A Rosa & o Beija-Flor | Capítulo 16
- Estúdio Webs
- 6 de jan. de 2023
- 7 min de leitura
Atualizado: 29 de out. de 2023

De Ronald Onhas
“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.
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Afrânio: Tem alguém tentando me tirar da pista. E agora?
Afrânio olha no retrovisor um carro preto, batendo, sequententemente, na lateral do carro que ele dirige. Afrânio acelera, mas o carro continua a lhe perseguir.
Afrânio: Preciso fazer alguma coisa.
Afrânio para o carro abre a porta do veículo e sai correndo a pé. Uma pessoa mascarada desce do outro carro, e dispara três tiros nas costas de Afrânio, que cai no chão, ensanguentado.
Afrânio: Eu não posso morrer.
A pessoa se aproxima de Afrânio e dispara outro tiro, que mata o caseiro. A pessoa retira de um saco plástico, várias tulipas, e as joga em volta de Afrânio, fazendo um círculo em volta do morto.
CENA 02 – INTERNO/ SALA DE VICTOR / NOITE
Flora: Madona? Você por aqui?
Victor: Vocês se conhecem?
Flora: Lógico, Victor. Madona é praticamente minha vizinha, o bairro todo conhece ela. Mas, o que você veio fazer aqui? Está precisando de emprego?
Madona encara Victor.
Madona: Eu preciso falar com ele.
Flora fica incomodada e percebe as reações de humor de Madona e Victor.
Flora: Pode deixar que eu já to saindo. Eu querendo me meter em assuntos do Victor.
Victor: Não, amor. Fique afinal estamos num relacionamento sério e não tenho segredo para você.
Victor beija Flora, aos olhos de Madona, aflita.
Madona: Tem certeza que quer que ela fique Victor?
Flora: Porque não Madona? Tem alguma coisa que eu não poderia saber.
Victor: Não, que eu saiba. Madona, o que lhe trouxe aqui?
Madona: Eu estou grávida do Victor.
Victor: O quê?
Flora muda sua reação, enquanto Victor entre em desespero.
Victor: Não pode ser. Eu e você. A gente nunca …
Madona: Já, você não se lembrar, mas nós já fizemos. Foi na noite do evento que a Alice Brasil desfilou …
Flora: Mas, ele estava bêbado. Eu lembro, eu mesma lhe dei uma bofetada no dia da festa. O Victor não estava se agüentando em pé.
Madona: Ele estava bêbado, mas eu não fiz esse filho sozinho. Ele me ajudou.
Victor: Eu não posso acreditar numa coisa dessa, eu vou ter que exigir um teste de DNA. Eu não consciente. Será que você me dopou?
Madona: Cara, você viaja né?! Você acha que eu iria mentir com uma parada dessa, mano. É o meu filho, ele precisa de um pai.
Flora demonstra surpresa com a conversa dos dois.
Flora: Eu não tenho estomago para ouvir esse.
Victor: Calma, Flora. Vamos conversar!
Flora: Esse assunto não me pertence. Vocês precisam sentar e conversar, afinal uma criança é algo sério. E eu não tenho direito de discutir e nem reclamar, afinal eu e o Victor nem nos conhecíamos.
Victor: Flora, calma. A gente vai resolver isso de boa. Você não precisa ficar grilada.
Flora: Eu não to grilada, mas como que eu vou me relacionar com um cara que engravidou a minha vizinha? Eu não Posso ser culpada por essa criança não ter os pais juntos e felizes. Como eu fico?
Madona: Flora, eu não pretendo ficar com o Victor.
Flora: Relaxa, Madona. O problema aqui não é você, sou eu mesmo.
Victor tenta segurar os braços de Flora, que se esquiva.
Flora: Victor, acho melhor a gente dá um tempo. Você resolve sua vida e depois nós conversamos.
Victor: Não, Flora. Eu te amo e estou apaixonado por você.
Flora: Eu já decidi.
Flora sai com os olhos encharcados de lágrimas.
Victor: Droga!
Victor joga os objetos de sua mesa no chão.
Victor: Era isso que você queria? Parabéns!Você quer dinheiro?! Você quer um cheque? Me fala! Me fala de quantos você quer?! Anda!
