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A Rosa & o Beija-Flor | Capítulo 12


De Ronald Onhas


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.

Todos batem palmas, enquanto o restante das pessoas trocam de pares. Flora se assusta e finge está sorrindo. Sérgio acompanha na simulação.

Sérgio: Achou que eu não iria te achar, Flora? Ou seria Maria Flora? Para falar a verdade eu também sempre achei o “Maria”, muito cafona. Ah, meus parabéns por já tá de caso com o bonitão e ricão da cidade. Qual será o próximo passo do plano? Ah, já sei o golpe do baú.

Flora: Acho melhor você não tentar fazer nada comigo.

Sérgio: Ui, a garota está corajosa. Dona Flora estou doido para colocar minhas mãozinhas em você. Tá vendo essa cicatriz perto na testa. Te lembra alguma coisa?!Porque eu ainda não me esqueci da sua ousadia de me atacar. Já ouviu aquele ditado “ se me atacar, vou atacar”? Então, se prepare. Ah, por enquanto pode ir curtindo o romance com o play boy, mas depois que a gente matar ele … Você será só minha novamente.

Bartira: (fala ao microfone) Todos em seus lugares.

As pessoas voltam para seus respectivos pares iniciais. Victor abraça Flora alegremente.

Victor: Anarriê!

Victor estranha o comportamento de Flora.

Victor: O que foi Flora?

Flora: Eu não estou me sentindo bem, será que você se importaria se eu fosse embora?

Victor: Claro, que não. Eu vou com você.

Flora e Victor deixam a quadrilha.

Flora: Não precisa me levar Victor, o apê é na outra esquina. Você devia fazer companhia pra sua vó.

Victor: Flora eu vou com você e está decidido. Antes, vamos passar ali para se despedir da vovó.

Victor dá as mãos Flora.

CENA 02 – EXT. / FESTA JUNINA / BARRACA DO BEIJO

Raoni mexe com as moças que passam em frente a barraca do beijo. Madona se aproxima de Raoni e volta a gritar os garotos.

Madona: Simbora, Rapaziada.Vai um beijinho aí?

Raoni: Madona para com esse sem vergonhice. Depois não vai reclamar de ficar na boca do povo. E olha quem está ali.

Raoni e Madona olham para suas senhoras, que estão comendo na barraca de doces.

Madona:Meu Deus! As “boca de balde” da rua cima. Ferrou agora elas vão detonar minha carreira de ex- participante de reality.

Raoni: Se esconde, chuchu. Talvez elas ainda não te viram.

Madona: Boa ideia.

Madona se abaixa ao lado de Raoni, dentro da barraca de beijos.

Madona: Raoni, me responde uma coisa com muita sinceridade?

Raoni: Pode falar chuchu. Só não me pede dinheiro porque mamãe tá de olho.

Madona: Não é dinheiro, sua anta!

Ainda no lado de dentro da barraca de beijos, Raoni se abaixa e senta ao lado de Madona.

Raoni: Sabe qual seu problema?

Madona: Ser bonita, demais?

Raoni: Não ter coração.

Madona: Só esse? Menos mal. Raonito, meu amor?

Madona aproxima seu rosto próximo a boca de Raoni.

Madona: Você acha que eu estou gorda?

Raoni gagueja.

Madona: Fala Raoni. Desembucha!

Raoni: É que … Acho …

Madona: Acha o que Raoni? Fala sério!

Raoni: Acho que você está um cadinho mais gorda. Quer dizer, mais gostosa, Madona.

Madona se levanta, e Raoni também. Madona sai da barraca enfurecida, aos berros chamando a atenção dos demais.

Raoni: O que foi que eu disse?

Madona: Raoni me esquece. Eu te detesto.

Madona sai chorando no meio das pessoas, que ainda dançam quadrilha alegremente.

Raoni: Eu não entendo essa menina. Essa mina é louca.

Helena e Pedro passeiam de mãos dadas.

Pedro: Vocês não mudam né?

Helena: Se não tiver tapas e beijos não é hastag Raona.

Helena e Pedro riem.

CENA 03 – EXT. / FESTA JULINA / BARRACA DE CALDOS

Flora pega o porco, que está uma fita de bolinhas, no colo e Victor acha graça.

