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Feridas do Passado | Capítulo 07


De Wesley Franco


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.



CENA 1. CONTINUAÇÃO IMEDIATA DA CENA FINAL DO CAPÍTULO ANTERIOR.

MILENA – (Exaltada) Você tem que aprender a me respeitar, eu sou a sua mãe.

CAÍQUE – (Debocha) Mãe? Você é realmente minha mãe? Você nunca cuidou de mim, nunca me amou, nunca me deu carinho, meu pai foi o único que se importava comigo nesta casa.

JURACI – Filho também não é assim, ela te ama também, mas da maneira dela.

CAÍQUE – (Exaltado) Não a defenda!

CAÍQUE – Ela cuida, dar carinho e amor ao Victor, e a mim ela nunca fez o mesmo. Por que pai?

CAÍQUE – (Exaltado) Me responde pai.

MILENA – O Victor é um bom menino, nunca foi rebelde, sempre foi obediente e eu vou continuar cuidando, amando e dando carinho para ele você gostando ou não.

CAÍQUE – Tá vendo aí, ela não esconde a predileção do Victor.

CAÍQUE – Às vezes eu me pergunto se eu não sou adotado, se minha mãe verdadeira não me jogou na porta para vocês criarem e vocês por muita pena me aceitaram aqui.

JURACI – Claro que não meu filho, você nasceu de nós.

CAÍQUE – (Em fúria) E por que ela não gosta de mim? Por que ela me trata assim?

Victor desce as escadas e ouve a confusão no escritório e entra.

VICTOR – O que está havendo? Ouço a gritaria de lá de fora.

MILENA – Não é nada meu filho, apenas o Caíque se fazendo de vítima como sempre trazendo os dramas de infância dele.

VICTOR – Caíque vamos viver em paz, sem brigas e sem discussões.

CAÍQUE – (Debocha) Engraçado que eu não me lembro de ter pedido a sua opinião.

CAÍQUE – Mas eu já vi que agora que o príncipe chegou, eu fico sobrando por aqui.

CAÍQUE – Vou deixar a família reunida e assim vocês contam para ele que estão falidos.

Caíque sai do escritório.

VICTOR – (Surpreso) Falidos? Como assim?

JURACI – Não queria contar assim desta forma, mas a empresa piorou muito o seu faturamento, estamos falidos, e para cortar gastos iremos deixar a mansão e vamos para uma casa menor.

VICTOR – Sinto muito pai, infelizmente não tenha nada que eu possa fazer, comecei agora minha carreira de arquiteto e ainda não consegui um emprego, mas assim que consegui irei ajudar nas despesas.

JURACI – Não precisa meu filho, não vamos passar necessidades apenas teremos que levar uma vida mais simples sem tantos luxos.

VICTOR – Por mim tudo bem, e com o meu futuro salário espero conseguir ajudar em casa e assim vamos recomeçar nossa vida, o importante é estarmos juntos.

Victor abraça Juraci.

MILENA – Sempre soube que você entenderia, você é mais compreensivo e é por isso que te amo tanto meu filho.

Milena entra no abraço.

VICTOR – Mãe tenta entender o Caíque, tem momentos que você é muito dura com ele.

CENA 2. RIO DE JANEIRO. MANSÃO DE JURACI E MILENA. QUARTO DE CAÍQUE. NOITE.

Caíque entra no seu quarto furioso e rasga umretrato onde tem uma foto com toda a família reunida.

SONOPLASTIA: Diz nos meus olhos – Zélia Duncan

CAÍQUE – (Chora) Ela nunca gostou de mim, nunca.

Flash Back

RIO DE JANEIRO. MANSÃO DE JURACI E MILENA. SALA. ANO NOVO DE 1999 PARA 2000.

Milena e Juraci estão dando uma festa de réveillon na sua casa acompanhado de seus filhos Victor e Caíque.

TODOS – 5!

TODOS – 4!

TODOS – 3!

TODOS – 2!

TODOS – 1!

TODOS – Feliz ano novo!

