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Anjo Bom | Capítulo 14


Web Novela de Everton B Dutra


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.


01 EXT. MANSÃO DELLAFRANCO — DIA.

Em Leandra, ainda atônita. Lágrimas escorrem de seus olhos. Ela salta sem pensar na piscina.

SONOPLASTIA: Somewhere Only WeKnow — Lily Allen.

CAM SUBAQUÁTICA:

Leandra acaba de imergir na água. Ele paira um pouco, abrindo os olhos, localizando Toni. Ela nada o mais rápido que pode. Ao chegar próximo à Toni, abre os braços, o embalando no peito no encontro, e nadando novamente para a superfície.

Respira, ofegante. Leandra sai da piscina, depressa. Sentando-se, ainda com Toni em seus braços. Ela massageia seus pulmões. A criança abre os olhos.

LEANDRA(chora) — Meu filho…!

Meu, meu bebê. Meu filho…

Ela acaricia Toni delicadamente. Em Jade, que vem correndo em direção aos dois, com Moisés e a babá logo atrás.

JADE — Ouvi um barulho! O que aconteceu?

Leandra engole o choro e levanta-se com raiva.

LEANDRA — Essa incompetente! Deixou o carrinho com o bebê cair na água. Ele… Podia ter morrido se eu não tivesse chegado a tempo!

ARLENE — Me desculpe, dona Jade, eu sai apressada para buscar a mamadeira. Eu não vi o carrinho destravado.

LEANDRA(grita) — Bateu o pé nele e o carrinho foi pra frente, sua irresponsável!

ARLENE(nervosa) — Perdão, dona Jade, perdão. Não me demita, por favor.

LEANDRA(ódio) — Incompetente!

Irresponsável!

JADE — Arlene, quem decide se você fica ou não, não sou eu. A gente precisa esperar o Juliano chegar e decidir. Enquanto à você! (à Leandra) Obrigado, agora me dá o Toni aqui.

Jade abre os braços, Leandra hesita em dar e abraça ainda mais Toni.

JADE — Leandra, me entrega a criança. Dá ela pra mim.

Leandra entrega Toni a Jade, ainda muito hesitante, disfarçando o desespero.

JADE —Eu vou trocar para ele não resfriar.

MOISÉS — Eu te ajudo.

Jade e Moisés saem. Leandra encara Arlene, que recua. Ela se agacha e pega a bolsa. Encara outra vez e sai andando até seu

CARRO. Adentra. Chora compulsivamente e perturbada mente desesperada.

02 INT. CASA DE MEL — DIA.

Laís encara Mel, que não hesita em nenhum momento.

MEL — O que é que foi? Não gostou? Então sai. Vai embora e tenta sobreviver lá fora. Pelo menos aqui você ainda pode limpar o chão, e devia agradecer por isso, heim? E lá fora? O que é que você pode fazer lá fora? Ah, já sei! Nada!

LAÍS — Não pode fazer o que quer aqui?

MEL — Deixa de ser idiota, é claro que eu posso! Eu que tô bancando isso aqui. Eu! E você está sendo paga para atender às minhas necessidades. Então abaixe e limpa.

Laís olha com ódio para Mel.

LAÍS — Sim, senhora.

Laís pega o pano molhado e passa a limpar o chão, e catar os cacos.

MEL(sorri/satisfeita) — Muito bem.

Mel vira-se e sai andando. Sobe as escadas e some. Laís observa e cospe no chão.




03 INT. HOSPITAL, QUARTO — DIA.

MUSIC FADE: POEMA DE LÁGRIMAS — OUTROEU.

Miguel está parado na porta, vendo com certo incômodo a cena diante de si.

Juliano e Sebastian continuam se entreolhando. Juliano nota a presença de Miguel, que tenta disfarçar. Pigarro.

JULIANO — Miguel? O que você está fazendo aqui?