Victor: Só os bichos para fazer você mudar de humor.

Flora ri.

Flora: Será de onde saiu esse bichinho lindo?

Afrânio vem correndo na direção de Victor e Flora.

Victor: Por que está cansado desse jeito Afrânio.

Afrânio não consegue responder.

Flora: Ele está sem ar. É melhor sentar Afrânio.

Afrânio: Desculpe, doutor Victor. Eu estava atrás do porco …

Afrânio não consegue falar. Eles escutam Raoni anunciar um recado no alto falante da festa.

Raoni: (no auto falante) Senhores convidados da quadrilha da Bartira estamos reforçando o recado: caso encontrem uma porquinha fofinha com uma fita de bolinhas tragam-na para gente. Sua dona Eva Castro está impaciente atrás de seu animalzinho de estimação. Obrigado, galera.

Victor: Tinha que ser vovó. Vamos até ela Flora. (olha para Afrânio). Afrânio curta a festa!

CENA 04 – EXT. / FESTA JULINA / BARRACA DE CALDOS

Kaio vê Jéssica e Ricardo saboreando quitutes na mesma mesa, enquanto de longe, Milena registra o momento dos dois. Ricardo rouba um selinho rápido de Jéssica, que olha constantemente para os lados. Kaio cutuca Betina com o braço apontando para o casal.

Betina: Kaio, olha o que você vai fazer, chefinho.

Kaio: Hoje eu não tô sozinho. Vou ali conversar com eles.

Os dois riem. Kaio se aproxima da mesa dos dois.

Ricardo: Sinto cheiro de víbora no ar. Tá sentindo Jéssica?

Jéssica: Agora que você falou eu também estou sentindo. Mas, na verdade acho que é cheiro de ratasana!

Kaio senta ao lado de Jéssica, em uma dos bancos da festa.

Kaio: Aé Jéssica? E você? Quer que eu diga qual o seu cheiro? Porque eu tenho uma lista enorme de roedores podreeeeees para falar.

Ricardo ri. Jéssica olha para Ricardo desaprovando seu riso, que logo fecha a fisionomia do rosto.

Jéssica: Kaio, alguém já te falou que você tem que procurar um boy pra você. E que você já tá pra titia, querida?!

Kaio: Jéssica, meu amor. Eu tenho espelho em casa, queridinha. Eu posso até ficar pro titio, né?! Mas, pelo menos eu não sou trouxa igual o Ricardo.

Ricardo se levanta.

Ricardo: Coé, Kaio tá me tirando? Eu não tenho nada a ver com as tretas de você e da Jéssica.

Jéssica: Como assim Ricardo? Vai ficar do lado dessa borboleta saltitante?

Jéssica se levanta.

Kaio: Dona Jéssica, você quer o cartão de um amigo meu. Ele é cirurgião. Pode tentar remendar essa sua cara de pau, sua Rapunzel fajuta.

Jéssica:Cansei esse ambiente está muito pesado.

Jéssica sai. Ricardo a segue.

Kaio: Vai mesmo, eu sei que você vai andar por aí para vê se acha o Victor. Sua mocreia.

Kaio senta-se à mesa e termina de comer os quitudes.

Kaio: Eu? Ficar pra titia? Será?

Kaio enche a boca de salgadinhos. Milena fica vendo as fotos que tirou de Jéssica e Ricardo.

Milena: Será que consigo arrumar um novo patrocinador com essas fotos? Acho que a empresa rival da Flor de Beijo vai adorar essa matéria.

Milena ri, e Kaio se aproxima dela.

Kaio: Ei, amada.

Milena e guarda a câmera na bolsa e tenta sair de perto de Kaio, que fica na frente dela.

Kaio: Quanto você quer, garota? Desembucha!

Milena: Pra que?

Kaio: Eu sei o que tinha na foto que você registrou. Essa foto pode estragar a vida de muita gente inocente.

Milena: E o que você tem com isso? Até onde eu sei você e a magrela, não nada amigos.

Kaio: Você anda sabendo demais, querida.

Milena: Faz parte de minha profissão.

Kaio: Anda, garota. Me fala quantos? Eu assino o cheque agora e você apaga essa porcaria de foto.

