passado.

Cena 11. Rio de Janeiro / Barra da Tijuca / Mansão de Caíque / Quarto de Caíque / Tarde.

Caíque ouve tudo que foi dito na sala de Victor.

“Gravação – As coisas naquele casa vão piorar ainda mais, eu só vou sossegar quando eu destruir a vida do Felipe Lontra, ele vai pagar por tudo que ele a minha mãe no passado.”

Caíque – Então o Victor quer destruir a vida do sogro.

Caíque – Mas não entendo o motivo, ele diz que é por causa da mãe dele? Como assim?

Caíque – Ah, mas eu vou descobrir o porquê ele quer acabar com o Felipe, e quem vai me contar é ele mesmo.

Caíque – Vou usar essa gravação para chantagear meu irmãozinho. – Caíque sorrir.

Cena 12. Salvador / Heliporto / Fim de Tarde.

Arlete e Felipe embarcam no helicóptero para Senhor do Bonfim.

Felipe – Em alguns minutos o Helicóptero vai chegar e no máximo em 1h já estaremos lá.

Arlete – Não vejo a hora de estar junto a minha mãe de novo.

Felipe – Não se preocupe nós iremos resgatar a sua mãe, já acionei a polícia até chegarmos lá um juiz já vai ter expedido um mandato para invadirmos a residência.

O barulho do Helicóptero é ouvido e o vento típico do helicóptero faz com que Arlete e Felipe protejam os olhos com as mãos. O Helicóptero pousa e os dois embarcam. O helicóptero levanta voo novamente e vai para Senhor do Bonfim.

Cena 13. Salvador / Hospital Geral / Sala de conversas / Tarde.

O médico fala com Otávio sobre o estado de saúde de Lorena.

Médico – O senhor é parente da paciente?

Otávio – Não, somos só vizinhos e estamos unidos para procurar nossos filhos que fugiram juntos, ela passou mal na delegacia e eu a trouxe para cá.

Médico – Realizamos os exames para saber o que motivou o desmaio e não trago uma boa notícia.

Otávio – É algo grave doutor? A última vez que eu ouvir isso, a minha filha havia contraído a AIDS devido a uma transfusão de sangue.

Médico – Ela tem um tumor cerebral em estado avançado e ele é inoperável, ela tem só tem alguns meses de vida.

Otávio – Meu Deus, que coisa horrível.

Médico – Não a nada que possamos fazer, irei falar com a paciente e neste momento ela precisa de alguém ao lado dela.

Otávio – Tenho certeza que sou a última pessoa do mundo que ela quer ver quando descobrir que está doente, mas eu estarei lá para apoia-la.

Cena 14. Senhor do Bonfim – Interior da Bahia / Casa de Diego / Sala de Estar / Noite.

A polícia chega na casa de Diego.

Diego – Quem é? – diz Diego após ouvir alguém bater na porta.

Policial – É a polícia temos um mandato de busca aqui na sua casa, abra! – diz o Policial do outro lado da porta.

Diego (Assustado) – Polícia? – Diego corre para seu quarto.

Congelamento em Diego correndo.

Fim do capítulo.


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