A Rosa & o Beija-Flor | Capítulo 23 | Última Semana
- Estúdio Webs
- 6 de jan. de 2023
- 6 min de leitura
Atualizado: 29 de out. de 2023

De Ronald Onhas
Ú L T I M A S E M A N A
“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.
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Gisela: Obrigado, Vicente!
Vicente: Calma, vamos colher seu depoimento e vamos resolver essa situação. Você é uma profissional maravilhosa e, principalmente, uma mulher maravilhosa não merece passar por nada disso. Ele vai sofrer judicialmente por todos os danos morais lhe causado.
Gisela: Vicente, eu só quero paz!
CENA 02 – INTERNO/ HOSPITAL/ NOITE
A enfermeira responsável pela ronda passa verificando o paciente.
Enfermeira: Boa noite, Thor. Como você está se sentindo?
Thor: Boa noite, eu queria ver televisão, mas acho que não tô me sentindo muito bem…
Enfermeira: Fale para mim, o que lhe incomoda?
Thor: Doí, meu corpo todo…
A enfermeira checa a temperatura do paciente que aponta muita alta, a respiração do menino está acelerada e a frequência cardíaca está baixando.
Enfermeira: Calma, vou te dar um remédio e já você melhora.
Thor: Tá… bom…
A enfermeira sai da sala com o telefone na mão, e comenta com um outro enfermeiro.
Enfermeira: Terei que chamar a médica responsável, a infecção piorou, o menino corre riscos. A situação é urgente!
CENA 03 – INTERNO/ CASA DE ANTONELLA/ NOITE
Antonella estava na companhia de Ritinha, já que sua mãe estava se divertindo na festa do hospital.
Antonella: Ai, espero que a mamãe esteja se divertindo. Porque eu estou definitivamente entediada!
Ritinha: Antonella vai assistir TV que o tédio passa!
O telefone começa a tocar e Antonella atende.
Antonella: Quem estaria ligando para o telefone fixo? Ninguém hoje em dia usa isso. Alô?!
Enfermeira: É da casa da doutora Gisela? Falo em nome do Hospital Madre Gertrudes. Precisamos falar com ela urgentemente!
Antonella: É sim, você pode me passar o recado que eu falo com ela?
Enfermeira: Avise-a que o paciente dela, Thor, precisa ser assistido com urgência!
Antonella: Aviso sim.
A menina desliga o telefone e começa a chorar, compulsivamente.
Antonella: Não acredito que meu amigo está pior! Eu preciso vê-lo! Eu tenho que ir para o hospital!
Ritinha: Quem era no telefone, Antonella?
Antonella: Temos que ir atrás da minha mãe urgente, caso de vida ou morte, Ritinha! Por favor!
Ritinha: Calma, já que é caso de vida ou morte, vou ligar para o Raoni ele já deve ter fechado a lanchonete.
CENA 04 – INTERNO/ MANSÃO/ NOITE
A empregada leva a bandeja com suco e frutas para Madona no quarto.
Madona: Muito obrigado, Otilha.
Otilha: De nada, senhora.
Madona: Já te falei para não me chamar de senhora, por favor. Otilha, por acaso você viu a Socorro por aí?
Otilha: Não, senhora … quer dizer não. A noite, geralmente, é o momento de folga da Socorro. Mas, eu posso lhe ajudar em alguma coisa? É algo que você quer?
Madona: É, na verdade não. Quer dizer, você poderia me ajudar.
Madona se levanta, pega a bolsa dentro do closet e retira um dinheiro.
Madona: Otilha, você tem filhos?
Otilha: Sim, senhora. Eu tenho dois meninos e duas meninas.
Madona: Acredito que você faria de tudo para fazer eles felizes não é? Por acaso vocês costumam passear?
Otilha: Não, Madona. Nós somos pobres, ainda mais depois que meu falecido marido caiu nos braços de Morfeu, ficou somente eu e as crianças. Tudo é muito difícil para nós. Ainda bem que tenho esse emprego.
Madona: Otilha, eu ainda não sou mãe. Mas, eu se eu já fosse iria querer fazer tudo de melhor para os meus filhos.
