top of page
Buscar
  • Foto do escritorEstúdio Webs

A Rosa & o Beija-Flor | Capítulo 23 | Última Semana


De Ronald Onhas


Ú L T I M A S E M A N A


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.

Gisela: Obrigado, Vicente!

Vicente: Calma, vamos colher seu depoimento e vamos resolver essa situação. Você é uma profissional maravilhosa e, principalmente, uma mulher maravilhosa não merece passar por nada disso. Ele vai sofrer judicialmente por todos os danos morais lhe causado.

Gisela: Vicente, eu só quero paz!

CENA 02 – INTERNO/ HOSPITAL/ NOITE

A enfermeira responsável pela ronda passa verificando o paciente.

Enfermeira: Boa noite, Thor. Como você está se sentindo?

Thor: Boa noite, eu queria ver televisão, mas acho que não tô me sentindo muito bem…

Enfermeira: Fale para mim, o que lhe incomoda?

Thor: Doí, meu corpo todo…

A enfermeira checa a temperatura do paciente que aponta muita alta, a respiração do menino está acelerada e a frequência cardíaca está baixando.

Enfermeira: Calma, vou te dar um remédio e já você melhora.

Thor: Tá… bom…

A enfermeira sai da sala com o telefone na mão, e comenta com um outro enfermeiro.

Enfermeira: Terei que chamar a médica responsável, a infecção piorou, o menino corre riscos. A situação é urgente!

CENA 03 – INTERNO/ CASA DE ANTONELLA/ NOITE

Antonella estava na companhia de Ritinha, já que sua mãe estava se divertindo na festa do hospital.

Antonella: Ai, espero que a mamãe esteja se divertindo. Porque eu estou definitivamente entediada!

Ritinha: Antonella vai assistir TV que o tédio passa!

O telefone começa a tocar e Antonella atende.

Antonella: Quem estaria ligando para o telefone fixo? Ninguém hoje em dia usa isso. Alô?!

Enfermeira: É da casa da doutora Gisela? Falo em nome do Hospital Madre Gertrudes. Precisamos falar com ela urgentemente!

Antonella: É sim, você pode me passar o recado que eu falo com ela?

Enfermeira: Avise-a que o paciente dela, Thor, precisa ser assistido com urgência!

Antonella: Aviso sim.

A menina desliga o telefone e começa a chorar, compulsivamente.

Antonella: Não acredito que meu amigo está pior! Eu preciso vê-lo! Eu tenho que ir para o hospital!

Ritinha: Quem era no telefone, Antonella?

Antonella: Temos que ir atrás da minha mãe urgente, caso de vida ou morte, Ritinha! Por favor!

Ritinha: Calma, já que é caso de vida ou morte, vou ligar para o Raoni ele já deve ter fechado a lanchonete.

CENA 04 – INTERNO/ MANSÃO/ NOITE

A empregada leva a bandeja com suco e frutas para Madona no quarto.

Madona: Muito obrigado, Otilha.

Otilha: De nada, senhora.

Madona: Já te falei para não me chamar de senhora, por favor. Otilha, por acaso você viu a Socorro por aí?

Otilha: Não, senhora … quer dizer não. A noite, geralmente, é o momento de folga da Socorro. Mas, eu posso lhe ajudar em alguma coisa? É algo que você quer?

Madona: É, na verdade não. Quer dizer, você poderia me ajudar.

Madona se levanta, pega a bolsa dentro do closet e retira um dinheiro.

Madona: Otilha, você tem filhos?

Otilha: Sim, senhora. Eu tenho dois meninos e duas meninas.

Madona: Acredito que você faria de tudo para fazer eles felizes não é? Por acaso vocês costumam passear?

Otilha: Não, Madona. Nós somos pobres, ainda mais depois que meu falecido marido caiu nos braços de Morfeu, ficou somente eu e as crianças. Tudo é muito difícil para nós. Ainda bem que tenho esse emprego.

Madona: Otilha, eu ainda não sou mãe. Mas, eu se eu já fosse iria querer fazer tudo de melhor para os meus filhos.

Madona retira o dinheiro da bolsa e coloca na bandeja do suco.

