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Anjo Bom | Capítulo 15


Web Novela de Everton B Dutra


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.


01INT. MANSÃO DELLAFRANCO, QUARTO DE MIGUEL — DIA.

O sol adentra forte pela janela do quarto de Miguel. Juliano dorme sozinho. Vai acordando devagar a esfregar os olhos e levantar.

Senta-se confuso.

JULIANO — Foram embora… Pra variar.

MIGUEL — O médico irritante pode até ter ido.

Miguel acaba de adentrar no quarto com uma bandeja de café da manhã.

MIGUEL — Mas eu tô aqui.

Sorri e põe a bandeja na cama.

JULIANOAinda está aqui. Por quê?

MIGUEL — Porque você ainda está aqui.

JULIANO — Não estou entendendo.

MIGUEL — Sabe por que eu trabalho tanto?

JULIANO(irônico) — Pra ter mais dinheiro, será?

MIGUEL — Não. Pra fugir. A vida toda eu fugia de tudo que me fazia sucumbir, tudo que me tornava mais fraco e dependente, mas aí eu percebi que tudo que eu fazia pra esquecer era inútil, porque quando eu chegava em casa, eu lembrava.

JULIANO — Ainda continuo não entendo. Esquecer do quê?

MIGUEL — De você, seu tonto. Eu fugia de tudo que lembrava você, mas aí você já estava em mim e eu não tinha como fugir de mim mesmo. Bom, e antes de você, eu fugia de outras coisas. Mas eu não quero mais fazer isso.

SONOPLASTIA: ArrestedByYou — Dusty Springfield.

MIGUEL — Eu não sei onde isso vai dar… mas eu quero muito descobrir.

Miguel beija Juliano. Juliano afasta-o.

JULIANO — Por que não me disse isso antes?

Juliano sorri. Miguel dá de ombros. Juliano beija Miguel.




02 INT. EMPRESA DELLAFRANCO — DIA.

O elevador é aberto. Sai Moisés. CAM ACOMPANHA. Ele anda em direção à mesa de Ava.

MOISÉS — Oi. Eu sou o novo motoboy da empresa. Vim saber se tem alguma entrega.

AVA — Ah, é… Me informaram que viria. Tem esses pacotes aqui. O endereço é esse.

Ava lhe entrega o papel. Moisés ia saindo.

AVA — Se não se importa. Pode assinar aqui?

MOISÉS — Por que?Tá achando que eu vou roubar o que tem aqui dentro?

AVA — Você que tá supondo isso.

MOISÉS — Você é muito da chata, viu?

AVA — E você é muito brutamontes, pré-histórico!

MOISÉS — Ah, quer saber? Vá se lascar, ouviu?

AVA — É muita afronta! Vou comunicar isso ao senhor Miguel.

MOISÉS — “Vi quiminicarisi i sinhirmiguil”. Chata pra caramba!

Moisés se vai. Ava fica incomodada e perplexa.

04 EXT. RUA — DIA.

Jade caminha pela rua e conversa ao celular. Paralelo a isso, na mesma cena, um homem está atrás de uma senhora e rapidamente furta sua bolsa, saindo correndo.

SENHORA — Minha bolsa!

Jade vê toda a cena.

JADE — Ei!

Desliga o celular e passa a perseguir o bandido.

CAM ACOMPANHA A CENA. O homem foge de Jade, passando por entre uma multidão de pessoas, apressado, Jade o persegue, implacável.

Ela entra numa esquina e o bandido sai na frente.

Jade surge e derruba o bandido com um chute, agarrando-lhe e dando-lhe uma chave de pedra. Ele grita.

BANDIDO — Ah, me solta! Eu quero sair daqui!

JADE — Vai ficar aqui até a polícia chegar, ouviu?

As pessoas vão se amontoando para ver o ocorrido.

04 INT. HOSPITAL — NOITE.

Leandra se encontra em coma no quarto. Miguel e Juliano se encontram em pé ao seu lado. Eles dão as mãos.

JULIANO(aflito) — Meu Deus, coitada da Leandra. Olha só, isso tudo aconteceu do dia pra noite. Assim, de repente.

MIGUEL — Não explicaram direito o que aconteceu. A Leandra é meio louquinha, mas sempre dirigiu com muito cuidado.

JULIANO — O Sebastian me disse que não há nenhuma previsão de quando ela deve acordar. Ele disse que pode durar anos.

MIGUEL — Ai, Leandra…

JULIANO — A vida é cheia de surpresas. Isso poderia ter acontecido com a gente. Com qualquer pessoa, sabe?

MIGUEL — Ei…

Miguel beija a testa de Juliano e afaga seu rosto.

MIGUEL — Vamos pensar nisso, não… A gente tem que passar energia positiva pra Leandra. Ela vai acordar logo.

CAM foca no rosto de Leandra, até engoli-lo por completo. Um clarão toma conta de tudo.

CENA. Leandra se encontra num quarto todo espelhado. Triste e cabisbaixa, ela está sentada numa cama. O único móvel. Chove dentro do quarto fortemente, com trovões e relâmpagos, enquanto uma música de ninar é reproduzida.

À sua frente, num espelho, reflete a imagem do dia em que ela abandonou Toni. Leandra se levanta e caminha.

LEANDRA — Meu filho…

Ela toca o espelho. De repente, numa fração de segundos, todos os espelhos do quarto se quebram violentamente em milhões de pedaços. Ela grita.

05 INT. RESTAURANTE — NOITE.

Uma mulher com um casaco vem andando em direção à uma das mesas. O capuz cobre seu rosto. Misteriosa. Ela senta-se na frente de uma segunda mulher.

MULHER 01 — Então… qual o serviço? Eu quero bastante dinheiro. Eu preciso disso!

MULHER 02 — Calma, você vai ganhar muito dinheiro. Se fizer tudo certo, cê vai entrar numa bolada! O casal que quer essa criança são milionários. Eles vão pagar o que for preciso nela. Você só precisa ir até a casa deles, se passar por babá, sequestrar a criança e levar para o casal no Rio de Janeiro.

MULHER 01 — Qual criança?

A segunda mulher arrasta uma foto por cima da mesa em sua direção. Na foto estão Toni e Juliano.

MULHER 01 — Essa criança.

MULHER 02 — Toni Dellafranco…

A Mulher 02 retira o capuz. Revela o rosto de Laís, sorridente.

LAÍS — Pode deixar. Eu vou trazer essa criança. Esse dinheiro é meu.

SONOPLASTIA: La Plata — J Quest.

Fim do capítulo.


OBRA REGISTRADA E PROTEGIDA PELA LEI N° 9.610, DE 19 DE FEVEREIRO, DE 1998. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.

*O tráfico de crianças é uma das formas de tráfico humano, constitui uma prática de sequestro, desaparecimento e ocultação da identidade das crianças, muitas vezes através de partos clandestinos e adoções ilegais.

Tráfico é crime! Denuncie. Disque 100.

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