De Ronald Onhas
“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.
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Jéssica: Acho que vou desmaiar! Estou tendo um troço.
Jéssica finge um desmaio.
CENA 02 – HOSPITAL / MANHÃ
Gisela chega ao estacionamento do hospital e já se dirige a sua sala) (A secretária de Gisela entra na sua sala.
Secretária: Dr. Gisela estão solicitando sua presença na ala de emergência pediátrica.
Gisela: Estou descendo.
Gisela sai de sua sala correndo e encontra um menino acompanhado de sua mãe, que chora em um canto, sendo atendido por alguns enfermeiros. Gisela repara manchas no corpo do menino, junto com má respiração.
Gisela: Descrição do quadro?
Enfermeiro: Choque anafilático. Foi administrado adrenalina. Sem reação do paciente. Falta de oxigênio.
Gisela: Corticoides, agora! Mãe, algum tipo de alergia identificada?
Mãe: Meu filho nunca teve nada! Salva ele, por favor, Doutora!
Gisela: Coloque-o no oxigênio com bronco dilatador, a oxigenação não melhora.
Os enfermeiros seguem a ordem e o menino continua em estado crítico, piorando após a administração do bronco dilatador. Gisela percebe a piora do paciente.
Gisela: (grita) Parem os remédios, somente a adrenalina e oxigênio!
Os batimentos cardíacos e a cor do menino começam a voltar à normalidade.
Gisela: Por hora seu filho está bem. Assim que o quadro se estabilizar, faremos exames e investigaremos para que fique tudo realmente bem.
Mãe: Muito obrigada, Doutora!
Gisela acena para os enfermeiros, em tom de agradecimento.
CENA 03 – EMPRESA / SALA DE KAIO / MANHÃ
Jéssica: Ruth!
Kaio tem crise de risos. Ruth entra desesperada na sala de Jéssica e vê Betina segurando-a.
Kaio: É show dessa aí. Aceita que dói menos. Você foi trocada. Trocada, querida! Aceita!
Betina: Kaio, por favor! Ajude-a
Kaio: Para de show, Betina. Deixa eu assistir de camarote essa cena. Cena de dramalhão mexicano.
Jéssica se levanta do chão e se aproxima histericamente, de Kaio.
Jéssica: Eu vou acabar com você, Kaio. Aposto que você que armou isso tudo. O Victor é meu! É meu e de mais ninguém!
Kaio: Tá louca? Eu tenho culpa se você não é mega atualizada com eu. Além do mais, o Victor não olha para você faz tempos, querida. Jéssica … O Brasil , quer dizer, o planeta sideral, até os aliens em Marte, sabem que ele não dá a mínima por você!
Jéssica soluça de tanto chorar. Ruth entrega um copo de água para Jéssica, que joga o copo na parede.
Jéssica: ( grita enraivecida) Seu monstro.
Kaio: Ei, chega, querida. O jogo virou.
Jéssica: Isso não vai ficar assim
Kaio: E o que você vai fazer?
Jéssica: Espere e verá!
Jéssica pega sua bolsa e sai da sala. Ruth sai atrás.
Betina: Kaio, dessa vez você foi longe demais!
Kaio: Me poupe, Betina! Eu não vou cair no teatrinho de Jéssica. Aquilo é cobra criada. Agora, vamos voltar ao trabalho.
Dionísio entra na sala.
Dionísio: Kaio, a Dona Eva está no telefone com querendo falar com você.
Kaio: Madrinha? Será o que houve, gente?
Kaio sai da sala, acompanhado de Betina.
CENA 04 – EMPRESA / SALA DE KAIO / MANHÃ
Sérgio come pão com mortadela na padaria acompanhado de um café quente. Um cliente acaba de ler o jornal, e deixa ao lado de Sérgio, que vê a foto de Milena na capa do jornal. Sérgio pega o jornal e lê a matéria.
Sérgio: Eu sabia que você tava por aqui. Agora eu preciso te achar, princesa. Então, quer dizer que já está me traindo de caso com o milionário da cidade. Mas, como é o milionário eu vou perdoar. Já sinto cheiro de bufunfa em minhas mãos (Sérgio termina de tomar o café). Agora só precisa arrumar um trampo, para garantir minha estadia nessa linda e adorável cidade. (Sérgio gargalha)Te achei Maria Flora!
CENA 05 – EMPRESA / SALA DE KAIO / MANHÃ
Jéssica retoca a maquiagem enquanto se observa no espelho. A porta do elevador abre, e Jéssica entra. Jéssica vê Vanessa, que a cumprimenta com um aceno. Jéssica lembra que Vanessa estava trabalhando com Flora.
Jéssica: Oi, linda! Tudo bom? Eu não te vejo desde o…
Vanessa: Do evento. Eu trabalhei na equipe de fotografia e vídeo do desfile. Lamento pelos incidentes…
Jéssica: Não se lamente, apesar de tudo o evento foi um sucesso. Está fazendo muitas coberturas de evento? E sua equipe é grande?
