Feridas do Passado | Capítulo 26 | Última Semana

De Wesley Franco

Ú L T I M A S E M A N A

“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.

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Cena 1. Continuação Imediata da cena final do capítulo anterior.

Victor – Como você conseguiu essa gravação?

Caíque – Você deveria colocar segurança a noite no escritório, eu vim aqui a noite e implantei um gravador na sua sala.

Victor – Qual é o seu preço?

Caíque – O meu preço você não pode pagar.

Victor – Me diga e eu lhe responderei se posso pagar ou não.

Caíque – Qual é o seu interesse em destruir o Felipe Lontra? O que ele lhe fez de tão mal para você querer destruir a vida dele?

Victor – Isso não é da sua conta! Diz logo quanto você quer para calar essa sua boca imunda.

Caíque – Pelo visto deve ter sido algo terrível, porque você era a última pessoa do mundo que eu imaginaria que um dia destruiria a vida de alguém, logo você o queridinho da mamãe e do papai que sempre mostrou ter um bom caráter.

Victor – Continuo tendo o mesmo caráter de antes.

Caíque – Não Victor, você não tem o mesmo caráter de antes, você está igualzinho a mim, arquitetando para destruir vidas.

Victor (Grita) – Não me compare a você!

Caíque (Rir) – Ai, ai, ai, a situação é realmente muita séria, você pode não querer assumir mas você é tão desprezível quanto a mim.

Victor – Quanto você quer?

Caíque – Um milhão de reais.

Victor – Você está louco? Eu não tenho esse dinheiro todo.

Caíque – É bom arranjar se não quiser que o Felipe Lontra descubra que você planeja destruir a vida dele, me procure quando tiver o dinheiro em mãos. – Caíque sai da sala.

Victor – Um milhão de reais, onde eu vou conseguir isso.

Cena 2. Ilha de Itaparica / Hospital / Emergência / Dia.

Maitê fica muito mal e precisa ser transferida.

Médico – Ela foi picada por uma cobra bastante venenosa e como demorou muito para receber um atendimento médico ela pode morrer, além disso ela está com sintomas de pneumonia, ela precisa ser transferida para Salvador, você é o pai dela?

Matias – Não, não, eu sou a ajudei a traze-la para cá.

Médico – Precisamos entrar em contato com a família, é possível que ela não sobreviva.

Joseph – Ela vai morrer?

Médico – Se não for tratada em um hospital que possa ajuda-la, infelizmente ela pode morrer. Irei cuidar da transferência e você entre em contato com os pais dela. – O médico sai.

Matias – Garoto, você precisa ligar agora para os pais da garota.

Cena 3. Senhor do Bonfim – Interior da Bahia / Hospital da Cidade / Quarto Nº 777 / Dia.

Carol sobrevive ao acidente e se recupera.

Arlete – Ela vai ficar bem doutor?

Médico – Sim, ela sofreu pequenos ferimentos nos braços e nas pernas devido ao acidente mas em alguns dias ela já vai está recuperada.

Arlete – Graças a Deus ficou tudo bem.

Médico – Infelizmente não posso dizer o mesmo do Sr. Diego, ele chegou vivo ao hospital mas devido aos grandes ferimentos ele não resistiu e acabou morrendo.

Arlete chora e é consolada por Felipe que a abraça.

Cena 4. Rio de Janeiro / Ipanema / Consultório Médico / Dia.

Raul leva Glória ao médico para que ela possa se tratar.

Médico – Demorou para que eu voltasse a vê-los novamente por aqui.

Raul – Tentei escapar d e todas as maneiras possíveis para não precisar voltar aqui com a minha esposa, mas eu já aceitei que para o bem dela é preciso que ela seja tratada.

Glória – Eu estou bem doutor, me lembro perfeitamente de tudo.

Médico – Você consegue se lembrar das três palavras que eu pedi que guardasse para repetir para mim em uma próxima consulta?

Glória – Não…não me lembro.

Médico – Imaginei.

Raul – Quais são as formas de tratamento?

Médico – Primeiro vamos começar com um tratamento farmacológico e depois vamos começar com umas atividades com funções cognitivas.

Cena 5. Salvador / Vila de Classe Média / Casa de Lorena / Dia.

Otávio vai até a casa de Lorena.

Lorena – Como é que você vai entrando na casa alheia assim sem bater na porta?

Otávio – O Joseph acabou de me ligar, ele e a minha filha estão no hospital geral.

Lorena (Surpresa) – Joseph…

Cena 6. Salvador / Hospital Geral / Corredores do Hospital / Dia.

Lorena reencontra com Joseph.

Lorena (Grita) – Joseph! – Lorena corre ao encontro de Joseph.

Joseph – Mamãe. – Joseph corre ao encontro de Lorena e os dois se abraçam.

Lorena – Me perdoa, me perdoa por tudo que te fiz passar meu filho e promete para mim que nunca mais vai fazer isso, promete.

Joseph – Eu prometo mamãe.

Otávio – Que bom te ver Joseph, onde está a Maitê?

Joseph – ……

Otávio – Onde está a minha Joseph?

