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Anjo Bom | Capítulo 13


Web Novela de Everton B Dutra


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.


01 INT. MANSÃO DE AMADEU — NOITE.

Em Jade, ainda atônita, segura, trêmula, a arma. Foco em seu rosto. CAM se volta para Amadeu, ajoelhado, segurando o ombro, que sangra. Jade larga a arma. Maurício, pega as algemas e prende-o. Grita de dor.

MAURÍCIO — Calma, você vai ter atendimento médico, mas todo preso tem seu atendimento particular na cadeia, os outros presos se encarregam disso.

Amadeu encara Jade.

JADE — Nunca mais vai agredir mulher alguma.

AMADEU — Vagabunda.

JADE — Agradece a vagabunda aqui por não ter tirado a sua vida, por só ter te dado uma surra e ter te prendido logo em seguida. Me agradece por isso.

Sirenes de polícia e ambulância invadem o local. Maurício levanta Amadeu.

MAURÍCIO — Vambora.

02 INT. MANSÃO DELLAFRANCO — NOITE.

Choro alto de criança. Toni se encontra em cima do sofá, chorando. Em Miguel,sem saber o que fazer. Balança o bebê, sem jeito algum.

MIGUEL(impaciente) — Dorme… Dorme…Pelo amor de Deus…

Toni continua a chorar. Miguel olha as horas.

MIGUEL — Será que aconteceu alguma coisa com o Juliano? Droga, eu não devia ter o deixado pelo caminho.

Miguel balança um pouco mais Toni.

MIGUEL — Pra quê eu fui mandar a droga da babá pra casa? Shhh.

Toni para com o choro e dorme.

MIGUEL(Sussurra)Graças a Deus.

Vou ligar para o Juliano.

Miguel pega o celular.

03 INT. HOSPITAL, SALA DE SEBASTIAN — NOITE.

Sebastian lê e assina alguns papéis sobre a mesa. Passa a mão sobre o cabelo.

SEBASTIAN — Plantão! Plantão!

Um toque de celular invade o local. Ele checa se é o seu. Avista o casaco que veio com Juliano e caminha até o mesmo, vasculhando-o e encontrando o celular. Hesita antes de atender.

SEBASTIAN — Alô?

SPLIT-SCREAM. A tela é dividida. Imagem de Miguel e Juliano.

MIGUEL(Alívio) — Ah, até que enfim… Onde é que você tá?

SEBASTIAN — É… Aqui não é o Juliano.

MIGUEL — Como não? Quem é você?

SEBASTIAN — Ele não pode atender agora. Ele…

MIGUEL(Bravo/Incomodado)— Não precisa explicar não, Ok? Eu já entendi tudo.

Miguel desliga e joga o celular no chão.

Sebastian dá de ombros.




04 INT. CARRO DE MAURÍCIO — NOITE.

Maurício dirige atento. Jade, perdida em seus pensamentos, está com a cabeça encostada na janela.

O carro passa nesse momento pela ponte Octávio Frias de Oliveira. CÂMERA LENTA. Jade se assusta ao ver Moisés, mesmo usando uma roupa surrada e quase que irreconhecível. Ele estava pronto para pular da ponte. VOLTA.

JADE — Para o carro!

MAURÍCIO — Como?

JADE — Vai!

Maurício freia bruscamente o carro. Jade salta e sai correndo.

CAM ACOMPANHA.

JADE — Moisés! Não!

Ele não a ouve. Ela aperta o passo. Moisés abre os braços e se inclina para frente.

Ele chora.

Jade o agarra na hora em que ia pular, os dois vão ao chão.

Áudio em off.

SONOPLASTIA: Love — Lana del Rey.

Jade grita desesperada. Moisés se debate no chão. Maurício tenta conter o fluxo de carro. Jade tenta controlar Moisés.

05 INT. MANSÃO DELLAFRANCO — NOITE.

Miguel está sentado numa poltrona. Ele bate os dedos na pequena mesinha ao lado. Leva o telefone fixo ao ouvido.

MIGUEL — Alô? Ava? Quero que descubra a localização de Juliano Tavares. Agora.

Desliga. Volta a bater os dedos calmamente mesinha.

CORTA PARA.

06 INT. MANSÃO DE MEL — DIA.

MUSIC FADE: BELIEVER — IMAGINE DRAGONS.

CAM caminha pelo externo da casa. A porta se encontra aberta. Ela adentra e percorre toda a extensão até chegar à sala de jantar, onde se localizam Mel, Laís, Verônica e Ricardo. O café está posto sobre a mesa.

LAÍS — Onde estão os empregados? Aqueles imprestáveis preguiçosos adoram uma folga.

MEL — Dispensei.

VERÔNICA — Já não era sem tempo. A gente dá a mão e eles querem o braço todo. Gentalha decadente.

RICARDO — Vamos ao café? Eu tô morto de fome.

MEL — Claro! Depois que vocês colocarem os uniformes adequados e me servirem,a cozinha estará disponível para vocês.

VERÔNICA — Como?

MEL — Vocês acham mesmo que eu ainda sou aquela trouxa que vocês enganaram a vida toda?

LAÍS — Como assim?Eu não te entendo.

MEL — Primeiro que eu não sou mais aquela que vocês riam pelas costas e segundo que eu odeio quem subestima minha inteligência. (Tom)Vocês não vão viver as minhas custas de graça!

