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Anjo Bom | Capítulo 12


Web Novela de Everton B Dutra


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.


01 INT. CASA DE MEL, FESTA — NOITE

Todos ficam surpresos com a presença de Mel na festa. Clima tenso. Foco em Laís.

LAÍS — Mel? O que você está fazendo aqui?

VERÔNICA — O que aconteceu com você?

MEL — Ai, quantas perguntas! Mudei. E vim prestigiar a festa de noivado da minha querida irmã.

LAÍS — Não é bem vinda aqui.

MEL — Que pena. Pensei que vocês precisassem de mim.

RICARDO — Não precisamos de você pra nada!

MEL — Ué, pensei que precisassem já que mamãe me pediu um pequeno empréstimo.

LAÍS — Como?

MEL — Eu recebi toda a herança da vovô. Do seu segundo marido, eles não tiveram nenhum filho, ou seja, eu sou uma mulher rica, como podem ver. E soube da situação financeira precária de vocês. Vergonhosa até.

RICARDO — Situação financeira precária?

MEL — Ah, então vocês não contaram pra ele que estão completamente falidas?

RICARDO(Assustado) — Falidas?

LAÍS(confusa)— Mamãe?

VERÔNICA(envergonhada)— Falei que nossa situação tava feia, mas aqui não é lugar para conversarmos sobre isso!

MEL — Acontece mamãe, que como todo empréstimo, chega um dia em que a gente tem que cobrar.

VERÔNICA — Como assim?

MEL(aos rapazes)— Meninos! Retirem tudo da festa, inclusive as taças de cristal. Chegou a hora de quitar essa dívida.

LAÍS — Não pode fazer isso! Vai acabar com meu noivado!

MEL — Fica tranquila, eu vou deixar o som pra vocês dançarem.

Mel olha os rapazes.

MEL — Sejam breves.

Continua a andar. Os rapazes começam a desmontar toda a festa. Laís entra em desespero.

LAÍS — Não! Não podem! Parem agora! Não!

Laís se volta para Mel e grita.

LAÍS — Maldita! Maldita!

Mel ri, andando e sem olhar para trás.

02 INT. CASA — NOITE.

Jade se encontra conversando com Amadeu na sala. Eles tomam vinho.

JADE — Realmente, esse vinho é maravilhoso. Acho que é um desses que vou levar pra aquela amiga.

AMADEU — É uma ótima escolha. Mais?

JADE — Não, obrigado. Estou satisfeita.

AMADEU — Lembrei que tenho uma garrafa escondida no meu quarto. Um Château Petrus, safra 82. Me acompanha?

Jade hesita, mas sorri e avante.

JADE — Você na frente.

Amadeu sai e sobe as escadas. Jade leva a mão a orelha.

JADE — Cadê você? Já era para ter chegado.

MAURÍCIO(V.O) — Calma! Eu acabei me atrasando por conta do trânsito, mas já tô chegando com a equipe. Fica calma e segue o nosso plano.

CAM ACOMPANHA. Jade respira e sobe as escadas. Anda pelo CORREDOR da casa e adentra no quarto com a porta aberta. Dá pra trás quando nota todos os instrumentos de tortura usados por Amadeu; chicote, máquinas de choque, amordaças.

AMADEU — Eu pensei que pudéssemos, talvez, fazer algo a mais de interessante.

Amadeu abre um sorriso e revela um dos chicotes em sua mão.




03 INT. HOSPITAL, QUARTO — NOITE.

Juliano está desacordado numa cama de hospital, todo machucado. Ele vai acordando lentamente e nota o local, tenta se sentar na cama com muito esforço. Sente fortes dores.

JULIANO — Ai… Ai…Preciso ir embora daqui.

Ver meu filho.

Juliano tenta ficar de pé.

SEBASTIAN (25) acaba de chegar e corre para ajudá-lo justo na hora que ele ia caindo.

SEBASTIAN — Ei, você não pode se levantar agora.

Os dois se entreolham. Sebastian sorri.

JULIANO — Porque não sinto minhas pernas direito?

SEBASTIAN — Não precisa se assustar. É o efeito da anestesia. Já, já passa. Agora me conta, o que aconteceu com você.

JULIANO — Me põe primeiro na cama. Me ajuda…

Sebastian percebe que segurava Juliano. E o ajuda.

JULIANO — Eu fui agredido.

De novo. Au.

SEBASTIAN — É bem evidente.

JULIANO — Por homofóbicos.

Juliano segura o choro.

SEBASTIAN — Então, você…

JULIANO — Eu sou casado com outro homem.

SEBASTIAN — Ah.

Em Sebastian, aparentemente afetado com a notícia.

JULIANO — Mas é tudo mentira. Foi um acordo que fizemos. Enfim… Não vou explicar tudo

SEBASTIAN(aliviado) — Nossa, que bom. Quer dizer, que bom você está vivo, claro.

JULIANO — Eles disseram tantas palavras de ódio, tantas… Foi horrível. De onde vem tudo isso? Porque é tão difícil para as pessoas aceitarem como as outras são? Por que que isso incomoda tanto? Qualquer coisa que saia dessa bolha de mundo idealizado é hostilizado, e agredido. É feio.

SEBASTIAN — Talvez no fundo as pessoas se sintam frustradas quando percebem a coragem de encarar o mundo que elas queriam ter em outra pessoa. Você deve estar com medo de sair na rua. Né?