MIGUEL — É… Eu, eu… vim… precisava saber onde você estava.

JULIANO — Como descobriu que eu estava aqui?

MIGUEL — Eu posso descobrir qualquer coisa. Por vezes, me arrependo das coisas que descubro.

Sebastian se apressa em se apresentar. Estende a mão.

SEBASTIAN — Me chamo Sebastian.

Miguel hesita em apertar sua mão, mas acaba fazendo.

MIGUEL — E então? Por que veio parar no hospital?

JULIANO — É uma longa história.

MIGUEL — Eu queria saber/

JULIANO(interrompe) — Sebastian! Já sei como posso te agradecer. Que tal ir jantar lá em casa hoje?

MIGUEL — Eu…

Miguel fica completamente fora da conversa. Ele se encosta na parede, cruza os braços e observa a conversa empolgada entre os dois.

04 INT. CASA DE MEL, QUARTO — NOITE.

Mel se encontra em pé, frente ao espelho. Ela enche duas taças de vinho. A porta do quarto é aberta.

Adentra Ricardo, ela sorri.

RICARDO — A senhora mandou me chamar?

MEL— Mandei. Mandei sim.

RICARDO — Pois não?

MEL — Eu quero que você brinde comigo.

Mel estende uma taça para Ricardo.

RICARDO(sorri) — Eu sabia… Eu sabia que você ainda queria.

Ricardo tenta pegar a taça, mas Mel derrama todo o vinho no chão.

MEL — Bebe agora.

RICARDO — Como assim?

MEL — Eu vou mesmo precisar desenhar? Tudo bem. Você vai abaixar e beber o vinho do chão.

RICARDO(horrorizado) — Não vou fazer isso.

MEL — Vai sim. Ah, vai. E sabe por quê? Porque você precisa de mim, não é mais o contrário. Eu quero ver você na lama, assim como você me fez ficar! Quero ver você caindo, como eu cai quando você me tirou o chão! Bebe! Tá esperando o quê?! Não é assim que se faz? Você paga o que faz, na mesma moeda.

Ricardo se ajoelha no chão, seguindo o olhar de desprezo de Mel. Ele a olha, com os olhos vermelhos de ódio. Engole em seco, hesita um pouco.

Ele abaixa e passa a beber o vinho do chão. Mel sorri, altiva.

05 INT. CARRO DE LEANDRA — NOITE.

Leandra está na estrada. Ela chora bastante, desesperada. Lembra de Toni.

06 EXT. RUA — NOITE.

Moisés e Jade caminham pela rua.

JADE — Eu nunca imaginei viver algo daquele tipo. Foi emocionante, mas me deu muito medo no final.

MOISÉS — Eu nunca imaginei que você seria uma garota tão legal.

JADE — Eu sou maravilhosa! Escuta, eu falei com meu pai. Você vai trabalhar de motoboy na empresa.

MOISÉS — Você sabe que com isso tá me dando uma chance de recomeço, não sabe?

JADE — Sei, e de ontem pra hoje, foi tudo que eu mais quis na vida.

Trovão. Pingos de chuva começam a cair.

JADE — Vamos para casa!

MOISÉ — Não!Eu tenho uma ideia.

07 INT. MANSÃO DELLAFRANCO — NOITE.

Juliano e Sebastian riem. Eles estão sentados num sofá e Miguel em outro. Sente-se desprezado, com uma taça de whisky na mão.

JULIANO — Vamos subir? Eu quero te mostrar umas fotos do Toni.

SEBASTIAN — Claro! Tenho que aproveitar muito esse tempo livre. Semana que vem eu vou ter que viajar para a Malásia.

JULIANO — Que legal, mas por quê?

SEBASTIAN — Faço parte de um programa comunitário que ajuda as pessoas doentes e pobres do países.

Juliano e Sebastian se levantam do sofá e seguem conversando enquanto sobem as escadas.

Foco em Miguel, chateado. Ele pensa.