Laís joga uma taça de suco no chão.

LAÍS — Maldita desgraçada!

MEL — Vão ter que trabalhar com afazeres domésticos pra se sustentar! Então você vai pôr o seu uniforme, voltar aqui e limpar a lambança que você fez no chão.

VERÔNICA — Mas isso é um absurdo!

RICARDO — Não pode fazer isso comigo! Desculpa, mas eu não nasci pra servir a ninguém.

MEL — Então fala pro seu ego que dessa vez você vai servir. Bonitinho. Com direito a “senhora” e tudo mais.

LAÍS — Senhora?

MEL — Senhora sim. Os quartos estão desarrumados, os banheiros estão imundos, piscina e escada um nojo só. E você (à Laís)Você já sabe o que fazer.

Todos se entreolham. Mel bate palmas.

MEL — Ao trabalho! Não estão com a vida ganha. Ah, Laís, quando voltar para limpar essa sujeira toda, trás aqui aquela geléia que eu adoro importada, que eu nunca comi porque mamãe me regulava, Ok?

Laís dá as costas.

MEL — Psiu. Ei.

Laís olha para Mel.

MEL — Sorrindo.

Laís engole em seco e se vai. Verônica e Ricardo também. Mel toma seu café tranquila.

07 INT. MANSÃO DELLAFRANCO, SALA — DIA.

Jade encara Moisés, agora limpo e com outras roupas. Ele toma café apressado.

JADE — Você está realmente com fome… Moisés. O que aconteceu? Porque você estava naquele estado, na rua…

Moisés para de mastigar e levanta os olhos.

MIGUEL — Quando os “policia” invadiram o morro eu fiquei sem lugar, sem ter pra onde ir. Nessas alturas meu rosto estava nos jornais estampados. Como se eu fosse um bandido criminoso.

JADE — Então porque você não foi preso?

MOISÉS — Eles não tinham nenhuma prova contra mim. Daí eu decidi morar na rua. Desde então eu tive que me virar, fazendo meus “corre”, mas não deu por muito tempo. Eu passei fome, frio, eu fui escorraçado.

JADE — Eu vou te ajudar… Eu vou conversar com meu pai. Ele vai saber o que fazer. Eu não vou te deixar sozinho.

A babá acaba de adentrar com Toni no carrinho.

JADE — Arlene! Cê viu onde meu pai foi?

ARLENE — Saiu bem cedinho depois de uma ligação. Sei pra onde foi, não.

A babá se vai. Jade respira, cansada.

08 INT. MANSÃO DE MEL — DIA.

Em Mel, ainda na mesa. Laís acaba de chegar, vestida com um uniforme e balde na mão.

MEL — Olha só, mas não é que esse uniforme lhe caiu bem! Sabe como faz?

Mel aponta para o chão. Laís começa a limpar tudo. Ódio. Mel levanta da cadeira e caminha para frente da mesa.

MEL — Pensando bem, acho que muita coisa precisa ser limpa aqui.

PLANO GERAL. Mel puxa a toalha da mesa e tudo que estava por cima dela cai, sujando todo o chão, com comida e cacos de vidro.

LAÍS — Maluca!

Laís caminha e para frente a Mel. As duas se encaram.

09 INT. HOSPITAL — DIA.

CAM caminha por todo o hospital, cruza corredores, passa por pessoas.

= = CORTE DESCONTÍNUO = =

Juliano levanta-se da cama, ainda com dificuldade. Sebastian o observa, anotando algo na prancheta.

JULIANO — Ainda bem que eu vou poder voltar pra casa. Morrendo de saudades do Toni.

SEBASTIAN — Você deve ter uma família linda.

JULIANO — Se Toni e eu pode se chamar de família, então sim.

Eu tenho.

SEBASTIAN — Olha só, eu vou te dar alta, mas os remédios não fizerem efeito, me liga.

Sebastian entrega um cartão a Juliano. Ele segura. Sebastian não larga. Os dois se entreolham.

SEBASTIAN — Alguém deve estar preocupado com você.

JULIANO — Não tenho ninguém que se preocupe comigo.

Juliano sorri, sem graça. Os dois voltam a se olhar. Miguel acaba de chegar e para na porta quando vê a cena, magoado.

10 EXT. MANSÃO DELLAFRANCO — DIA.

SONOPLASTIA: Lily Allen — Somewhere Only WeKnow.

Leandra acaba de sair do carro e caminha. Ela para quando vê a babá, Arlene, brincando com o carrinho do bebê.

ARLENE — Deus, esqueci a mamadeira no fogo!

Arlene, na pressa, sai e acaba batendo o pé no carrinho, fazendo com que ele se movimente e saia em direção a piscina. Leandra se assusta.

LEANDRA — Ei! Menina!

Arlene se foi. Leandra começa a correr o mais rápido que pode em direção ao carrinho. Ela chega perto, mas o carrinho cai na piscina.

Toni, que não estava preso, vai afundando conforme se mexe.

Leandra para na beirada da piscina. O carrinho sai da frente e ela vê o rosto dele.

Lembranças de quando ela estava em parto e de quando ela abandonou o filho vêm à tona. Seus olhos enchem-se de lágrimas.

A cena congela.

Fim do capítulo.


OBRA REGISTRADA E PROTEGIDA PELA LEI N° 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO, DE 1998. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.

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