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Feridas do Passado | Capítulo 09


De Wesley Franco


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.


Cena 1. Rio de Janeiro / Copacabana / Apartamento de Glória e Raul / Noite.

Alex visita seus avôs.

Varanda do Apartamento.

RAUL – Esta é a última taça de champanhe, infelizmente já esgotamos a última garrafa. – Diz Raul enquanto se delicia com sua taça de champanhe.

GLÓRIA – Todos os nossos produtos de luxo acabaram e gastamos uma fortuna, o nosso filho vai ficar uma fera.

RAUL – Ah ele não vai descobrir, há semanas que o Wolf não vem aqui.

Um barulho de porta se abrindo é ouvido por Glória e Raul.

GLÓRIA – Eu acho que o nosso filho nós ouviu e acabou de chegar para nós fazer uma visita.

RAUL – Vamos esconder esse champanhe, ele não pode ver isso de jeito nenhum. – Diz Raul se levantando.

Corta Para:

Sala do Apartamento.

ALEX – Vó, Vô!

Corta Para:

Varanda do Apartamento.

GLÓRIA – Essa voz. Não pode ser. – Diz Glória pensativa e saindo da varanda.

Corte Imediato para:

Sala do Apartamento.

ALEX – Sou eu vó. – Diz Alex sorridente.

GLÓRIA – Meu neto! Meu Alex! Você voltou. – Diz Glória emocionada e abraçando o neto.

RAUL – É o Alex? Meu neto como você cresceu já é um homem e muito bonito por sinal. – Diz Raul sorridente e abraçando o neto.

ALEX – Que saudades de vocês dois, eu estava morrendo de vontade de revê-los vocês não imaginam a falta que me fizeram.

GLÓRIA – Nós também sentimos muito a sua falta.

RAUL – Não deixamos de reclamar um só dia por seu pai ter permitido que você fosse para longe de nós.

WOLF – Mas foi por um bom motivo.

RAUL – Vou aproveitar que você voltou meu neto e me queixar pela forma que seu pai vem nós tratando, você acredita que ele não permite mais que a gente compre champanhe, Caviar, Marrom Glacê? Ele fica controlando cada centavo que gastamos.

GLÓRIA – Há anos que não vamos a Paris, a Alemanha, a Inglaterra, ele está controlando rigorosamente nossos gastos.

WOLF – Mas é claro seus avôs querem comer caviar e champanhe todos os dias, custos altíssimos com viagens, motorista, condomínio, vestidos, paletós, gastos excessivos durante todos esses anos e sem nenhum investimento que trouxesse um retorno para suprir o que eles gastam.

MARÍLIA – Eles estão falidos! Vamos ser mais práticos meu amor, seu avôs gastaram toda a fortuna que tinham e estão falidos, não possuem mais nenhum centavo toda a fortuna dos condes de Menezes foi para o ralo, e se hoje eles vivem aqui neste apartamento é graças ao Wolf que paga todas as contas e ainda dar uma boa mesada aos dois, mas claro para sustentar todos os luxos a mesada não dura quinze dias.

RAUL – Eu trabalhei a minha vida inteira…

GLÓRIA – Nem tanto meu amor.

RAUL – Não me interrompa Glorinha. Eu trabalhei a minha vida inteira dei tudo do bom e do melhor para você Wolf, as melhores escolas, os melhores sapatos, as melhores roupas, as melhores viagens, os melhores carros, tudo! Hoje chegou a nossa vez de ter as melhores coisas, tudo bem que falhamos e torramos tudo o que tínhamos mas já estamos no final da vida e não vai lhe custar muito manter nossos luxos enquanto vivermos.

MARÍLIA – Ah muito engraçado, então vocês acham que o Wolf tem a obrigação de sustentar os luxos excessivos de vocês?

GLÓRIA – Obrigação não, dever!

MARÍLIA – Já que estão falidos Glorinha, por que não vende suas jóias? Elas valem uma fortuna e vai ajudar a manter os luxos.

RAUL – Jamais! Enquanto eu viver a minha esposa jamais irá precisar vender as suas jóias para nos sustentar.

ALEX – Calma pessoal vamos manter os ânimos e não vamos brigar. Pai por favor aumenta a mesada que você dar para o vovô e para vovó.

GLÓRIA – Até que enfim alguém falou alguma coisa sensata nesta casa.