Vanessa: Aos poucos a gente vai se mantendo. Atualmente, minha equipe é formada apenas por minha pessoa.
Vanessa ri, e Jéssica encena uma risada.
Jéssica: Mas, no dia do evento teve uma garota, aquela que alimentou o avestruz…
Vanessa: Ah, sim a Flora. Ela é me ajudou na produção, naquele dia.
Jéssica: Ah, então ela é sua amiga?
Vanessa: Na verdade eu divido meu apê com ela.
Jéssica: Vocês são namoradas?
Pergunta Jéssica espantada.
Vanessa: Não, não somos lésbicas (Vanessa ri) Ela mora comigo, dividimos o apê, sabe? Fica mais barato.
Elevador abre.
Vanessa: Preciso ir. Adorei lhe reencontrar, Jéssica. Precisando dos meus trabalhos, estou às ordens.
Vanessa se despede. Vanessa sai do elevador. Jéssica acena com falsidade para Vanessa.
Jéssica: Então, elas moram juntas. Que novidade. Acho que já tenho uma ideia para descobrir mais sobre essa florzinha de cacto (Jéssica sai do elevado, e tecla ao celular). Mas, antes eu vou acabar com a vida daquele pavão saltitante.
Jéssica fala ao celular.
Jéssica: Alô? Delegado Vicente?
CENA 06 – HOSPITAL / ENFERMARIA / MANHÃ
Victor acorda e fica olhando para Flora deitada na cama. Flora acorda e vê Victor lhe encarando.
Flora: Qual foi? Por que você tá me olhando?
Victor: Eu estava admirando sua beleza.
Flora: Cuidado, para não sair com outro nariz quebrado.
Victor: Flora aceita jantar comigo hoje à noite?
Flora: Você tá de brincadeira né? Tipo um encontro?
Victor: Tipo não! É um encontro. E não aceito um não como resposta, afinal por sua causa passei a noite nesse hospital. Falando nisso nem liguei lá para casa.
Rudá entra na enfermaria e atrapalha o clima.
Rudá: A Doutora Gisela já te liberou, afinal foi apenas uma pancada mais forte. Mas, da próxima vez: cuidado onde mete seu nariz.
Rudá e Flora riem.
Victor: Que engraçado.Não consigo parar de rir.
Rudá: ( fica admirando Flora) Com licença.
Rudá sai.
Flora: Partiu? Acho que vou lá na minha casa pegar minha bike.
Victor: Vamos deixar a bike para o outro dia. Vou ligar para o táxi.
CENA 07 – LANCHONETE DA BARTIRA / MANHÃ
Sérgio entra na lanchonete e cumprimenta Raoni.
Sérgio: Mano, bom dia!
Raoni: Bom dia. Você é turista, não é ? O que posso te ajudar ?
Sérgio: Então eu to procurando um trampo, sabe? Sou motoboy … Você sabe de alguém que esteja precisando…
Bartira desde as escadas e escuta.
Bartira: Está contratado.
Raoni: Como assim, mãe?
Sérgio: Sério?
Bartira: Eu estava mesmo precisando de um motoboy para fazer minhas entregas. Aliás, meu filhão aqui, tem medo de velocidade.
Raoni: Tenho fobia, mãe. Não brinque com uma coisa dessa.
Bartira: E constantemente eu preciso entregar meus quitutes por aí. Um motoboy era o que eu precisava. Antes, eu preciso ver sua habilitação, porque aqui na lanchonete da Bartira não tem nada de irregular.
Sérgio: Não sei como agradecer a senhora, Dona Bartira.
Sérgio se ajoelha no pé de Bartira.
Bartira: Para isso com isso, rapaz. Eu estou precisando, e você também. Cadê a habilitação?
Sérgio se levanta, abre a mochila e mostra o documento para Bartira.
Sérgio: Está tudo em dia, Dona Bartira.
Bartira: Eu já tenho um sérico para você.
Sérgio: Pode mandar que eu resolvo. Quer dizer, entrego.
Bartira: ( pega um capacete dentro do armário) Preciso ir à casa de minha amiga, Eva. Preciso que me leve lá.
Raoni: (sussurra) Mãe, pode ser perigoso!
Bartira: Se eu for eu vou descobrir, filho.
Sérgio: Bora ?
Bartira: Raoni aproveita e divulga a quadrilha da lanchonete. Não quero vê você de agarramento com aquela periguete, não!
CENA 08 – HOSPITAL / ENFERMARIA / MANHÃ
Sara e Miguel entram na sala e veem Rudá deitado no sofá, que também está de plantão. Sara e Rudá trocam olhares. Rudá faz um breve sinal apontando os dormitórios de descanso e Sara discretamente o segue.
Rudá: Sabia que você não iria me desapontar.
Sara: Sobre isso, precisamos conversar…
Rudá se mostra assustado com a última fala de Sara e a questiona.
