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Anjo Bom | Capítulo 06


Web Novela de Everton B Dutra


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.


01 INT. EMPRESA DELLAFRANCO, SALA DE MIGUEL — NOITE.

Foco. Silêncio. Miguel não consegue dizer uma palavra, enquanto digere tudo que acabou de ouvir. Por fim, ele sorri, achando tudo muito absurdo.

MIGUEL — Você só deve estar ficando louco.

JULIANO — Você vai casar com outro cara por dinheiro e depois eu sou louco?

MIGUEL — Eu não posso assumir a paternidade desse menino.

JULIANO (corrige) — Toni.

MIGUEL(pensativo) — O mesmo nome do meu avô… Eu não posso fazer isso.

JULIANO — Então não posso assinar o contrato.

Juliano engole em seco, olhando Miguel por alguns segundos antes de dar meia volta e sair. Miguel põe as mãos na cabeça e pensa. Pragueja. Em seguida, pega o papel e corre.

02 EXT. EMPRESA DELLAFRANCO, RUA—NOITE.

CAM. Juliano acaba de sair da empresa.

Foco em seu rosto,confuso, atordoado.

Ele, sem pensar, caminha para atravessar a rua. Distraído, seu rosto é iluminado por um farol de carro, seguido de buzinas desesperadas. Quando se dá conta é puxado com força para trás, ao passo que o carro passa a toda velocidade.

CAM. Seus corpos estão bem próximos um do outro. Revela Miguel, agarrando Juliano, que por sua vez, abalado, olha fixamente para dentro de seus olhos. Miguel, por outro lado, não esboça reação alguma.

MIGUEL — Essa mania que você tem de atravessar as ruas sem olhar para os lados ainda vai acabar te matando… e eu preciso de você bem vivo (T) Aceito suas condições. Agora, assina.

Miguel solta Juliano, que cambaleia para trás. Miguel lhe estende uma caneta.

JULIANO (se recuperando) — Se estiver me enganado,eu juro que/

MIGUEL — Tem a minha palavra! Toni será registrado o mais rápido possível. Ele será Antônio Dellafranco.

Juliano balança a cabeça, ainda atônito. Miguel vira-se, dando suas costas de apoio para que Juliano, servindo de apoio para que Juliano assine o contrato.

Em Juliano, engole em seco. Intimidado, ele apoia a folha nas costas de Miguel. CAM.Paralelo aos rostos de Miguel e Juliano; firmeza e insegurança.

Juliano assina.

JULIANO — Assinado.Agora estamos… Casados?

Miguel pega o papel e analisa bem,balançando a cabeça.

MIGUEL — Eu espero que sim (levanta os olhos) Terá que se mudar para minha casa amanhã mesmo. Eu mandarei alguém cuidar disso.

E então Miguel vai andando à passos firmes, sem olhar para trás. Deixando Juliano, que esfrega os braços, friento.

JULIANO(grita)——Como consegue ser tão frio? Sempre no automático?

Miguel para de andar. Foco em seu rosto.

MIGUEL — Até amanhã.Tenha uma boa noite.

JULIANO ——Juliano! Me chamo Juliano.

MIGUEL —— Isso.

E passa a andar novamente. Juliano olha para os lados, respira e atravessa a rua.




03 INT. CASA DE MEL — NOITE.

Mel,Laís, Ricardo e Verônica estão sentados, conversando na sala de jantar.

VERÔNICA —— Ai, Ricardo. Com que você trabalha?

RICARDO — Ah, eu sou programador de software. Trabalho em uma importante empresa de tecnologia.

LAÍS ——Que interessante! É mais do que imaginava até.

Laís olha para Ricardo e morde os lábios. Ele retribui o sorriso.

RICARDO — Vou pegar mais whisky pra gente.

MEL ——(tímida)Eu só vou querer mais um pouquinho.

LAÍS ——Se eu fosse você bebia muito, quem sabe depois de embriagada, você não vomita e perde um pouquinho de toda essa gordura, heim?

Mel tenta ignorar. Ricardo levanta-se e vai até a mesa de bebidas.

CAM. Discretamente, retira do bolso do blazer um comprimido em cápsula, abre-o no meio e despeja o pó no copo, seguido de Whisky. Sorri e o leva até Mel, sentando-se de volta à mesa logo depois.

RICARDO ——A Mel é uma pessoa muito especial pra mim. Quando conheci ela estava num momento delicado da minha vida.Foi como uma luz no meio de tanta escuridão.

