Anjo Bom | Capítulo 09

Web Novela de Everton B Dutra

“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.

01 INT. GALPÃO — DIA.

Continuação Imediata do Capítulo Anterior…

Juliano engole em seco,enquanto o Agiota abre a mala. Juliano dá pra trás. O Agiota se surpreende.

AGIOTA — Mas o que é isso? Você acha que eusou trouxa? Isso aqui é só papel, mano!

O Agiota prepara a arma e aponta para Juliano, alvoroçando os capangas.

AGIOTA — Não paga com dinheiro, mas vai pagar com a vida.

O Agiota se prepara para atirar, mas de repente, todo o local é cercado por viaturas da polícia. Sirenes ecoam.

MAURÍCIO — Larga a arma!

Maurício desce do carro com arma para Agiota, enquanto os outros rendem o restante do bando.

O Agiota larga a arma, com as mãos para cima e é algemado. Juliano sente alivio.

MAURÍCIO — Cê tá preso

O carro de Miguel acaba de estacionar. Ele sai.

MIGUEL (Estende a mão)— Maurício…

MAURÍCIO — Doutor, Miguel.

Os dois se cumprimentam.

MIGUEL — Fez um ótimo trabalho.

MAURÍCIO — Sua ajuda foi fundamental para a realização dessa missão. Estávamos em busca desse bandido faz um bom tempo. Agora, se me der licença.

Maurício sai em direção à viatura, levando o Agiota. Miguel olha para Juliano, que soca seu rosto.

MIGUEL — Você ficou maluco?!

JULIANO — Podia ter me avisado que na mala só tinha papéis! Eu achei que ia morrer.

Miguel passa a mão na boca.

MIGUEL — Eu tinha tudo planejado.

JULIANO — Se desse errado…

MIGUEL — Não deu errado! É isso que importa.

Miguel sai emburrado e adentra dentro do carro, batendo a porta. Juliano caminha e adentra também. O carro parte.

02 EXT. ESTRADA — DIA.

SONOPLASTIA: ArrestedbyYou — Dusty Springfield.

PLANO AÉREO RÁPIDO pela estrada com pouco movimento de carros.

CORTA PARA:

03 EXT. CARRO DE MIGUEL — DIA

CAM. Juliano fixa no rosto de Miguel, enraivado, e respira fundo, arrependido.

JULIANO — Desculpa, tá bom?!

Silêncio.

JULIANO — Não devia ter batido em você. Eu estava com raiva, e medo. Poxa, eu tenho agora um filho pra cuidar e…

Juliano percebe que Miguel não o ouve.

JULIANO — Ei, você está me escutando? Ei!

Miguel freia bruscamente o carro, fazendo Juliano ir para frente e para trás com violência.

JULIANO (assustado )— O que foi isso?

MIGUEL (paciente) — Desce do carro.

JULIANO — O quê?!

MIGUEL — Desce!

Juliano pensa um pouco e desce do carro, numa estrada quase deserta.

JULIANO — Como é que eu vou pra casa, han?

MIGUEL—(irado)A pé, de burro, de caminhão, que seja, se vira, isso não é problema meu.

JULIANO — Não vai me deixar nessa estrada deserta.

Miguel põe os óculos escuros e parte com o carro. CAM acompanha Juliano, correndo atrás do carro.

JULIANO — Ei! Volta aqui! Volta aqui! Não me deixa…

Juliano rosna de raiva. Logo para no meio do asfalto velho. Olha para um lado e para o outro. Bufa.

04 EXT. PARQUE, CARROSSEL — DIA.

SONOPLASTIA: Aindas — Ana Vilela.

EM Jade e Moisés se divertem no carrossel. Apenas eles estão lá. O carrossel gira não tão rápido. Devagar o suficiente para que os dois possam se olhar.

Moisés abre um sorriso rasga-rosto, olhando tudo encantado, como uma criança.

= = CORTE DESCONTÍNUO = =

Jade e Moisés acabam de parar numa ponte. Moisés encosta os braços no corrimão e olha todas as árvores e prédios em volta. Dá uma mordida no cachorro quente.

JADE — Sabe porque eu te trouxe aqui? Pra te mostrar que a vida é bem mais do que aquilo que você vive.

MOISÉS — Você é uma mina da ora. Pô, brigadão. Valeu mesmo.

JADE — Não precisa agradecer.

Jade começa a rir.

MOISÉS — O que é que foi?

JADE — Tá sujo aqui! Você parece um moleque se lambuzando com o cachorro quente.

Jade passa a mão na boca de Moisés, contornando-a.

Os dois se entreolham. Seus lábios se aproximam.

MOISÉS — Não vai querer beijar um bandido.

JADE — Tarde demais pra me alertar sobre isso.

Moisés beija Jade. Ela passa os braços sobre seus ombros.

05 INT. MANSÃO DE MEL — DIA.

Laís está sentada no sofá, folheando uma revista. A campainha toca.

Ela vai atender.

LAÍS — Sim?

ENTREGADOR — Gostaria de falar com Mel, por favor.