Victor grita com Madona,em seguida pega o talão de cheque para assinar.
Madona: Eu só queria que meu filho nascesse com um pai. Porque a pior coisa da vida é crescer sem saber quem é o pai da gente.
Madona chora, copiosamente.
Madona: Engole seu cheque!
Madona sai. Victor grita de raiva, e termina de quebrar os objetos de sua sala.
CENA 03 – EXTERNO/ EM FRENTE AO PRÉDIO de FLORA / NOITE
Flora chora, copiosamente, em frente ao seu prédio, enquanto Rudá passa de carro e avista a jovem chorando. Rudá estaciona o carro, e logo em seguida, sai do carro para conversar com Flora.
Rudá: Flora está tudo bem? Posso fazer algo para te ajudar?
Flora: Você? Some daqui, garoto!
Rudá: Mas o que aconteceu com você? Conversa comigo, por favor! Deixa eu te ajudar!
Flora: Me ajudar? Garoto, esqueceu que eu não vou com sua cara?! O meu dia já terminou pessimamente e tenho que escutar essa sua voz irritante.
Rudá: Calma aí, garota! Se for para comprar dias ruins, você nem imagina o que aconteceu no meu! Eu vi um monte de gente morrer, ajudei mais um monte de gente a quase viver, e ainda por cima consegui me machucar em várias quinas do hospital… Vai querer comparar Qual dia foi pior?
Flora: Você já pensou em trabalhar no circo? Com esse seu jeito bobo e ridículo, querendo sempre fazer as pessoas ficarem melhores.
Rudá: Só se você for junto comigo.
Rudá sorri para Flora, que também ri.
Rudá: Eu tenho a ideia perfeita procurar esse mau humor seu. Vamos até o mirante?! A lua hoje tá cheia e o céu sem nuvens, vai dar para ver as estrelas lá de cima! Vamos?
Flora: Tá bom, eu aceito. Mas, só porque hoje o céu está lindo, parecendo daqueles filmes da Disney. Hoje também estou precisando distrair a mente.
Rudá: Então vamos ao meu batmóvel, está estacionado logo ali…
Flora ri e se levanta, ficando ao lado de Rudá.
Flora: Ok, mas eu não sou a mulher gato, tá bom?
Rudá ri, e os dois entram no carro.
CENA 04 – EXTERNO/ RODOVIA / NOITE
Julia e Ulisses verificam o corpo de Afrânio. Enquanto, Vicente verifica o interior do carro.
Vicente: É ele sim. É o empregado da família Castro.
Ulisses: Calma aí, então quer dizer que temos outro assassinato envolvendo a mesma família?
Julia: Isso não pode ser coincidência. Dois crimes em menos de 6 meses envolvendo a mesma família?
Iuri: Sem dizer naquele circulo de flores. Que coisa mais bizarra. Alguém anda lendo muito Staphen King.
Julia: Será que sua amiguinha está envolvida nesse caso também, Iuri?
Iuri: Vá se ferrar, Julia.
Iuri sai de perto de Julia.
Vicente: Precisamos avisar a família. Temos muito trabalho a caminho.
Vicente entra na viatura, juntamente com Iuri.
CENA 05- EXTERNO/ MIRANTE / NOITE
Do mirante, Flora e Rudá conversam enquanto observam o céu estrelado. Flora se mostra feliz, enquanto Rudá se diverte com a moça.
Flora: Estou muito melhor agora! Acho que já esquecei dos meus problemas.
Rudá: O que é que a natureza não cura? Ela cura até meus casos de doenças mais graves, não vai curar uma tristezinha sua? Clara que minha presença é primordial!
Flora: Posso lhe fazer uma pergunta pessoal?
Flora: Você sempre foi solteiro? Nunca … hum … Nunca namorou?
Rudá: Namoros de uma semana contam?
Rudá brinca.
Rudá: Porque se for, tenho alguns por aí.
Flora: Você não tem medo que esse seu jeito “bobo alegre” lhe prejudique na missão de arrumar uma mulher pra sua vida.