ALEX – E vocês dois vamos reduzir os gastos porque nem a rainha da Inglaterra toma champanhe e come caviar todos os dias.

RAUL – Não come porque é uma boba.

Cena 2. Rio de Janeiro / Hospital / Quarto Nº 307 / Dia.

Milena visita Juraci.

MILENA – Juraci, ainda bem que você está vivo meu amor. O que aconteceu?

JURACI – Eu estou morrendo Milena, e não posso morrer sem antes você me prometer que vai contar toda a verdade para o Victor. Promete Milena, promete que vai contar tudo para o Victor?

MILENA – Não vou contar a verdade para o Victor jamais, ele é meu filho e só isso que ele precisa saber.

JURACI – O Victor tem direito de saber quem são seus pais verdadeiros, ele tem esse direito Milena e você não pode impedir isso.

MILENA – A mãe do Victor sou eu e o pai dele é você e isso já está decidido, não insiste meu amor.

JURACI – Você tirou ele dos braços da mãe dele e eu aceitei isso para não ver você sofrer, mas eu me arrependo, me arrependo de ter compactuado com isso.

MILENA – Agora é tarde muito tarde para se arrepender de alguma coisa.

JURACI – Eu te peço Milena, por favor conta a verdade para o Victor ou eu mesmo vou contar.

MILENA – Você não vai contar nada a ele e nem a ninguém está me ouvindo? Você não vai contar nada! – Diz Milena balançando Juraci que está na cama.

JURACI – Você não tem esse direito de esconder a verdade do Victor, vou contar tudo que ele precisa saber e irei ajudar no que eu puder para que ele conheça sua verdadeira família, porque isso é o certo.

MILENA – Se o Victor descobrir toda a verdade ele nunca vai nós perdoar e eu não posso perder meu único filho.

JURACI – Você não vai perde-lo e ele não é nosso único filho, o Caíque também é nosso filho.

MILENA – O Caíque é um miserável e você não vai contar nada pro Victor Juraci, isso é uma traição.– diz Milena exaltada e balançando Juraci.

JURACI – Eu estou morrendo e não quero partir com esse peso na consciência, será que você não entende? Como eu pude me casar com um monstro como você.

MILENA – Eu prefiro lhe ver morto do que perder meu único filho. (Milena chora).

JURACI – Eu preciso sair daqui para falar com o Victor, eu preciso. – Juraci tenta se levantar da cama mas não consegue.

MILENA – VOCÊ NÃO VAI! – Diz Milena puxando Juraci.

JURACI – Me perdoa Victor, me perdoa meu filho, eu tentei lhe contar a verdade, me perdoa. (Juraci chora).

JURACI – AAAAAAAAAAAAH! AAAAAAAAAAAAAAH! – Juraci começa a ter um segundo infarto.

JURACI – Eu tentei…

Juraci morre.

MILENA – Me perdoa meu amor mas foi melhor assim. – Milena muito emocionada coloca a mão sobre os olhos de Juraci fechando-os para sempre.



Cena 3. Salvador / Sede do Governo / Sala de Felipe / Dia.

Felipe apresenta Henrique o corretor imobiliário que vai ajudar Arlete a encontrar um imóvel.

FELIPE – Arlete este é o Henrique um grande amigo meu, ele é corretor imobiliário e vai te ajudar a encontrar um bom imóvel.

HENRIQUE – Muito prazer em te conhecer. – diz Henrique sorridente e admirado pela beleza de Arlete.

ARLETE – O prazer é todo meu e muito obrigada por me ajudar. – diz Arlete retribuindo o sorriso.

HENRIQUE – Vou te passar o meu contato para conversamos melhor e você me diz o tipo de imóvel que procura.

ARLETE – Fico bastante grata, vamos até lá fora e você me passa seu contato e eu passo o meu. – diz Arlete caminhando até a saída.

FELIPE – Vai indo Arlete, deixa eu só falar mais um pouco em particular com o Henrique e ele já, já vai.

ARLETE – Certo, com licença. – diz Arlete saindo da sala.

FELIPE – Meu amigo não economize no que for preciso para ela ficar bem instalada, eu faria questão de pagar tudo mas acho bem difícil que ela aceite, então procure um bom imóvel, bem localizado, já mobiliado, mesmo que o preço seja exorbitante passe um valor que ela possa pagar e o restante eu mesmo pago.

