Anjo Bom | Capítulo 08
- Estúdio Webs
- 5 de jan. de 2023
- 4 min de leitura
Atualizado: 29 de out. de 2023

Web Novela de Everton B Dutra
“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.
01 INT. HOTEL, BAR-NOITE.
Continuação Imediata do Capítulo Anterior…
CAM. Leandra continua atônita com a presença de Laerte no bar.
LAERTE — O que é que você fez com aquela criança, heim? Escondeu do ricaço?
LEANDRA — Não te interessa. Escuta aqui, você vai sair daqui e nunca mais me procurar, entendeu?
Laerte ri.
LAERTE — Cê tá louca, né? Sabe muito bem que todo segredo tem um preço, o seu também tem, e não é pouco, não.
LEANDRA — Para de me ameaçar, seu cretino!
LAERTE — Vai me dar, e vai me dar o quanto eu pedir. Bom, se quiser que esse seu fetiche materno permaneça intacto…
Leandra bate na cara de Laerte com força.
LEANDRA — Você é um verme! Eu vou te dar esse dinheiro, mas escuta bem, Laerte, escuta muito bem; Acabou, você me entendeu? Chega de ficar me ameaçando.
LAERTE — Amanhã eu quero esse dinheiro na minha conta. Trate de ser bem generosa.
Laerte sai.
LENDRA — Asqueroso.
Leandra fica perdida em seus pensamentos, quando é surpreendida por um queimar de pneus, seguido de uma batida forte.
02 EXT. HOTEL — NOITE
CAM. Muitas pessoas amontoadas. Em Leandra, que sai empurrando as pessoas. FOCO em seu rosto, pálido. Surpreende-se com o corpo de Laerte esparramado no chão, morto.
03 INT. CASA DE JULIANO — DIA.
A campainha toca. Toni se encontra dormindo e Juliano recusa-se a ir atender. Toca mais uma vez.
Juliano grunhi de dor.A campainha toca insistentemente.
Juliano, com muita dificuldade, levanta-se e sai mancando em direção à porta. Abre.
MIGUEL (irado/ surpreso)— Será possível que eu vou ter q/ O que aconteceu com você?
Juliano dá as costas, caminhando até o sofá.
Senta-se. Miguel entra, surpreso com a situação.
MIGUEL(chocado)—— Vai me explicar?
JULIANO — É uma longa história. Senta.
Eu vou contar tudo. Au.
Juliano sente dor.
= = CORTE DESCONTÍNUO = =
MIGUEL(bravo)——Quer dizer que você está devendo para agiotas? Eu… eu não acredito nisso!
JULIANO — Você só precisa me emprestar a quantia que eles me pediram. Tipo um adiantamento.
Miguel começa a rir de nervoso.
MIGUEL ——A questão não é essa! Você acha mesmo que eles vão te deixar em paz quando der o dinheiro? Agora, os juros devem estar nas alturas! Eles vão querer mais, e mais, e não vão te deixar em paz até você morrer. E eu preciso de você…
Miguel pensa, caminhando de um lado para o outro.
MIGUEL — Vivo. Eu preciso de você vivo…
Já sei o que vou fazer…
Miguel pega o celular e digita um número. Aguarda um pouco.
MIGUEL — Alô?
04 INT. AP DE RICARDO — DIA.
CAM. Ricardo, caminha, de cueca branca, até uma pequena pia com um espelho quebrado logo acima.
RICARDO — Você vai ver como meu plano vai dar certo.
A Laís caiu direitinho na minha conversa de bom moço, mas ela não quer nada sério… Vou ter que forçar.
Vou pedir a gorda em casamento, daí eu quero ver a Laís não implorar, daí eu quero ver. Então a fortuna daquela família será minha.
Ricardo ri para ele mesmo no espelho.
05 EXT. MORRO DO TALARICO — DIA.
Um táxi acaba de partir.
Revela Jade, aparentemente abalada, relembrando todo o acontecido da noite anterior. Ela observa o morro destruído e lamenta.
MOISÉS(V.O)— Tão rápido. O baile funk acabou.
Jade olha para trás e vê Moisés, arrasado.
MIGUEL — Tá tudo destruído. Eles acabaram com tudo, mano. Cê é louco…
JADE — Sinto muito. Foi horrível mesmo. Eu… Não imaginava. Eu/
MOISÉS —— Achou que era invenção da televisão, dos jornais…? Pensou que só existia o seu mundinho de gente rica e bem estudada? Tamo no corre pra reconstruir tudo… De novo.
JADE ——Você já viu o mar?
MOISÉS — Meu morro foi destruído a bala e você me pergunta se eu já vi o mar?
Jade olha para Moisés. Um minuto de silêncio.
MOISÉS ——Não. Nasci e vivi aqui. Meu mundo é esse.
JADE — Vem comigo. Eu quero te mostrar um pouco do meu mundo.
06 INT. CARRO — DIA.
O carro de Miguel está estacionado em frente a um galpão. Ele e Juliano combinam algumas coisas.
MIGUEL — Faz tudo como a gente combinou.
Pega essa mala e leva até eles.
JULIANO — Ainda não me disse o que vai fazer.
MIGUEL — Você já vai saber. Por enquanto, é melhor não saber, não.
Juliano respira fundo. Pega a mala e sai do carro.
ENTRA.
SONOPLASTIA: Tambores de Guerra — Alexandre de Faria (Instrumental)
07 INT. GALPÃO — DIA.
A música continua. Juliano caminha a passos pesados e lentos, ainda mancando. Sua respiração sai com dificuldade. Ele caminha com cautela.
MIGUEL(V.O)——Com cuidado… Vai devagar.
Juliano para quando escuta a voz de Miguel pelo grampo posto discretamente em seu ouvido.
Continua a andar e adentra no galpão.
JULIANO — Eles estão armados.
Juliano vê toda a extensão, lotada por agiotas armados, apontando para ele.
MIGUEL(V.O)— Não fica nervoso. Eles vão perceber.
Ele anda até o centro.
AGIOTA — Põe a mala com o dinheiro no chão!
JULIANO(Sussurra) — E agora?
MIGUEL(V.O)— Faz o que eles estão pedindo.
AGIOTA — Bota a mala no chão, mano!
Hesitante, Juliano põe a mala no chão com cuidado.
MIGUEL(V.O)— Sai daí, sai daí!
Juliano vira as costas e sai andando.
AGIOTA — Peraí! Pensa que vai onde?
Juliano para e ouve o trincar da arma.
AGIOTA — Fica até eu conferir o dinheiro.
MIGUEL(V.O)— Droga.
JULIANO (Sussurra)— O que quis dizer com isso?
MIGUEL(V.O)— Eles não podem abrir essa mala agora.
JULIANO — Por quê?
MIGUEL(V.O)— Porque aí não tem dinheiro nenhum. É só um monte de bolo de papel.
Foco no rosto de Juliano, chocado e desesperado. Uma lágrima cai de seu rosto.
JULIANO — O quê?
Juliano vira-se e vê o agiota se agachando para abrir a mala. Juliano abre a boca, angustiado.
MIGUEL(V.O)— Droga, droga, droga, droga!
Tensão. A cena congela
Fim do capítulo.
OBRA REGISTRADA E PROTEGIDA PELA LEI N° 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO, DE 1998. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.
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