Juraci abre uma garrafa de champanhe e beija Milena.

VICTOR – (Sorrindo) Feliz ano novo mãe.

Victor abraça Milena.

MILENA – (Sorrindo) Feliz ano meu filho.

Milena abraçae beija Victor.

Caíque corre em direção a Milena.

CAÍQUE – (Sorrindo) Feliz ano novo mãe.

Caíque vai abraçar Milena, mas ela não responde e sai para cumprimentar outras pessoas, ele fica triste, mas seu irmão Victor contorna a situação.

VICTOR – (Sorrindo) Feliz ano novo Caíque. – Victor abraça Caíque.

Corta Flash Back

CAÍQUE – É tudo culpa do Victor, se ele não existisse, ela ia me amar.



CENA 3. RIO DE JANEIRO. APARTAMENTO DE GLÓRIA E RAUL. SALA DE ESTAR. NOITE.

Tocam a campainha do apartamento e Raul vai atender, é o entregador que veio trazer as encomendas feitas por Raul.

ENTREGADOR – Aqui está tudo que o senhor me pediu, e vai ficar neste valor aqui.

O entregador entrega a cesta de produtos juntamente com a nota da compra.

RAUL – E vocês aceitam cheque?

ENTREGADOR – Vindo do Conde de Menezes é claro que eu aceito.

Raul entra em casa coloca a cesta de produtos em cima da mesa de centro, pega o talão de cheques e preenche.

RAUL – Aqui está e muito obrigado.

Raul entrega o cheque ao entregador.

ENTREGADOR – Se precisar é só chamar.

O entregador vai embora e Raul fecha a porta.

RAUL – Glória, minha querida.

Glória vai até a sala após ser chamada por Raul.

GLÓRIA – Me chamou meu amor?

RAUL – Acabaram de chegar com a cesta, vamos relembrar um pouco os velhos tempos.

GLÓRIA – (Sorrir) Que maravilha! E o que temos no cardápio de hoje?

RAUL – Marrom Glacê, Queijo Brie, Gruyere, Camembert, Foie Gras, Caviar, biscoitinhos de canapês e claro duas garrafas de champanhe.

RAUL – (Sorrir) Champanhe legítimo.

GLÓRIA – (Assustada) Raul, isso deve ter custado uma fortuna.

RAUL – Isso não importa, nós merecemos depois de tanto tempo comendo essas comidinhas mequetrefes. Agora vá até o quarto e coloque o seu melhor vestido e as suas melhores joias, pois hoje teremos uma noite digna da nobreza.

CENA 4. SENHOR DO BONFIM. CASA DE DIEGO. COZINHA. MADRUGADA.

Arlete e Carol tomam café da manhã sozinhas na cozinha.

CAROL – Bebe seu café filha você vai se atrasar para ir até a rodoviária.

ARLETE – Mãe estou ganhando muito bem como secretária, podemos comprar ou alugar uma casa em Salvador e assim a senhora pode se ver livre do papai.

CAROL – Não posso deixar seu pai filha ele é hipertenso e diabético precisa de mim,e além do mais tem minha mãe e meu pai que já estão bem velhinhos e precisam da filha deles por perto.

ARLETE – A senhora não se cansa dessa vida? Ser maltratada e humilhada constantemente.

CAROL – Essa é a sina da minha vida, eu convivo com esse sofrimento há tantos anos que não me importo mais. Agora você ainda é jovem, tem uma vida inteira pela frente, lhe dou total apoio para que se mude.

Diego chega em casa caindo de bêbado e ver Carol e Arlete tomando café.

DIEGO – (Bêbado) O que é que as duas estão fazendo acordada uma hora dessa, BORA DORMIR.

CAROL – Se aquiete homem! A Arlete está tomando café para ir trabalhar.

DIEGO – Filha minha não sai de casa a essa hora, ela não vai ser puta que nem a mãe.

Diego puxa Arlete da mesa e tenta leva-la ao quarto.