Laís olha para dentro de casa, depois volta para o entregador e sorri.

LAÍS — Sou eu mesma.

ENTREGADOR — Mandaram te entregar essas flores.

O entregador lhe dá um buquê de rosas vermelhas e em seguida sai. Laís fecha a porta atrás de si e caça o cartão embutido no buquê. Acha.

LAÍS —(Lê)Me encontra hoje no meu apartamento. Beijos.

Laís acha dentro do buquê uma pequena caixa com um anel dentro.

LAÍS — Você não pode estar falando sério…

CAM A ACOMPANHA TRANSITAR DE UM CÔMODO PARA O OUTRO. Laís, rapidamente, vai até a cozinha dos funcionários e joga o buquê no lixo. Guarda o anel e volta a

SALA.

06 INT. CASA DE JULIANO — NOITE.

A campainha toca. Embalando Toni,Juliano acaba de atender. Miguel logo adentra.

MIGUEL — Arruma as suas coisas.

JULIANO (confuso)Por quê? Aliás, você fica sempre ligado nos 220? E pelo visto não tem educação nenhuma também.

MIGUEL — Faz parte do contrato você morar lá em casa, esqueceu?

JULIANO — Tem que ser hoje?

MIGUEL — Ontem.

JULIANO — Tá, tudo bem. Segura um pouco o Toni enquanto eu arrumo as coisas.

MIGUEL — Não, negativo. Eu não sei, eu não levo jeito.

Juliano revira os olhos e entrega Toni a Miguel, colocando-o rente aos seu peito. Ele, assustado, agarra a criança.

JULIANO(sorri/impaciente) — Você vai se dar bem com ele.

Juliano sai. Miguel olha para Toni, que sorri para ele.

MIGUEL — O que é que é, heim? Eu não sou seu pai. Ele é seu pai. É… Nem me olha desse jeito.

Miguel deixa escapar um sorriso.

07 INT. APARTAMENTO — NOITE

Ricardo acaba de abrir a porta e Laís dá com a mão na sua cara.

LAÍS — Que história é essa de você pedir a gorda da minha irmã em casamento?

RICARDO — Eu já disse que gosto da Mel, e você deixou claro que não quer nada sério!

Laís se joga nos braços de Ricardo, desesperada.

LAÍS — Não, me escuta, a gente pode conversar sobre isso. Eu não quero viver sem você, eu não posso.

RICARDO — Acho que vamos precisar de um bom vinho.

Laís sorri.

08 INT. MANSÃO DE MEL, QUARTO — NOITE.

Mel acaba de receber uma mensagem em seu celular enquanto assistia algo na televisão.

MEL(Lê) — A gente precisa conversar. Estou no meu apartamento. Ricardo.

Mel morde os lábios e sorri, contente. Veronica acaba de adentrar na sala.

VERÔNICA — Qual o motivo de tanta euforia, menina? Recebeu uma caixa de chocolates, foi? Não, por quê, só isso te arrancaria um sorriso do rosto: comida.

MEL — E lá precisa de motivo pra sorrir, mãe? Tô indo.

Mel salta do sofá e corre em direção à porta. Sai.

09 EXT. MANSÃO DELLAFRANCO- NOITE.

SONOPLASTIA: Pra Amora — Tiê

UM PLANO GERAL na fachada luxuosa da mansão iluminada.

Um carro para frente à mansão de Miguel.

A porta se abre. Sai Juliano com Toni nos braços, contemplando a mansão, encantado. O motorista vai descarregando as malas.

Miguel acaba de descer, ajeitando o terno, ao lado de Juliano. Ele coloca as mãos na cintura, tentando identificar a contemplação de Juliano, olhando para o nada como ele olha.

PLANO GERAL, focando na imagem dos dois lado a lado. Atrás dele, um enorme chafariz, jorrando água em um tom de verde intenso.

MUDANÇA DE FOCO: Jade acaba de sair de casa, estranhando a situação.

JADE (confusa)— Peraí, que bagunça é essa? Pai?

Juliano desperta, olhando para frente em direção à garota, Jade encara o bebê, assustada.

MIGUEL (limpar de garganta) — Esse é o Juliano, e esse é o Toni, seu filho… E meu… Agora.

JADE — Oi?

Miguel engole em seco.

MIGUEL — A gente se casou. Parabéns, você acabou de ganhar um irmãozinho.

Jade cambaleia para trás.

LEANDRA(VOZ) — Como é que é?!

Todos olham para trás. Leandra havia acabado de chegar.

10 INT. APARTAMENTO DE RICARDO — NOITE.

CAM. Mel vem caminhando, feliz, pelo corredor. Ela para frente à porta e nota que está entreaberta.

MEL (chama)— Ricardo?

Dá de ombros e adentra.

CAM. Escuta um barulho. Estranha. ACOMPANHA.Caminha mais um pouco e dá de cara com Laís e Ricardo, na cama.

CHOQUE. TENSÃO. Seus olhos enchem-se de lágrimas

Fim do capítulo.

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