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A Rosa & o Beija-Flor | Capítulo 14


De Ronald Onhas


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.

Flora mostra os resultados para Victor.

Victor: Como assim, Flora? Me conta isso direito!

Flora: Olha esses resultados. Eu mandei para um laboratório fora da cidade analisar.

Flora senta a mesa e mostra os papeis a Victor, que observa atentamente.

Victor: E o que foi analisado?

Flora: O solo! Parece que o solo da plantação de rosas foi envenenado. O veneno é muito forte, e quem aplicou tinha intenção de destruir toda uma plantação.

Victor: Eu não posso acreditar. Tem alguém querendo sabotar a nossa empresa. Mas, quem faria uma coisa dessas? Acho melhor nós contatarmos a polícia.

Flora: Você acha necessário? Talvez seja apenas alguém tentando colocar um susto nos funcionários.

Victor se aproxima de Flora.

Victor: Mas, eu preciso ficar alerta. Não posso perder essa empresa, ela é o sustento da minha família. Além do mais, depois da morte do tio Dani eu suspeito de tudo.

Flora: Você acha que sua família tenha algum inimigo?

Victor: Não sei, Flora. Vai que seja um ex-funcionário querendo se vingar. Meu avô era um ótimo pai, mas era um chefe bem durão. Vamos ficar de alerta a qualquer manuseio com o solo de nossa empresa.

Flora: Ficarei com os olhos bem abertos. E se eu achar algo suspeito: cabeças irão rolar.

Flora e Victor riem.

Victor: Nossa, que medo da minha namorada.

Victor beija Flora.

Flora: Victor, já falei que não quero misturar as coisas.

Ruth bate na porta e entra.

Ruth: Desculpe o incomodo, Doutor Victor. Mas, é que a Socorro mandou lhe dá um recado urgente.

Victor: Pode falar.

Ruth: Parece que a Dona Alice Brasil está lá na sua casa, e cisma que quer falar com seu tio Daniel.

Victor: O que essa doida está arrumando? Vou correndo pra lá.

Victor beija Flora e sai, apressadamente.



CENA 02 – INT. / HOSPITAL / RECEPÇÃO / MANHÃ

Madonna conversa com a recepcionista do hospital para realizar seu exame.

Madonna: Boa tarde, eu tenho um exame de sangue marcado ás 8 horas.

Recepcionista: Documentos com fotos e o pedido do exame, por favor!

Madonna entrega tudo à recepcionista. Ela confere rapidamente e a encaminha para a sala de espera do laboratório. Madonna passa pelo corredor e logo avista Rudá vindo à direção onde a moça iria entrar. Ela corre para se esconder em uma das portas para evitar que seja vista pelo enfermeiro.

Rudá: Nossa, estou um bagaço hoje… Preciso de cama, urgente…

Miguel: Calma, daqui há algumas poucas horas você já estará em casa!

Rudá e Miguel riem juntos.

Rudá: Nossa, quanta esperança você me deu agora.

Os dois passam no corredor em direção à sala do café. Madonna ouve as vozes se afastarem e sai de seu esconderijo, a moça entra na sala e aguarda sua vez de recolher seu exame.

Madona: Minha nossa Senhora das causas impossíveis. Tomara que não seja o que eu estou pensando.

CENA 03 – INT. / HOSPITAL / SALA DE GISELA / MANHÃ

Gisela estuda os exames de seus pacientes, entretanto, o mais grave e preocupante continua sendo o de Thor, de um dia para o outro o quadro do garoto piorou. A médica assina e analisa alguns prontuários quando ouve uma batida na porta.

Gisela: Pode entrar.

O chefe da cirurgia geral e do hospital aparece em sua porta.

Gisela: Dr. Marcos! Bom dia, o que lhe traz aqui?

Dr. Marcos: Olá, Gisela. Eu gostaria de confirmar uma história com você, por favor.

Gisela: Claro, sente-se aqui, por favor.

Dr. Marcos: Gisela, Dr. Ricardo me informou sobre um atrito entre você e um paciente no refeitório. Certo?

Gisela fica estática pela confirmação do chefe, mas assente.