Quarto Nº 555

Otávio – Filha… meu amor.

Maitê – Papai, que saudades de você papai. – diz Maitê com dificuldades para respirar.

Otávio – Você não sabe o quanto eu sofri sem ter você por perto minha filha, foi terrível.

Maitê – Me perdoa papai, me perdoa.

Otávio – Claro que eu te perdoou meu amor, te amo. – Otávio abraça Maitê.

Maitê – Também te amo papai.

Lorena – Licença. – diz Lorena entrando.

Lorena – Está tudo bem com você Maitê.

Maitê – Sim está tudo bem.

Lorena – Que bom, quero te pedi desculpas por todas as coisas feias que eu disse para você, você me desculpa?

Maitê (Sorrir) – Sim.

Lorena – Quando você melhorar você vai poder brincar o quanto quiser com o Joseph, vamos fazer piqueniques, almoços de domingo, vamos nos diverti muito, nos quatro juntos.

Joseph – Você ouviu Maitê? A mamãe vai deixar a gente ficar junto.

Maitê – Vai ser muito da hora Joseph.

Otávio – Vou conversar com o seu médico e já volto filha.

Lorena – Eu vou com você Otávio.

Otávio e Lorena vão procurar o médico.

Corredor do Hospital

Otávio – Com licença, você é o médico que está cuidando da minha filha a paciente Maitê?

Médico – Sim, sou eu.

Otávio – Como ela está?

Médico – Eu sinto muito mas não a mais nada que possa ser feito, a sua filha está com pneumonia e na situação da doença dela não há mais nada a se fazer e para piorar a situação não foi tomado rapidamente as providências necessárias para se combater o veneno da cobra que a picou, infelizmente a sua filha não vai resistir por muito tempo.

Otávio – E quanto tempo ela tem doutor?

Médico – Minutos, sinto muito.

Lorena – Sinto muito Otávio, vamos nos despedir dela.

Otávio – Não eu já a vi, a última imagem que quero ter da minha filha é viva e sorrindo, ela me abraçou, sorriu e disse que me amava, é essa lembrança que quero guardar do último momento com ela.

Lorena – Ela não vai está sozinha, o meu filho estará lá.

Otávio chora e Lorena o abraça para conforta-lo.

Quarto Nº 555

Joseph – Vamos nos diverti tanto Maitê, espero que você fique boa logo, para a gente brincar de banco imobiliário, bicicleta e jogar bola.

Maitê – Sim Joseph vamos brincar bastante, você pode chamar o doutor para mim? – diz Maitê com dificuldade para respirar.

Joseph – Tá bom vou chama-lo mas não demoro.

Maitê – Espera, posso segurar a sua mão?

Joseph – Minha mão? Claro que pode. – Joseph coloca sua mão sobre a mão de Maitê.

Maitê pega a mão de Joseph e dar um beijo.

Maitê – Agora pode ir.

Joseph vai chamar o médico.

Corredor do Hospital

Joseph – Doutor, a Maitê tá te chamando.

Médico – Vamos lá ver o que ela quer.

Quarto Nº 555

Joseph – Maitê aqui está o médico.

Joseph – Acho que ela dormiu.

O médico examina Maitê. Lorena e Otávio entram no quarto nesse exato momento.

Médico – Sim ela dormiu só que desta vez para sempre, eu sinto muito.

Joseph – Maitê acorda…Maitê… – Joseph começa a chorar.

Lorena – Ela se foi filho.

Joseph (Chora) – Não, ela prometeu que não ia me deixar aqui sozinho, ela prometeu e quando um amigo promete uma coisa ao outro eles cumprem.

Otávio se senta na cama ao lado do corpo da filha.

Otávio – Quando o médico me contou que depois daquela cirurgia que você precisou passar com apenas dois aninhos você havia contraído a AIDS eu achei que estava tudo acabado e que você não viveria, eu já havia perdido a sua mãe e perder você ia ser a maior dor da minha vida, mas você venceu todas as batalhas e permaneceu do meu lado por todos esses anos como uma guerreira, toda vez que você passava mal eu ficava com medo de te perder mas você sempre lutava e vencia para não me deixar sozinho, enfrentou todos os preconceitos sempre de cabeça erguida e sem perder o seu lindo sorriso, eu sei que você lutou para não me deixar sozinho pois eu não estava preparado para viver sem você, vai em paz meu amor. – Otávio deita sobre a barriga de Maitê e chora.

Joseph se senta na cama, deita-se ao lado de Maitê, a abraça e chora.

Joseph – Com você foi-se um pedaço de mim, minha eterna melhor amiga.

Cena 7. Rio de Janeiro / Av. das Américas / Escritório de Arquitetura / Sala de Felipe / Dia.

Milena consegue fazer com que Felipe assine papeis que podem prejudicar o futuro do escritório.

Milena – Licença, eu vim trazer os contratos de novos fornecedores que precisam ser assinados ainda hoje.

Victor – Você se juntou com o Caíque para me chantagear?

Milena – Claro que não Victor, o Caíque me expulsou de casa e a muito tempo não nós falamos.

Victor – Eu quero acreditar nisso mas não sei porque eu não consigo.