Juliano espera um pouco pra responder, mas desaba em choro.

JULIANO — Eu tô com medo que aconteça a mesma coisa, ou coisa pior. Eu tô com medo pelo meu filho, eu tô com medo!

SEBASTIAN — Não precisa sentir tanto medo. Você vai estar protegido… Eu prometo.

Juliano olha para Sebastian e força um sorriso.

04 INT. CASA DE MEL, ESCRITÓRIO-NOITE.

A porta do escritório é aberta. Laís, Ricardo e Verônica adentram. Mel, estava de costas, numa cadeira giratória. Ela se volta para eles.

LAÍS — Desgraçada!

VERÔNICA — Você não podia ter feito isso.

RICARDO — Foi cruel!

MEL — Cruel? Querem mesmo falar de crueldade?

LAÍS — Vai ter troco, você vai ver… Eu quero você fora dessa casa, agora!

MEL — Você é surda ou o quê? Vocês estão aqui, oh… Na minha mão. Eu posso ir embora, mas vocês vão se sustentar de quê? Vocês estão sem um tostão furado! Nem pra comprar pão na padaria!

RICARDO(abalado) — Eu não acredito nisso…

MEL — Que fique claro que eu não vou dar dinheiro pra vocês.Vão ter que ganhar ele.

VERÔNICA — Ganhar?

MEL — Trabalhando. Já ouviu falar nessa palavra? Pois é. Fazendo trabalhos domésticos e me chamando de senhora.

RICARDO — Senhora?

MEL — Senhora, sim.

LAÍS — Nem a pau que eu vou pagar de doméstica pra você.

MEL — Que seja. Caso queiram, amanhã mesmo vocês começam e agradeçam que eu ainda vou assinar a carteira de vocês, heim. Aliás, vocês têm uma, né?

Mel ri sarcástica. Os olhos de Laís enchem-se de ódio e ela sai em disparada. Em seguida, todos se vão. Mel continua a rir.

05 INT. MANSÃO DE AMADEU, QUARTO — NOITE.

Jade está assustada. Amadeu chicoteia o chão. Ela treme.

JADE — Melhor pararmos por aqui.

Jade vira-se para ir embora, mas Amadeu, ágil, a segura e aperta seu pescoço com o chicote.

AMADEU — Não vai a lugar algum!

JADE — Me solta!

Jade dá uma cotovelada nele e depois uma bofetada forte na cara. Ela respira e corre ofegante pelo corredor, Amadeu vai atrás, furioso.

Jade corre, mas tropeça e cai, tenta se levantar a tempo. Amadeu a segura pelos pés e a arrasta no chão.

JADE — Não! Me solta! Socorro! Maurício!

Jade entra em desespero.

06 INT. ESTRADA, CARRO DE MAURÍCIO — NOITE.

Maurício dirige aflito.

MAURÍCIO(ponto) — Jade? Jade fica calma! Jade!

Ele tira a escuta do ouvido e joga. Dirige mais rápido.

Um carro vem desgovernado pela pista e acaba colidindo com outro carro, fechando a passagem. Maurício freia bruscamente. Respirando fundo.

Ele pega sua arma, sai do carro e começa a correr o mais rápido que pode.

= = CORTE DESCONTÍNUO = =

VOLTA.

Descontrolado e furioso, Amadeu rasga a parte de cima do vestido de Jade. Ela grita por socorro e ela lhe desce um tapa na cara. Ela consegue livrar uma das mãos e arranha com força seu rosto com as unhas. Ele grunhe de dor e ela sai correndo, descendo as escadas.

Amadeu trinca os dentes e com o rosto sangrando, grita e corre atrás dela.

= = CORTE DESCONTÍNUO = =

VOLTA.

CAM. Maurício acaba de chegar à casa de Amadeu. Rapidamente escala e pula o muro, caindo para os lados de dentro.

= = CORTE DESCONTÍNUO = =

JADE — Nojento!

Jade grita e mete um salto em seu rosto. Mais furioso, ele avança e ela mete o outro. Seu nariz sangra.

AMADEU — Vagabunda!

JADE — Não se aproxime!

Jade agarra um jarro e joga contra ele, que desvia.

Nesse momento, Maurício acaba de invadir a casa. Aponta a arma.

MAURÍCIO — Parado! Você está preso!

Amadeu ergue as mãos para o alto. Rendido.

AMADEU — Calma!

MAURÍCIO — Parado aí!

Maurício se aproxima e pega as algemas. Amadeu aproveita e chuta sua mão, fazendo com que a arma caia. Em seguida, ele dá um soco em Maurício, que logo revida e os dois travam uma briga.

Maurício dá dois socos seguidos, mas Amadeu revida, socando-o e o derrubando no chão. Ele chuta sua barriga e seu rosto. Zonzo e inerte, Maurício não reage e apanha.

Jade avista a arma jogada, corre e a pega, apontando para Amadeu. Ela prepara.

JADE — Sai! Fica parado ou eu vou atirar!

Amadeu sorri e dá um passo.

JADE — Eu tô avisando!

AMADEU — É?!

Amadeu brinca e vai caminhando lentamente em direção a Jade. Ela entra em desespero e aperta o gatilho. A arma dispara.

A cena congela em seu rosto assustado.

Fim do capítulo.


OBRA REGISTRADA E PROTEGIDA PELA LEI N° 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO, DE 1998. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.

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