Dr.Marcos: Então eu gostaria de saber por que isso não foi relatado pela senhora no dia do ocorrido. Você sabe que é norma da casa que qualquer desentendimento entre paciente/médico tem que chegar as minhas mãos para que eu possa solucionar.

Gisela explica toda situação que houve no fatídico dia e recebe as coordenadas do chefe, caso volte a ocorrer.

Gisela: Eu estava tão cheia de casos mais preocupantes que isso que acabei relevando, mas foi isso que houve Senhor.

Dr. Marcos: Ok, se isso se repetir não deixe em hipótese alguma de me comunicar, não deixe passar novamente.

Gisela: Claro, não deixarei passar.

Dr. Marcos: Certo, hoje estou fazendo uma ronda nos setores. Preciso ficar antenado no funcionamento desse hospital. Até mais e um ótimo dia de trabalho para nós.

Dr. Marcos se despede e Gisela, ainda abismada por seu chefe ter vindo até a sala comunicar que já sabia do ocorrido, lhe passando um “sabão” por ter deixado passar o caso – volta a analisar e fazer seu trabalho.

CENA 04 – INT. / HOSPITAL / SALA DE EXAMES / TARDE

Madonna entra na sala para fazer o exame requerido e ouve as recomendações do médico que recolheu as amostras.

Dr. Marcos: A senhora poderá vir buscar o resultado do BHCG amanhã neste mesmo horário, certo?

Madonna: Entendido, doutor. Voltarei amanhã.

Com um pouco de nervosismo por ter uma agulha em seu braço em pouco tempo, Madonna se dirige a cafeteria do hospital. Ela estava em jejum de algum tempo e a fome já estava lhe matando. A moça vai até a lanchonete e pede um enorme pedaço de bolo muito açucarado e cheio de chocolate.

Rudá esta passando pelo corredor que também dá acesso a lanchonete do hospital, juntamente com Sara.

Sara: Estou exausta, esses plantões que não acabam nunca. Preciso de vida social.

Rudá: Nossa, parece que conheço aquela pessoa, mas deve ser só meu estado de estremo cansaço mesmo…

Rudá ainda pensando na pessoa que talvez ele conheça, esbarra em uma moça derrubando todo o material que ela transportava.

Rudá: Ôpa, desculpa…

Sara: Isso só acontece com você né Rudá.

Rudá: Mil desculpas …

Rudá ajuda a menina a recolher o que caiu e segue despreocupado pelo hospital.

CENA 05 – EXT. / HOSPITAL / EMERGÊNCIA / TARDE

Gisela ainda está em seu plantão, desta vez a emergência que ela precisava atender era um acidente doméstico. Pelo os que os socorristas disseram, uma panela de pressão explodiu e feriu alguns dos familiares que se reuniam para um almoço.

Socorrista: Paciente homem, ferimentos graves, queimaduras em área de risco.

Gisela: Transfira-o para a ala B, rápido.

Gisela está pegando seus equipamentos e corre em direção do acidentado.

A aparente esposa do paciente está aflita ao redor marido. A esposa tem ferimentos bem leves e superficiais que foram atendidos no trajeto e um especialista olharia depois. Gisela começa a mexer nos primeiros socorros feitos pelos atendentes para avaliar a situação.

Esposa do paciente: NÃO, VOCÊ NÃO TOCA NELE. MEU MARIDO VAI SER ATENDIDO POR UM MÉDICO DE VERDADE!

Um silêncio absoluto se instaura no local antes barulhento e todas as pessoas olham para a cena preconceituosa que a mulher arma ao ver a médica tocando seu marido.

Gisela: Ok. Senhora, eu não atendo seu marido, não haverá outro médico para atendê-lo agora. Como poder ver estão todos ocupados. E eu preciso que a senhora assine esse termo de responsabilidade agora.

Todos observam abismados a cena que se segue. A mulher está dividida entre a raiva por seu marido ter que ser atendido por uma médica negra e vida que está lhe escorrendo pelos dedos.

Enfermeira: Doutora, o paciente não ira reinsistir as queimaduras se demorarmos mais!

Gisela: Então senhora, o que decide, tempo é vida aqui. E não temos tempo!

Esposa: Eu quero conversar com o chefe do hospital, agora!