Madona retira o dinheiro da bolsa e coloca na bandeja do suco.
Madona: Otilha, por acaso você confia na Socorro? Você acha que Dona Eva precisa desses remédios todos?
Otilha: Olha, pra falar a verdade o Afrânio sempre dizia que Dona Eva nunca precisou de remédio coisa nenhuma, e que ela sempre estava disposta quando não estava dopada de remédios. Mas, como seus filho e neto nunca paravam em casa nunca deram conta disso.
Madona: Interessante. Otilha, e como era a relação da Socorro com o Afrânio? Porque até onde eu sei eles eram os funcionários mais antigos da mansão.
Otilha: Eles não eram muito amigos, não. Na verdade a Socorro sempre foi muito na dela, bem discreta.
Madona: Você acha que a Socorro teria coragem de fazer algo contra o Afrânio?
Otilha: É isso eu não sei …
Madona retira outra nota da bolsa, deixando visualmente percebível.
Otilha: Eu não sei. Mas, não boto minhas mãos no fogo. Madona, eu já posso ir?
Madona: Sim, fique à vontade. Adorei nosso papo de amigas.
Otilha leva a bandeja, juntamente, com o dinheiro.
Madona: Obrigado.
Otilha sai do quarto.
Madona: Eu sabia que tinha algo estranho nessa história. Amanhã eu vou seguir ela, e já sei quem vai me ajudar! O Raoni, vou até ligar pra ele agora!
CENA 05 – INTERNO/ RUA/ NOITE
Ritinha e Antonella se aproximam de Raoni.
Ritinha: Chegamos, Raoni. Bora pro hospital?
Raoni: Primeiramente, Ritinha a mãe dessa menina sabe que você está saindo com ela?
Ritinha: Raoni eu sou a babá dela, então eu sou a responsável por ela.
Raoni: Eu posso ser meio pateta, as vezes, até concordo. Mas não podemos sair com ela, pois a garota é menor de idade.
Antonella: Raoni, por favor. É caso de vida ou morte. Eu nunca te pedi nada.
Antonella finge choro, e o celular de Raoni toca.
Ritinha: Quem é ?
Raoni vê o nome de “Madona” no visor.
Raoni: Não é ninguém de importante. Vamos.
Eles entram no carro.
CENA 06 – Interno/ Festa / Noite
Alice Brasil e Lucas Roberto posam ao lado de Rodolfo e Ricardo, para as lentes de Vanessa.
Vanessa: Só mais uma pessoal.
Vanessa registra a foto.
Vanessa: Valew, galera!
Algumas convidadas se aproximam de Lucas para fotografarem com ele.
Lucas: Vem Alice.
Alice repara nas janelas do salão e lembra de sua infância.
Alice: Esse lugar me lembra algo …
(LEMBRANÇA)
Alice fica atrás de um cortina olhando para a passarela. Uma mulher se aproxima dela.
Mulher: Alice, minha filha encare seus medos. Você é uma artista e nasceu para brilhar. Essa noite será sua. Daqui você irá rodar o mundo. Mas, nunca se esqueça, jamais perca sua humildade. Sua humildade é sua maior beleza!
A mulher beija o rosto de Alice. Alice desfila, brilhantemente, na passarela. Alice se lembra de Daniel na fileira lhe aplaudindo, ao lado de Eva.
Alice: Lembrei! Eu lembrei.
Alice corre pelo salão a procura de Rodolfo, e se depara com Kaio e Vitor.
Alice: Eu lembrei!
Kaio: Lembrou de que?
Alice: Eu lembrei quem eu era, quem eu sou. Lembrei de minha essência, de minha verdade. Eu lembrei!
Alice abraça Vitor fortemente.
Rodolfo se aproxima.
Rodolfo: O que houve Alice? Esqueceu da discrição?
Alice: Eu voltei! Eu voltei,Rodolfo!Eu recordei de minha infância, de minha mãe, do Dani.
Rodolfo: Graças a Inês Brasil, já podemos marcar sua nova temporada. E sumir desse fim de mundo.
Kaio: Rodolfo olha como você fala de minha cidade.
Lucas Alberto se aproxima deles.