Milena – Porque você já colocou na cabeça que eu não sou de confiança.

Victor – E tive meus motivos não é mesmo?

Milena – Sim, teve. – diz Milena colocando os contratos na mesa.

Victor – Eu vou confiar no que você me disse, mas espero que não esteja mentindo. – Victor começa a ler os contratos.

Victor – Esses preços dos fornecedores aumentaram um absurdo.

Milena – Concordo, mas é a nova onda do mercado, o país entra em crise e os preços aumentam.

Victor – No próximo mês teremos que fazer uma reunião para analisar o orçamento, se os preços continuarem a subir dessa forma teremos que fazer cortes. – diz Victor assinando os contratos.

Victor – Pronto assinados.

Milena – Obrigada. – Milena pega os contratos e sai.

Victor pega seu celular e faz uma ligação.

Victor – Grande Barcelos, preciso de um favor seu, gostaria de realizar uma auditoria no meu escritório, estou desconfiado de que estou sofrendo uma fraude.

Cena 8. Salvador / Vila de Classe Média / Casa de Otávio / Dia.

Otávio chega em casa após o enterro de Maitê.

Lorena – Foi uma linda despedida.

Otávio – Sim foi lindo.

Joseph – Eu posso ir no quarto da Maitê?

Otávio – Claro que pode, fique a vontade.

Joseph vai até o quarto de Maitê.

Otávio – Essa casa vai ficar muito vazia sem a Maitê, com ela aqui o Joseph sempre vinha e os dois corriam pela casa.

Lorena – Você mais do que ninguém sabe que estou doente e que me restam poucos meses de vida.

Otávio – Sim, infelizmente será mais uma perda que eu e o Joseph teremos que suportar.

Lorena – Eu sei que não fui uma das melhores pessoas com a sua filha, sempre que podia a ofendia com palavras feias.

Otávio – O importante é que você pediu desculpas e ela te perdoou, então também te perdoou.

Lorena – Quando eu não estiver mais aqui, quero que você cuide do meu filho, hoje você perdeu uma filha mas amanhã você vai ganhar um filho.

Otávio – Você tem certeza disso?

Lorena – Sim, absoluta certeza, eu quero que você cuide do Joseph, que você o eduque, que você der amor e carinho, eu só confio em você para fazer isso e por favor não me negue esse pedido.

Otávio – Não…Jamais negaria esse pedido, se não fosse pelo fato de você ter que morrer para isso, eu diria que esse é um presente de Deus, ele me levou uma filha amada mas está me dando um filho, que eu amarei como se fosse meu.

Cena 09. Rio de Janeiro / Noite.

DIAS DEPOIS

Cena 10. Rio de Janeiro / Barra da Tijuca / Mansão de Caíque / Sala de Estar / Dia.

Caíque e Milena comemoram a vitória nos planos.

Caíque – Deu tudo certo, o Victor já depositou o dinheiro na minha conta.

Milena – Os fornecedores também já repassaram o dinheiro para minha conta, dentro de alguns meses já vamos ter uma fortuna.

Caíque – Mais alguns meses com o dinheiro dos fornecedores que você vai conseguir, junto com o dinheiro que recebi hoje e com o dinheiro da venda da casa, já teremos mais do que o suficiente para deixar este país de merda.

Milena (Sorrir) – Temos que comemorar essa Victoria, com muito champanhe.

Caíque – Pois não seja por isso. – Caíque vai até a cozinha e volta com uma garrafa de champanhe e duas taças.

Caíque – Aqui está. – Caíque dar as taças a Milena e estoura a garrafa de champanhe.

Milena – Uhul!

Caíque – Vamos brindar a nossa vitória. – Caíque serve Milena e se serve.

Milena – Um brinde aos milhões de reais.

Caíque – Um brinde a vitória sobre o Victor. – Os dois brindam.

Cena 11. Salvador / Palácio do Governo / Jardim / Dia.

Victor pede Maria Clara em casamento.

Maria Clara – Que surpresa é essa que não posso ver? – diz Maria Clara com os olhos vendados.

Victor – Calma que você já vai ver.

Maria Clara – Estou ansiosa.

Victor – Pronto chegamos, agora sim pode ver. – Victor tira a venda de Maria Clara.

Maria Clara fica surpresa ao ver a linda surpresa que Victor preparou, todo o chão do jardim coberto de rosas brancas com um enorme coração de rosas vermelhas.

Maria Clara (Emocionada) – Que lindo meu amor.

Victor – Lindo é estar com você todos os dias, acordar todas as manhãs com você ao meu lado, eu quero que você seja a última pessoa que eu veja antes de dormir e a primeira pessoa que eu veja quando eu acordar para o resto da minha vida, eu te amo Maria Clara, aceita se casar comigo? – Victor se ajoelha e mostra o Anel a Maria Clara.

Maria Clara – É claro que eu aceito, me casar com você é o que eu mais quero nesse mundo.

Victor coloca o anel no dedo de Maria Clara, se levanta e os dois se beijam.

Congelamento em Maria Clara e Victor se beijando.

Fim do capítulo.