Madona: Otilha, por acaso você confia na Socorro? Você acha que Dona Eva precisa desses remédios todos?

Otilha: Olha, pra falar a verdade o Afrânio sempre dizia que Dona Eva nunca precisou de remédio coisa nenhuma, e que ela sempre estava disposta quando não estava dopada de remédios. Mas, como seus filho e neto nunca paravam em casa nunca deram conta disso.

Madona: Interessante. Otilha, e como era a relação da Socorro com o Afrânio? Porque até onde eu sei eles eram os funcionários mais antigos da mansão.

Otilha: Eles não eram muito amigos, não. Na verdade a Socorro sempre foi muito na dela, bem discreta.

Madona: Você acha que a Socorro teria coragem de fazer algo contra o Afrânio?

Otilha: É isso eu não sei …

Madona retira outra nota da bolsa, deixando visualmente percebível.

Otilha: Eu não sei. Mas, não boto minhas mãos no fogo. Madona, eu já posso ir?

Madona: Sim, fique à vontade. Adorei nosso papo de amigas.

Otilha leva a bandeja, juntamente, com o dinheiro.

Madona: Obrigado.

Otilha sai do quarto.

Madona: Eu sabia que tinha algo estranho nessa história. Amanhã eu vou seguir ela, e já sei quem vai me ajudar! O Raoni, vou até ligar pra ele agora!



CENA 05 – INTERNO/ RUA/ NOITE

Ritinha e Antonella se aproximam de Raoni.

Ritinha: Chegamos, Raoni. Bora pro hospital?

Raoni: Primeiramente, Ritinha a mãe dessa menina sabe que você está saindo com ela?

Ritinha: Raoni eu sou a babá dela, então eu sou a responsável por ela.

Raoni: Eu posso ser meio pateta, as vezes, até concordo. Mas não podemos sair com ela, pois a garota é menor de idade.

Antonella: Raoni, por favor. É caso de vida ou morte. Eu nunca te pedi nada.

Antonella finge choro, e o celular de Raoni toca.

Ritinha: Quem é ?

Raoni vê o nome de “Madona” no visor.

Raoni: Não é ninguém de importante. Vamos.

Eles entram no carro.

CENA 06 – Interno/ Festa / Noite

Alice Brasil e Lucas Roberto posam ao lado de Rodolfo e Ricardo, para as lentes de Vanessa.

Vanessa: Só mais uma pessoal.

Vanessa registra a foto.

Vanessa: Valew, galera!

Algumas convidadas se aproximam de Lucas para fotografarem com ele.

Lucas: Vem Alice.

Alice repara nas janelas do salão e lembra de sua infância.

Alice: Esse lugar me lembra algo …

(LEMBRANÇA)

Alice fica atrás de um cortina olhando para a passarela. Uma mulher se aproxima dela.

Mulher: Alice, minha filha encare seus medos. Você é uma artista e nasceu para brilhar. Essa noite será sua. Daqui você irá rodar o mundo. Mas, nunca se esqueça, jamais perca sua humildade. Sua humildade é sua maior beleza!

A mulher beija o rosto de Alice. Alice desfila, brilhantemente, na passarela. Alice se lembra de Daniel na fileira lhe aplaudindo, ao lado de Eva.

Alice: Lembrei! Eu lembrei.

Alice corre pelo salão a procura de Rodolfo, e se depara com Kaio e Vitor.

Alice: Eu lembrei!

Kaio: Lembrou de que?

Alice: Eu lembrei quem eu era, quem eu sou. Lembrei de minha essência, de minha verdade. Eu lembrei!

Alice abraça Vitor fortemente.

Rodolfo se aproxima.

Rodolfo: O que houve Alice? Esqueceu da discrição?

Alice: Eu voltei! Eu voltei,Rodolfo!Eu recordei de minha infância, de minha mãe, do Dani.

Rodolfo: Graças a Inês Brasil, já podemos marcar sua nova temporada. E sumir desse fim de mundo.

Kaio: Rodolfo olha como você fala de minha cidade.

Lucas Alberto se aproxima deles.