Rudá: Olha, eu tenho medo de muitas coisas, mas ter que mudar para agradar alguém, não é algo que eu não julgue ser certo em um relacionamento.
Flora: E você já amou alguém?
Rudá fica desconcertado.
Rudá: Amar é uma palavra muito forte, não usei esse elemento pra alguém ainda
Flora: Victor? Acho melhor deixar o Victor fora dessa conversa.
Rudá: Certo, não vou mais perguntar, quando quiser sanar minha dúvida estou aqui.
O tempo começa a mudar e Flora aproveita para trocar de assunto.
Flora: Olha esse vento parece que o tempo tá querendo mudar. E também acho melhor voltarmos, já está ficando tarde… Não quero pegar chuva.
Rudá: Ah para, você não é de açúcar nem de papel não é? Faz bem para o ser humano pegar chuva alguma vez. Curte ai!
A chuva aumenta, rapidamente, para o desespero de Flora, e alegria de Rudá.
Flora: Rudá acho melhor entrarmos no carro.A chuva tá muito forte, garoto.
Rudá: Está tá bom vamos!
Rudá e Flora entram no carro. Rudá dirige, mas por conta da forte chuva, a visibilidade fica comprometida.
Rudá: Flora, acho que não da para irmos. Não enxergo nem um palmo diante do meu nariz
Flora: Rudá, o que vamos fazer?
Flora confere o celular, que está descarregado.
Flora: Droga, meu celular acabou a bateria.
Rudá: O mais segura ficarmos no carro não vai ter jeito vamos ficar aqui até que a chuva passe um pelo menos um pouco
Flora: Rudá, eu não posso dormir no carro com você. Eu, tecnicamente, ainda namoro o Victor.
Rudá: Qual é o problema, eu não vou te atacar. Eu sou o mocinho!
Flora: Cadê o seu celular?
Rudá: Espera, vou procurar.
Rudá procura o celular no porta-luvas do carro e também nas suas bolsas.
Rudá: É sério, não lembro onde deixei.
Flora: Putz, como assim? Eu não acredito que vou ter que dormir aqui com você. Deixa eu ficar no lá atrás.
Flora fica irritada e passa para o banco do carona.
Rudá: Meu Deus, qual o problema de você dormir aqui comigo? Ou você prefere que eu saia com carro e provoque um acidente? Só vamos dormir, relaxe!
Flora: Está bom, Batman. Quando a chuva acabar me acorde. Ah, e não durma, aqui pode ser perigoso á noite.
Rudá: Só se você não roncar, aí eu não dormirei
Flora: Idiota!
Rudá: Boa noite, Flora.
Flora vira para o lado para dormir, e Rudá fica admirando-a pelo espelho do carro.
CENA 06 – INTERNO / APÊ DE JÉSSICA / NOITE
Jéssica abre a porta para Ricardo entrar. Ricardo entra, segurando um champanhe em mãos.
Jéssica: Nossa, por que você demorou tanto?
Ricardo: Eu quis trazer essa champanhe. Sabe, comemorar? Afinal agora não somos mais amantes. Somos peguetes com direito a capa de blog e tudo.
Ricardo ri.
Jéssica: Eu não achei graça nenhuma nessa história. Ainda bem que eu deixei o Victor de lado. Mas, Ricardo me fala: foi você que destruiu o escritório daquela fofoqueira?
Ricardo: Como assim? Destruiu? O que houve?
Jéssica: Sério,que não foi você? Ricardo, olha nos meus olhos.
Ricardo encara Jéssica.
Jéssica: Então, quem foi?
Ricardo: Não importa. Apenas importa que eu estou aqui com você.
Ricardo beija calorosamente Jéssica, e retira sua roupa.
Ricardo: Vamos brincar de médio, vamos?!
CENA 07 – EXTERNO/ MANSÃO / NOITE
Socorro abre as portas, Vicente entra na mansão, juntamente com Iuri. Eva e Alice aparecem no andar de cima.
Socorro: Dona Eva, aconteceu uma tragédia.
Eva: O que aconteceu?
Vicente: Dona Eva, sinto muito lhe incomodar, mas o seu funcionário foi assassinado.
FIM DO CAPÍTULO
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