LAÍS —— Ah, mas… Podia ser qualquer pessoa, não é verdade?

Mel se chateia e bebe todo o whisky de uma vez.

= = CORTE DESCONTÍNUO = =

Mel está escorada em Ricardo, cambaleante pelos corredores da casa. Ela ri do nada. Ricardo abre a porta de um QUARTO e guia Mel até a cama.

RICARDO ——Você bebeu muito whisky. Acho que agora… O melhor a se fazer… É mesmo descansar.

Ricardo espera Mel dormir, tomando cuidado para não fazer barulho. Sorri, com certo encanto.

RICARDO ——Otária.

Ricardo levanta-se, desamassa o terno.

= = CORTE DESCONTÍNUO = =

Foco em Ricardo, descendo as escadas rapidamente, dando de cara com Laís.

RICARDO ——Deixei a Mel dormindo.Devo ir agora.

LAÍS — Eu te acompanho até o portão.

Laís sorri.

04 INT. DELEGACIA — NOITE.

PLANO GERAL. Sala cheia de polícias. Todos em reunião. MAURÍCIO (27) passa as coordenadas da missão. Atrás dele, um quadro branco rabiscados com algumas coordenadas.

MAURÍCIO — A missão é a seguinte: precisamos impedir o tráfico de armas no Morro do Talarico. Vamos invadir. Acionem reforços e mandem viaturas(T) A coisa vai ficar feia.

Maurício encara todos os policiais.

05 EXT. BAILE FUNK, MORRO DO TALARICO — NOITE

PLANO AÉREO de toda a extensão do morro. Vemos destacadamente uma parte bastante iluminada e badalada. Música alta. Muitas pessoas dançam quase que coladas uma na outra.

CORTE RAPIDO PARA:

06 EXT. BAILE FUNK, MORRO DO TALARICO — NOITE

SONOPLASTIA: Ôh, Novinha- MC Don Juan.

CAM foca em Jade, dançando intensamente, sorrindo.

A música diminui.

Sobe no palco, MOISÉS (24) com uma arma em mãos, e mais dois homens, uma de cada lado.

MOISÉS — Ah êh, rapaziada!Cês tão certo que aqui só vai acabar de dia, né?

Todos começam a gritar.

MOISÉS ——Então vambora comemorar, meu povo!

Outra enxurrada de gritos, acompanhados por tiros disparados no alto.

MUDANÇA DE FOCO: Jade acha tudo muito pesado, sente-se mal. MUDANÇA DE FOCO: Moisés olha de soslaio para ela e sorri.

VOLTA PARA Jade, que continua a dançar quando a música volta, incansável. Alguns takes dela rebolando, rindo com algumas outras pessoas, suando.

Ela vacila, mas é agarrada por Moisés.

MOISÉS — Sozinha num morro onde só tem bandido, mina? Tá louca?

JADE(desvencilha) — Tem outras meninas aqui.

MOISÉS — Mas essas já são daqui. Você tem cara de quem é filha de pai rico. Roupa de grife… Perfume bom… Toda na beca, mano.

JADE — Não se engane comigo. Eu sei muito bem me defender. Aliás, meu papai rico não está aqui agora.

Jade ia saindo, mas Moisés segura seu braço.

MOISÉS — Espera.

Jade olha diretamente para a arma Moisés que carrega na cintura.

MOISÉS — Tá bom…

Moisés põe os braços para cima, anda até um balcão próximo, e deixa sua arma lá. Volta à Jade.

MOISÉS — Tô limpo.

JADE — Quem se importa?

MOISÉS —— Você.

JADE ——Me poupe.

Moisés pega Jade e encosta seu corpo no dele. Seus rostos ficam próximos

MOISÉS — Porque brincar de se enganar se nós sabemos que não é isso que você quer?

JADE ——Convencido. Me solta. O que você quer?

MOISÉS — Você.

JADE — Em que para-brisa de caminhão você aprendeu as artes da sedução, heim?

MOISÉS — Nunca disse que seria romântico.

JADE — Me solta, seu vagabundo.

MOISÉS — Nunca, minha dama.

Moisés sorri. As luzes iluminam seus rostos. Eles se entreolham.

07 INT. MORRO DO TALARICO — NOITE

Em outro ponto, as viaturas da polícia acabam de estacionar bruscamente. Não demora muito para que os agentes desçam com as armas, cassetetes e escudos em mãos.

MAURICIO ——Bora, bora, bora.