Alice: E nesse fim de mundo que eu nasci e cresci. Eu não quero mais voltar para Paris, quero ficar aqui no Brasil. Minha mãe disse que a maior beleza é a humildade, e, confesso, que preciso recuperar a minha. Preciso de um tempo longe dos holofotes, preciso ser eu de verdade, e não mais uma marca.

Lucas: Tem certeza, gatinha?

Alice: Certeza, absoluta.

CENA 07 – INTERNO/ FESTA/ NOITE

Flora e Rudá assistem aos acontecimentos chocados com a atrocidade falada pelo homem à Gisela.

Flora: Não é possível que ainda existam pessoas capazes de ofender uns aos outros pela cor. Deplorável.

Rudá: São pessoas sem total humanidade. Doutora Gisela é uma excelente profissional, deixa de passar muito tempo com sua filha para se dedicar a profissão. Só um babaca para ofendê-la dessa forma.

Flora: Espero que esse babaca sofra as consequências. Vamos aproveitar o resto da festa?

Rudá: Claro, ainda tem comida, vamos.

Flora: Pelo amor de Deus, você é uma criança.

Os dois seguem para a mesa de frios, flora ainda rindo das bobeiras de Rudá.

CENA 08 – INTERNO/ HOSPITAL/ NOITE

A enfermeira tenta de todas as formas manter a estabilidade de Thor junto com o medico plantonista.

Enfermeira: O paciente já não está mais respondendo a medicação intravenosa, doutor.

Plantonista: A pressão arterial também está caindo cada vez mais.

Os dois se olham, temendo pelo futuro do paciente.

Plantonista: Peça um exame rápido, precisamos ver como o vírus está, só assim saberemos agir enquanto a Dra. Gisela não chega.

A enfermeira segue rapidamente para a coleta de sangue alertando a recepção para tentar o contato com Dra. Gisela.

CENA 09 – INTERNO/ RUA/ NOITE

Raoni chega com Ritinha e Antonella no estacionamento do salão de festas onde ocorre o baile do hospital.

Raoni: Pelo amor de Deus, Ritinha. Vê se toma cuidado com essa criança!

Ritinha: Fica calmo, espera ai que vamos ver se conseguimos pegar a Dra. Gisela… Não sai daí!

Raoni: Tá bom, vão logo!

Antonella: Vamos logo, Ritinha!

Ritinha e Antonella chegam até o portão de entrada e falam com a recepcionista.

Antonella: Oi, preciso falar com a minha mãe, é urgente!

Segurança: Mais uma querendo entrar de penetra… Essa não cola, criança.

Antonella: Minha mãe é médica, ela tem uma chamado de urgência, eu preciso avisar a ela.

Segurança: Vai brincar de Barbie, ou melhor, essa hora é hora de criança dormir.

O segurança vira as costas e fecha a porta de vidro.

Ritinha: Antonella, não deu! O que vamos fazer agora?

Antonella: Ah, mas alguém v”””’ai me ouvir…

A menina resolveu bater e gritar na porta.

Antonella: MÃE, MÃE! É O THOR, ELE TÁ MAL! MÃE ATENDE…

Segurança: ô garota, dá o for daqui, ou vou chamar a polícia…

Ritinha: Não precisa não moço, já estamos indo.

Ritinha pega Antonella a força que ainda chamava pela mãe e a leva para o carro de Raoni.

Ritinha: Toca para o hospital.

Raoni olha preocupado para a cena: Antonella chorava compulsivamente, mas segue o pedido de Ritinha.

CENA 10 – INTERNO/ HOSPITAL/ NOITE

A enfermeira chega com o exame de Thor pronto para o plantonista, que o analisa cuidadosamente.

Plantonista: Sabia. A bactéria da pneumonia se alastrou, o quadro se desenvolveu.

Enfermeira: O que devemos fazer então?

Plantonista: Máximo isolamento, pois o vírus é transmissível. Mande chamar a Dra. Gisela pelo microfone da festa. Precisamos dela urgente e da infectologista. Corremos risco grave de perder o paciente.

Enfermeira: Ok, vou tomar as providências.

Fim do capítulo.

0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

CLICHÊ 2 | Último capítulo

De Nando Braga “Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidde”. ÚLTIMO CAPÍTULO Tempo previsto de leitura: 05 minutos Capítulo 30: Créditos: De

bottom of page