JADE(V.O) —Chato! Você sempre estraga tudo no final!

Ele pisca. Pega uma revista e passa a folheá-la.

MIGUEL — Chato…

Ele para numa página sobre sexo à três. E passa a lê-la. Pega a garrafa de whisky e bebê. Depois levanta-se e segue.

08 INT. MANSÃO DELLAFRANCO, QUARTO — NOITE.

Juliano e Sebastian riem olhando as fotos de Toni.

SEBASTIAN — Essa sua história com o Toni é incrível. Eu queria a minha vida cheia de emoções. No entanto, tudo que eu vejo é gente ferida e morta todo dia.

MIGUEL — Você quer emoção?

Miguel reaparece na porta e joga a revista em direção à Sebastian.

MIGUEL — Segura!

Miguel tira os sapatos e vai afrouxando a gravata, tirando ela.

MIGUEL — Eu sou sempre o chato que estraga tudo toda hora! O que vive em função do trabalho e está sempre muito formal, muito composto, muito sério!

Sebastian lê a revista.

JULIANO(curioso) — O que tem dizendo aí?

Juliano pega a revista.

SEBASTIAN — O que você…

JULIANO — Não! Você não… O que você está fazendo?

MIGUEL — Eu só tô querendo ser legal dessa vez. Vocês que estão sendo chatos!E então? Preparados para maior emoção em anos, ou não têm coragem. Já sei! Viraram uma cópia fiel de mim? Estão vivendo em função da rotina também?

Juliano e Sebastian se entreolham, depois para Miguel, pensativos.

SONOPLASTIA: Qualquer Pedaço — Taís Alvarenga.

Miguel sorri.

= = CORTE DESCONTÍNUO = =

ENTRECORTE. Volta a cena de Leandra no carro, chorando. Desesperada.

= = CORTE DESCONTÍNUO = =

ENTRECORTE. Volta a cena. Miguel beija Juliano, que envergonhado, e ainda hesitante, beija Sebastian.

= = CORTE DESCONTÍNUO = =

ENTRECORTE. Volta a cena de Jade e Moisés. Os dois rodam na chuva, felizes.

ENTRECORTES vão se passando entre essas três cenas:

  1. Miguel vai jogando a roupa no chão à medida que tira, juntamente com Juliano e Sebastian. CAM. Os três nus. Juliano sorri e sai em direção ao BANHEIRO do quarto. CAM o filma de costas, num PLANO GERAL, mostrando seu corpo nu. Miguel e Sebastian vão atrás.

  1. Juliano adentra no box do banheiro e liga o chuveiro. A água cai em seu rosto. Miguel e Sebastian adentram. Miguel beija Juliano, o encurralando na parede. Sebastian passa a mão lentamente da perna de Juliano ao pescoço. Depois o beija. Fecha o box de vidro.

  1. Em Jade e Moisés se divertindo na chuva, livres, contestes. Ela grita.

  1. Em Leandra. O vidro do seu carro está embaçado por conta da chuva. Ela limpa as lágrimas em vão, pega o celular e disca o número de Miguel. Nesse meio tempo, subitamente, uma forte luz de farol e uma buzina estridente arrombam a cena. Seu carro é arremessado na pista e capota várias vezes. O vidro se quebra em seu rosto. Em Leandra, inconsciente.

  1. O vidro do banheiro está embaçado, mas CAM pega a cena. Miguel é encurralado na porta de vidro. O cabelo de Juliano é puxado por Sebastian.

DOLLY OUT. CAM recua, abandonando a cena. Ela faz um movimento retrógrado, passa pelo quarto, mostrando as roupas espalhadas no chão. Passa pelo celular de Miguel, também no chão, vemos uma chamada de Leandra.

Sai do quarto.

Fim do capítulo.


OBRA REGISTRADA E PROTEGIDA PELA LEI N° 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO, DE 1998. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.

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