ARLETE – Me solta pai, eu tenho que ir para o trabalho não posso perder o ônibus.

CAROL – (Grita) Solta ela homem!

DIEGO – Você não se meta.

Diego solta Arlete e dá um tapa na cara de Carol.

ARLETE – (Exaltada) Não bate na minha mãe!

DIEGO – Olha como você fala comigo sua putinha, lhe meto uma coça.

CAROL – Não discute com ele filha, ele está bêbado vai passar.

ARLETE – Não sei como você aguenta essa vida mãe, mas eu juro que um dia eu lhe tiro daqui.

Arlete pega sua bolsa e sai.

DIEGO – (Grita) Pelo menos ver se vende o rabo a um bom preço para trazer dinheiro pra casa, sua puta!

CAROL – Toma esse café homem.

Carol entrega a xícara a Diego, que dar um tapa fazendo a xícara cair no chão.

CENA 5. RIO DE JANEIRO. MANSÃO DE JURACI E MILENA. SALA DE VISITAS. DIA.

Caíque questiona Juraci sobre os motivos de Milena não gostar dele.

CAÍQUE – Pai agora que estamos sozinhos você vai ter que me dizer a verdade.

JURACI – Que verdade?

CAÍQUE – Eu sei que você sabe o motivo da minha mãe não gostar de mim e depositar todo seu amor no Victor, me diz pai.

JURACI – Não tem motivo nenhum meu filho não vamos ficar falando neste assunto.

CAÍQUE – Claro que tem, e você sabe. Aconteceu alguma coisa no passado que fez com que ela me odiasse? O que o Victor tem de tão especial que eu não tenho? Fala pai.

Lembranças passam pela cabeça de Juraci e ele entra em estado de choque.

JURACI – Não eu não devia ter concordado com isso, não.

Juraci cai ajoelhado ao chão e começa a delirar e a chorar.

JURACI – Foi errado, muito errado e eu não devia ter aceitado, minha obrigação era impedi-la.

CAÍQUE – (Grita) Fala o que aconteceu pai, fala!

JURACI – O Victor ele não é nosso filho!

Caíque fica surpreso com o que acaba de ouvir. Enquanto isso Juraci sente uma enorme dor no peito, geme de dor e cai no chão desmaiado.

CORTE IMEDIATO PARA:

CENA 6. RIO DE JANEIRO. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. DIA.

Victor chega ao hospital onde Juraci foi internado após sofrer um infarto.

VICTOR -Como ele está?

CAÍQUE – (Apreensivo) Levaram ele para dentro daquela sala e até agora nada.

VICTOR – O que foi que aconteceu? Onde está a mamãe?

CAÍQUE – Quanto tudo aconteceu ela tinha ido ao salão de beleza e eu não liguei para avisa-la.

VICTOR – Aconteceu alguma coisa? Você está muito nervoso Caíque.

CAÍQUE – (Nervoso) Não aconteceu nada, não aconteceu nada.

VICTOR – Fala caíque! Fala!

Victor segura bem forte os braços de Caíque e a balança. Caíque faz sinal negativo com a cabeça e Victor persiste em segura-lo e balança-lo até que Caíque resolve falar.

CAÍQUE – (Grita) Você não é filho dela.

Após a revelação de seu irmão, Victor solta seus braços e entra em estado de choque.

CAÍQUE – Você é um intruso dentro daquela casa, um intruso na minha vida, um intrusona minha família. Um intruso!

VICTOR – Isso não é verdade! Você está inventando tudo isso.

CAÍQUE – Você roubou o amor da minha mãe, mas é apenas um intruso, um pobre coitado que foi acolhido por pena.

VICTOR – (Chora) É mentira, é mentira.

CAÍQUE – Sua vida é uma mentira, você é apenas um intruso.

Victor começa a bagunçar seu próprio cabelo enquanto chora, ele sai correndo do hospital desnorteado com que acaba de descobrir.

Caíque começa a sorrir de forma cruel.

Congelamento no sorriso cruel de Caíque.

Fim do capítulo.

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