Dr. Marcos, que estava observando o desenrolar da situação, se apresenta já com o termo na mão.

Dr. Marcos: Senhora, pode assinar ou deixar que a Dra. Gisela atenta seu marido. Nenhum médico aqui é melhor ou pior. Somos todos médicos. Se assinar seu marido só será atendido quando algum membro da equipe médica terminar seu trabalho.

Enfermeira: Não vai ter como salvar o tecido, ele precisa de cirurgia! Já!

Esposa: Eu assino. Ela não toca nele.

CENA 06 – EXT. / HOSPITAL / ESC. GISELA / TARDE

A secretária do Dr. Marcos entra no escritório da Doutora Gisela que está com as mãos no rosto lamentando o fatídico caso de horas mais cedo.

Secretária: Dra. O Doutor Marcos pediu para que lhe entregasse a folha de registro para que a senhora fizesse os apontamentos para que o caso tenha as ações necessárias.

Gisela: Eu vou fazer as anotações e entrego logo após a você.

Secretária: Ok, aguardarei. Tenha uma boa tarde.

Gisela: Espero mesmo que seja uma boa tarde. E depois disse que o racismo não existe.

CENA 07 – INT. / HOSPITAL / SALA DOS PLANTONISTAS / TARDE

Miguel está em horário de descanso e se dirige calmamente em direção da sala dos plantonistas. Ele abre a porta e percebe que está vazio. Os outros funcionários ainda devem estar chegando. Miguel pega seu celular de seu armário, seleciona o número, para fazer uma ligação, o contato já bem conhecido por ele em sua lista.

Miguel: Você não sabe o que aconteceu aqui hoje. De novo a Dra. Gisela foi atacada pela onda de racismo que circula o ar do hospital… Dessa vez a coisa ficou séria…

A pessoa na linha demonstra interesse no assunto contado pelo moço.

Miguel: Não, isso não… A coisa vai pegar fogo, escuta…

Um enfermeiro entra na sala.

Miguel: Preciso desligar, até mais.

CENA 08 – EXT. / HOSPITAL / ESTACIONAMENTO / TARDE

Antonela sai da escola. Antonela pega o celular de sua bolsa e disca para a mãe.

Antonela: Alô, mãe? O motorista do carro escolar me deixou no segundo endereço de entrega.

A menina usa a ironia para falar com Gisela.

Dra. Gisela: Antonela? O que aconteceu?

Antonela: Mãe, a diretora te ligou avisando que a escola estava com falta de água. Esqueceu? Onde você está com a cabeça?

A menina explica a situação e Gisela suspira audivelmente.

Gisela: Sobe até minha sala, Antonela. Mas é para ficar quieta fazendo suas tarefas de casa.

Antonela: Eu sei né, mãe! Já vou subir…

Gisela: Já estou liberando sua entrada.

Gisela desliga o telefone e suspira, mais uma vez e pensa alto.

Gisela: Já não basta esse dia de cão, agora tenho que vigiar Antonela dentro de um hospital… O que está faltando acontecer hoje, Deus?

A médica respira profundamente e vai receber a filha na porta de sua sala.

CENA 09 – INT. / MANSÃO / TARDE

Victor entra na sala da mansão e repara em Rodolfo e Lucas Roberto sentados no sofá. E ao lado Alice Brasil segurando as mãos de Eva, acompanhado por Socorro.

Victor: Que palhaçada é essa aqui? Alguém pode me explicar.

Alice Brasil: Victor … que bom que você chegou.

Alice se aproxima, alegremente de Victor.

Alice: Onde está o seu tio? Esses seu empregos inúteis não me deixaram subir para vê-lo.

Socorro: Victor eu ..

Socorro tenta se desculpar, mas é intemrropida por Alice.

Alice: Cansei de esperar. Preciso vê o Dani …

Alice sobe as escadas correndo, e Socorro sobre atrás.

Victor encara Rodolfo.

Victor: Alguém pode me dizer o que está acontecendo?

Rodolfo: A Alice sofreu um acidente e com isso perdeu parte da memória.

Victor: Então ela não sabe que meu tio morreu.

Alice: O quê?

Fim do capítulo.

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