Milena: Você acha que é assim? Eu preciso dessa foto.

Kaio: Anda garota, não torra minha paciência.

Milena: Vai pentear bonecas. Minhas fotos não estão a venda. Aproveite e entra lá no blog amanhã para ler a matéria especial do dia.

Milena sai de perto de Kaio.



CENA 05 – EXT. / FESTA JULINA / BARRACA DE DOCES

Eva abraça Flora.

Eva: Tinha que ser você. Mais uma vez salvando meus bichinhos. Flora, você não quer trabalhar lá em casa?

Victor: Vovó, eu não posso perder minha botânica preferida.

Victor, Eva, Socorro e Flora riem.

Eva: Estou muito feliz com o namoro de vocês, minha filha.

CENA 06 – INT. / HOSPITAL / REFEITÓRIO / MADRUGADA

Alguns funcionários lancham na mesa do refeitório. Gisela vai até a lanchonete comprar seu almoço, enquanto Ricardo entra no refeitório.

Gisela: Sanduíche de frango, suco de maracujá sem açúcar e uma salada de frutas, por favor.

Atendente: Seu pedido, doutora!

Gisela agradece e vê Ricardo acenando para que ela pudesse sentar-se com ele. Distraidamente, Gisela percorre seu caminho, entretanto, esbarra em um provável familiar que está muito abalado.

Homem: NÃO ENCOSTE EM MIM, NOJENTA! FAXINEIRAS NÃO DEVIAM CIRCULAR JUNTO COM AS PESSOAS NORMAIS!

O refeitório fica em silêncio absoluto, observando a cena.

Gisela: Senhor, apesar de eu não precisar lhe dar satisfações, eu sou médica desse hospital…

O homem mede Dra. Gisela com o olhar.

Homem: Ok, mentir é normal. Até parece que VOCÊ seria a médica, mas eu não vou discutir. Irei até a diretoria desse hospital.

Gisela abre a boca para responder, mas o homem segue ,furiosamente, em direção ao elevador. Ainda abismada, Gisela chega à mesa onde está Ricardo e senta.

Ricardo: O que foi aquilo, Gisela?

Gisela: Nem me lembre, essa madrugada já começou boa. Depois pensarei naquela situação. Me conte como estava a quadrilha da Bartira.

Os dois continuam o papo, enquanto o refeitório está cheio de burburinhos.

CENA 07 – Externo / Festa Junina / Barraca de Bebidas

Kaio e Betina se despedem.

Betina: Tem certeza, que não quer que eu vá embora com você!

Kaio: Tenho Betina. Aproveite a festa que está bombando. Aliás, aproveite também os “boy magia” que estão tudo por aí. Estou com uma enxaqueca. Acho que não foi legal eu bebido aquelas cachacinhas.

Kaio ri.

Kaio: Deixa eu ir. Beijo, beijo e se pegar alguém me liga quando chegar em casa.

Os dois se cumprimentam com dois beijos no rosto. E Betina volta para a festa. Kaio caminha em direção ao estacionamento que está, praticamente, deserto.

Kaio: Que lugar eu fui enfiar meu carro, hen. Masm também foi inventar de pegar Betina em casa, e demorou horas. Ah, acho que deixei para lá.

Kaio muda de direção e anda, calmamente, a procura de seu carro. Enquanto escuta de longe, a música da quadrilha tocando. Sérgio surge na frente de Kaio.

Sérgio: Oi?!

Kaio: Ei, boa noite. Nossa que bom te ver por aqui. Acho que achei o pior local para estacionar meu carro. Agora estou mais tranquilo.

Sérgio ri.

Sérgio: Tem certeza disso?

Kaio: Claro que aqui é o pior local. Olha esse breu. É disso que você tá perguntando. Eu falo demais.

Sérgio se aproxima de Kaio, devagar.Kaio estranha, mas permite.

Sérgio: Eu odeio pessoas que falam demais. Eu odeio coisa colorida. Odeio bichices, sabia? Ah, sabia que eu odeio boiolagem?

Sérgio encara Kaio, seriamente.

Sérgio: Tá na hora de você aprender a falar menos. Já ouviu aquele ditado: peixe morre pela boca?

Fim do capítulo.

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