Rudá: Não é possível, Sara! Você me disse que conseguiria encobrir meu erro do Dr. Ricardo!
Sara: Fique calmo, Rudá. Tudo já está acertado. Ninguém descobrirá seu erro. Seu emprego estará a salvo.
Rudá: Bem, já que é assim, podemos voltar mais descansados… Afinal, eu tive uma madrugada muito trabalhosa.
Sara: Não mereço minha recompensa por ser tão benevolente com você?
Rudá ri.
Rudá: Claro, o máximo que posso fazer é lhe pagar um sanduíche natural! Que tal ?
Sara: Proposta irrecusável!
Sara ri. Os dois saem rindo da sala de mãos dadas.
CENA 09 – PRAÇA / MANHÃ
Nicolas fotografa as pessoas na rua. Vanessa desembarca do ônibus e fica observando Nicolas fotografando. Vanessa assusta Lucas.
Nicolas: Que susto, Vanessa. Quer me matar do coração?!
Vanessa: Desculpa, não queria lhe assustar. Que milagre é esse? Você livre por aí? Aposto que a Milena sairá daquele arbusto em 3, 2, 1 …
Nicolas: Para de bobeira, Vanessa. Você é outra que também vive enfurnada naquele apê. Que milagre, vê a senhorita livre.
Vanessa: Felizmente ou não, meu apê também é meu estúdio de trabalho. Ah, eu fui receber minha grana pela cobertura do evento da “Flor de Beijo”.
Nicolas: Grande cobertura, por sinal. Ficará para memória. Mas, já que os cosmos nos uniram. Que tal um cineminha hoje à noite?
Vanessa: Será que Milena vai deixar? Tenho medo dela publicar uma capa me detonando. Não quero atacar o boy dela.
Nicolas: Primeiro, eu não sou boy da Milena. E segundo, se quiser me atacar pode começar agora.
Ambos riem.
Vanessa: Combinado, hoje à noite.
Nicolas: Às 20 horas, estarei tocando sua campainha, senhorita!
Nicolas tenta beijar o rosto de Vanessa, que desvia.
Vanessa: Até mais!
Vanessa se despede com um aceno de longe.
CENA 10 – INTERIOR DA MANSÃO CASTRO / TARDE
Afrânio molha as plantas, Kaio buzina com o carro. Afrânio abre o portão.
Afrânio: Bom dia, Doutor Kaio.
Kaio: Bom dia, Frânio. Quantas vezes eu preciso lhe dizer que não existe doutor aqui, hen. Para com essa mania besta ( Kaio sai do carro). Como está madrinha? Ela me ligou muito tempo que ela não faz isso.
Afrânio: A dona Eva está cada dia melhor, nem parece que está doente. Ando relembrando muito coisa antiga, talvez por isso ela te ligou. Acho que ela já pode parar com os remédios, Doutor Kaio.
Kaio: Frânio esquece Doutor. Chuta que macumba. Mas, como assim você acha melhor para com os remédios?
Socorro se aproxima.
Socorro: Kaio?!
Afrânio: Licença Kaio, precisa limpar o aviário.
Afrânio sai.
Socorro: Que surpresa, Doutor Kaio. Você por aqui?
Kaio: Parem com esse “doutor, por favor. Vim visitar madrinha, estava morrendo de saudades. Ainda bem que ela me ligou, até fiquei surpreso.
Socorro: Vamos entrar. E lá está se divertindo com o seu novo xodó.
Kaio: O que será dessa vez? Hastag to com medo ( Kaio ri) Madrinha sempre foi fascinada por animais, bem diferente de Vitória que detestava, até borboletas. Já Daniel, amava bicho, flor, gente. Ai que saudade dele.
Kaio e Socorro entram na casa, enquanto Eva brinca com um coelho.
Eva: Kaio, meu amado.
Eva se levanta e abraça Kaio.
Socorro: Lindalva, pegue um suco para o Kaio.
Empregada se retira.
Kaio: Que abraço gostoso. Eu deixa eu morar no seu abraço, madrinha? ( Kaio beija Eva no rosto) Te amo. Eu amei que a senhora me ligou. Também estava morrendo de saudades. Já vi que você um mascote novo? Qual o nome desse coelho lindo?
Eva: Essa aqui é a Girassol. Kaio, estou me sentindo tanta falta do Daniel. Eu sei que ele vivia viajando, mas quando ele voltava a gente ficava o tempo todo junto. Eu sempre fazia arroz doce para ele, o Dani amava.
Kaio: Ai tia vê você falando desse jeito, me faz lembrar da época que a gente vivia brincando nessa jardim. Quer dizer, brigando. 3
Campainha toca enquanto ambos riem.
Socorro: Hoje está casa tá movimentada…
Socorro abre a porta. Bartira entra acompanhando de Sérgio. Kaio e Sérgio fintam olhares.
Fim do capítulo.