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Anjo Bom | Capítulo 08


Web Novela de Everton B Dutra


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.


01 INT. HOTEL, BAR-NOITE.

Continuação Imediata do Capítulo Anterior…

CAM. Leandra continua atônita com a presença de Laerte no bar.

LAERTE — O que é que você fez com aquela criança, heim? Escondeu do ricaço?

LEANDRA — Não te interessa. Escuta aqui, você vai sair daqui e nunca mais me procurar, entendeu?

Laerte ri.

LAERTE — Cê tá louca, né? Sabe muito bem que todo segredo tem um preço, o seu também tem, e não é pouco, não.

LEANDRA — Para de me ameaçar, seu cretino!

LAERTE — Vai me dar, e vai me dar o quanto eu pedir. Bom, se quiser que esse seu fetiche materno permaneça intacto…

Leandra bate na cara de Laerte com força.

LEANDRA — Você é um verme! Eu vou te dar esse dinheiro, mas escuta bem, Laerte, escuta muito bem; Acabou, você me entendeu? Chega de ficar me ameaçando.

LAERTE — Amanhã eu quero esse dinheiro na minha conta. Trate de ser bem generosa.

Laerte sai.

LENDRA — Asqueroso.

Leandra fica perdida em seus pensamentos, quando é surpreendida por um queimar de pneus, seguido de uma batida forte.

02 EXT. HOTEL — NOITE

CAM. Muitas pessoas amontoadas. Em Leandra, que sai empurrando as pessoas. FOCO em seu rosto, pálido. Surpreende-se com o corpo de Laerte esparramado no chão, morto.

03 INT. CASA DE JULIANO — DIA.

A campainha toca. Toni se encontra dormindo e Juliano recusa-se a ir atender. Toca mais uma vez.

Juliano grunhi de dor.A campainha toca insistentemente.

Juliano, com muita dificuldade, levanta-se e sai mancando em direção à porta. Abre.

MIGUEL (irado/ surpreso)— Será possível que eu vou ter q/ O que aconteceu com você?

Juliano dá as costas, caminhando até o sofá.

Senta-se. Miguel entra, surpreso com a situação.

MIGUEL(chocado)—— Vai me explicar?

JULIANO — É uma longa história. Senta.

Eu vou contar tudo. Au.

Juliano sente dor.

= = CORTE DESCONTÍNUO = =

MIGUEL(bravo)——Quer dizer que você está devendo para agiotas? Eu… eu não acredito nisso!

JULIANO — Você só precisa me emprestar a quantia que eles me pediram. Tipo um adiantamento.

Miguel começa a rir de nervoso.

MIGUEL ——A questão não é essa! Você acha mesmo que eles vão te deixar em paz quando der o dinheiro? Agora, os juros devem estar nas alturas! Eles vão querer mais, e mais, e não vão te deixar em paz até você morrer. E eu preciso de você…

Miguel pensa, caminhando de um lado para o outro.

MIGUEL — Vivo. Eu preciso de você vivo…

Já sei o que vou fazer…

Miguel pega o celular e digita um número. Aguarda um pouco.

MIGUEL — Alô?




04 INT. AP DE RICARDO — DIA.

CAM. Ricardo, caminha, de cueca branca, até uma pequena pia com um espelho quebrado logo acima.

RICARDO — Você vai ver como meu plano vai dar certo.

A Laís caiu direitinho na minha conversa de bom moço, mas ela não quer nada sério… Vou ter que forçar.

Vou pedir a gorda em casamento, daí eu quero ver a Laís não implorar, daí eu quero ver. Então a fortuna daquela família será minha.

Ricardo ri para ele mesmo no espelho.

05 EXT. MORRO DO TALARICO — DIA.

Um táxi acaba de partir.

Revela Jade, aparentemente abalada, relembrando todo o acontecido da noite anterior. Ela observa o morro destruído e lamenta.

MOISÉS(V.O)— Tão rápido. O baile funk acabou.

Jade olha para trás e vê Moisés, arrasado.

MIGUEL — Tá tudo destruído. Eles acabaram com tudo, mano. Cê é louco…

JADE — Sinto muito. Foi horrível mesmo. Eu… Não imaginava. Eu/

MOISÉS —— Achou que era invenção da televisão, dos jornais…? Pensou que só existia o seu mundinho de gente rica e bem estudada? Tamo no corre pra reconstruir tudo… De novo.

JADE ——Você já viu o mar?

MOISÉS — Meu morro foi destruído a bala e você me pergunta se eu já vi o mar?

Jade olha para Moisés. Um minuto de silêncio.

MOISÉS ——Não. Nasci e vivi aqui. Meu mundo é esse.

JADE — Vem comigo. Eu quero te mostrar um pouco do meu mundo.

06 INT. CARRO — DIA.

O carro de Miguel está estacionado em frente a um galpão. Ele e Juliano combinam algumas coisas.

MIGUEL — Faz tudo como a gente combinou.

Pega essa mala e leva até eles.

JULIANO — Ainda não me disse o que vai fazer.

MIGUEL — Você já vai saber. Por enquanto, é melhor não saber, não.

Juliano respira fundo. Pega a mala e sai do carro.

ENTRA.

SONOPLASTIA: Tambores de Guerra — Alexandre de Faria (Instrumental)

07 INT. GALPÃO — DIA.

A música continua. Juliano caminha a passos pesados e lentos, ainda mancando. Sua respiração sai com dificuldade. Ele caminha com cautela.

MIGUEL(V.O)——Com cuidado… Vai devagar.

Juliano para quando escuta a voz de Miguel pelo grampo posto discretamente em seu ouvido.

Continua a andar e adentra no galpão.

JULIANO — Eles estão armados.

Juliano vê toda a extensão, lotada por agiotas armados, apontando para ele.

MIGUEL(V.O)— Não fica nervoso. Eles vão perceber.

Ele anda até o centro.

AGIOTA — Põe a mala com o dinheiro no chão!

JULIANO(Sussurra) — E agora?

MIGUEL(V.O)— Faz o que eles estão pedindo.

AGIOTA — Bota a mala no chão, mano!

Hesitante, Juliano põe a mala no chão com cuidado.

MIGUEL(V.O)— Sai daí, sai daí!

Juliano vira as costas e sai andando.

AGIOTA — Peraí! Pensa que vai onde?

Juliano para e ouve o trincar da arma.

AGIOTA — Fica até eu conferir o dinheiro.

MIGUEL(V.O)— Droga.

JULIANO (Sussurra)— O que quis dizer com isso?

MIGUEL(V.O)— Eles não podem abrir essa mala agora.

JULIANO — Por quê?

MIGUEL(V.O)— Porque aí não tem dinheiro nenhum. É só um monte de bolo de papel.

Foco no rosto de Juliano, chocado e desesperado. Uma lágrima cai de seu rosto.

JULIANO — O quê?

Juliano vira-se e vê o agiota se agachando para abrir a mala. Juliano abre a boca, angustiado.

MIGUEL(V.O)— Droga, droga, droga, droga!

Tensão. A cena congela

Fim do capítulo.


OBRA REGISTRADA E PROTEGIDA PELA LEI N° 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO, DE 1998. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.

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