Alice: E nesse fim de mundo que eu nasci e cresci. Eu não quero mais voltar para Paris, quero ficar aqui no Brasil. Minha mãe disse que a maior beleza é a humildade, e, confesso, que preciso recuperar a minha. Preciso de um tempo longe dos holofotes, preciso ser eu de verdade, e não mais uma marca.
Lucas: Tem certeza, gatinha?
Alice: Certeza, absoluta.
CENA 07 – INTERNO/ FESTA/ NOITE
Flora e Rudá assistem aos acontecimentos chocados com a atrocidade falada pelo homem à Gisela.
Flora: Não é possível que ainda existam pessoas capazes de ofender uns aos outros pela cor. Deplorável.
Rudá: São pessoas sem total humanidade. Doutora Gisela é uma excelente profissional, deixa de passar muito tempo com sua filha para se dedicar a profissão. Só um babaca para ofendê-la dessa forma.
Flora: Espero que esse babaca sofra as consequências. Vamos aproveitar o resto da festa?
Rudá: Claro, ainda tem comida, vamos.
Flora: Pelo amor de Deus, você é uma criança.
Os dois seguem para a mesa de frios, flora ainda rindo das bobeiras de Rudá.
CENA 08 – INTERNO/ HOSPITAL/ NOITE
A enfermeira tenta de todas as formas manter a estabilidade de Thor junto com o medico plantonista.
Enfermeira: O paciente já não está mais respondendo a medicação intravenosa, doutor.
Plantonista: A pressão arterial também está caindo cada vez mais.
Os dois se olham, temendo pelo futuro do paciente.
Plantonista: Peça um exame rápido, precisamos ver como o vírus está, só assim saberemos agir enquanto a Dra. Gisela não chega.
A enfermeira segue rapidamente para a coleta de sangue alertando a recepção para tentar o contato com Dra. Gisela.
CENA 09 – INTERNO/ RUA/ NOITE
Raoni chega com Ritinha e Antonella no estacionamento do salão de festas onde ocorre o baile do hospital.
Raoni: Pelo amor de Deus, Ritinha. Vê se toma cuidado com essa criança!
Ritinha: Fica calmo, espera ai que vamos ver se conseguimos pegar a Dra. Gisela… Não sai daí!
Raoni: Tá bom, vão logo!
Antonella: Vamos logo, Ritinha!
Ritinha e Antonella chegam até o portão de entrada e falam com a recepcionista.
Antonella: Oi, preciso falar com a minha mãe, é urgente!
Segurança: Mais uma querendo entrar de penetra… Essa não cola, criança.
Antonella: Minha mãe é médica, ela tem uma chamado de urgência, eu preciso avisar a ela.
Segurança: Vai brincar de Barbie, ou melhor, essa hora é hora de criança dormir.
O segurança vira as costas e fecha a porta de vidro.
Ritinha: Antonella, não deu! O que vamos fazer agora?
Antonella: Ah, mas alguém v”””’ai me ouvir…
A menina resolveu bater e gritar na porta.
Antonella: MÃE, MÃE! É O THOR, ELE TÁ MAL! MÃE ATENDE…
Segurança: ô garota, dá o for daqui, ou vou chamar a polícia…
Ritinha: Não precisa não moço, já estamos indo.
Ritinha pega Antonella a força que ainda chamava pela mãe e a leva para o carro de Raoni.
Ritinha: Toca para o hospital.
Raoni olha preocupado para a cena: Antonella chorava compulsivamente, mas segue o pedido de Ritinha.
CENA 10 – INTERNO/ HOSPITAL/ NOITE
A enfermeira chega com o exame de Thor pronto para o plantonista, que o analisa cuidadosamente.
Plantonista: Sabia. A bactéria da pneumonia se alastrou, o quadro se desenvolveu.
Enfermeira: O que devemos fazer então?
Plantonista: Máximo isolamento, pois o vírus é transmissível. Mande chamar a Dra. Gisela pelo microfone da festa. Precisamos dela urgente e da infectologista. Corremos risco grave de perder o paciente.
Enfermeira: Ok, vou tomar as providências.
Fim do capítulo.
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