Muito movimento, as tropas são todas guiadas por Maurício, sempre muito cauteloso.

08 EXT. RUA — NOITE.

PLANO GERAL. Rua deserta e pouco iluminada. Foco em Juliano andando pela rua, pensativo.

Um movimento diferente se faz no local. Juliano para de andar, cauteloso. Percebe, então, que é observado. Apressa o passo e de repente alguns caras armados com motos passam a persegui-lo.

JULIANO(amedrontado) — Agiotas!

Juliano começa a correr de verdade.

PLANO SEQUÊNCIA:

CAM persegue Juliano, correndo, desce as escadas e as motos estão espalhadas por todos lados. Ele para, respirando, vendo-se desesperado. Breves momento em Câmera lenta.

Logo depois, ele recupera o fôlego e corre desesperadamente. Ele segue pelas calçadas das casas e pequenas lojas fechadas da rua.

De repente, segue-se contínuos disparos de tiros contra Juliano. Abaixando-se, ao mesmo tempo que corre, os tiros estraçalham a vidraçaria das lojas. Juliano, cambaleante, volta a correr.

09 EXT. BAILE FUNK, MORRO DO TALARICO — NOITE

A música continua.

Jade e Moisés iam se beijar quando o local é explodido e vários policiais entram atirando, espantando todos do local.

CAM. Confusão na cena. Gritos. A Câmera é empurrada de um lado para o outro, sem rumo. Todos começam a correr dos tiros trocados pelos bandidos e a polícia.

CAM retorna ao foco.

Moisés corre com Jade para debaixo do balcão do bar, onde um tiro acerta uma garrafa, que quebra cima de Jade, em desespero, cobrindo o rosto. Ela grita.

Em Moisés, por cima do balcão, atira contra Maurício, que consegue desviar. VOLTA.

MOISÉS —(grita)Corre! Corre! Corre!

SLOW MOTION. Jade, olha para Moisés, perdida. Logo depois, sai de debaixo do balcão.

Corre, com vidros sendo quebrados atrás de si, sons de tiros e as pessoas se empurrando na tentativa de fugir.

10 EXT. RUA — NOITE.

Mantém o ritmo de ação e suspense. Juliano desce algumas escadas e sai em disparada, empurrando as pessoas à sua frente.

FOCO nos agiotas e o restante da gangue, que se separam e vão para os lados, insanos. O som das motos rasgando o silêncio da noite, queimando pneu enquanto cercam Juliano.

VOLTA em Juliano, que se encosta em uma parede, ofegante. Ele puxa o ar, desesperado.

JULIANO — Ai, meu Deus!

E sai novamente disparado.

11 EXT. MORRO DO TALARICO — NOITE.

Um tiro passa raspando em Jade. Ela se encosta no muro e tapa os ouvidos, desesperada. Em meio a todo caos, chorando. Ela olha para frente e avista uma criança no meio da guerra, perdida.

Jade percebe que a qualquer hora, a criança seria atingida. Jade olha para os lados, meio atordoada com todo o gás e fumaça do local.

Ela respira e sai correndo em direção à criança. Agarra rapidamente a mesma nos braços e sai correndo.

CHICOTE E TRAVELLING. Jade sai correndo por um beco.

MULHER — Meu filho!

Jade ouve uma mulher gritar e entrega a criança a ela. A mulher, aos prantos, agradece desesperada e sai correndo.

Jade ia fazer o mesmo, mas é fechada por uma tropa de bandidos de um lado, tenta o outro lado, mas é fechada por uma tropa de polícias. Muita tensão. Em Jade, encurralada.

13 EXT. RUA — NOITE

Ritmo. Juliano continua correndo e no desespero, adentra num GALPÃO.

CAM. Continua correndo e vê uma das motos vindo em sua direção, seguida de várias outras de todos os lados, rodeando-o. Se encontra sem saída.

AGIOTA — Perdeu, mano! Achou que ia me passar a perna, né?

O agiota desce da moto e dá com a arma no rosto de Juliano, que agoniza e cai no chão, pondo as mãos na frente do rosto. Ele é levantado pelos cabelos por um outro capanga, que o faz ficar de joelhos.

Foco. O agiota põe a arma na cabeça de Juliano.

AGIOTA — Vai morrer, leke.

Suspense. SPLIT-SCREAM. Entre Jade e Juliano.

A cena congela.

Fim do capítulo.


OBRA REGISTRADA E PROTEGIDA PELA LEI N° 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO, DE 1998. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.

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