HENRIQUE – Somos amigos e serei bem direto com você, está interessado nela?

FELIPE – A Arlete me lembra muito a Vanessa, que você já conhece toda a história e sinto como se eu devesse ajudar a Arlete para pagar pelo que eu fiz com a Vanessa, então tudo que eu puder fazer para ajudá-la eu irei fazer.

Cena 4: Rio de Janeiro / Hospital Geral / Quarto Nº 101 / Dia.

Maria Clara se recupera da cirurgia.

MÉDICA – A cirurgia foi um sucesso, agora o Victor Albuquerque está recebendo parte do seu fígado.

MARIA CLARA – Victor Albuquerque? – Diz Maria Clara deitada na cama ainda se recuperando da cirurgia.

MÉDICA – O nome do paciente que está recebendo o fígado é Victor Albuquerque, vocês não se conheciam?

MARIA CLARA – Não, ele levou esses tiros tentando me salvar de um assalto, foi um gesto nobre.

MÉDICA – Bom, volto mais tarde quando o seu herói sair da cirurgia. – Concluir a enfermeira, que em seguida sai do quarto.

Cena 5. Interior da Bahia – Senhor do Bomfim / Casa de Carol e Diego / Dia.

Diego maltrata Carol e joga um prato de comida nela.

DIEGO – Anda mulher traz logo esse almoço que eu não tenho o dia todo, tenho que voltar pro trabalho.

CAROL – Já estou indo meu amor, só falta esquentar o feijão. – Diz Carol da cozinha.

DIEGO – Deveria ter esquentado antes! Não sabe que chego neste horário todo dia? Não aprende nunca mulher.

CAROL – Pronto aqui está Diego, seu almoço. – Diz Carol colocando o prato sobre a mesa.

DIEGO – Cadê minha cerveja? Não trouxe por que?

CAROL – A cerveja acabou ontem e só fui perceber esta manhã, fui no armazém comprar mas ainda está quente.

DIEGO – Mas você não presta para nada mesmo. – Diz Diego comendo sua comida, enquanto ele mastiga ele sente que a comida falta sal.

DIEGO – Você não botou sal nessa porra de comida?

CAROL – Botei sim.

DIEGO – Para mim não é suficiente, não tem a porra da minha cerveja gelada que gosto de beber todos os dias na hora do almoço e a comida ainda está sem sal, está querendo apanhar sua vagabunda? TA QUERENDO? – Diego se levanta bastante exaltado.

CAROL – Por favor Diego se acalme eu vou pegar o saleiro e você tempera a comida a seu gosto. – Diz Carol se levantando indo em direção a cozinha.

DIEGO – Isso aqui é para você aprender que na próxima vez é para colocar mais sal na comida. – Diego pega o prato e joga nas costas de Carol.

Cena 6: Rio de Janeiro / Hospital Geral / Quarto Nº 108 / Tarde.

Maria Clara fica ao lado de Victor que se recupera da cirurgia.

MARIA CLARA – Que bom que deu tudo certo, você salvou a minha vida não sei como lhe agradecer.

VICTOR – Não tem o que me agradecer você também salvou a minha vida, me deu uma parte do seu fígado, isso significa que uma parte de você estará comigo para sempre. (Victor Sorrir).

MARIA CLARA (Sorrindo): Se você não estivesse se recuperando de uma cirurgia, iria pensar que isso foi uma cantada.

VICTOR – Me sair bem?

MARIA CLARA – Sim, muito. (Os dois sorriem um para o outro).

MARIA CLARA – Você quer ligar para sua família para avisar o que aconteceu?

VICTOR – Não, eu não tenho família…Na verdade eu tinha mas eu descobrir que tudo não passou de uma mentira, a minha vida inteira foi baseada em uma mentira.

MARIA CLARA – Sinto muito pelo que lhe aconteceu, mas quero que saiba que pode contar comigo para o que precisar, mesmo sem eu saber quem é você, de onde você é, como vive, pode contar comigo.

VICTOR – Eu sou Victor Albuquerque, Arquiteto, que acaba de descobrir que sua mãe não é sua mãe, seu pai não é seu pai, e que seu irmão não é seu irmão, toda minha vida foi baseada em uma mentira.

Cena 7: Rio de Janeiro / Cemitério / Capela / Tarde.

Caíque não aguarda o fim do velório do pai.

CAÍQUE – Por quanto tempo você ainda vai ficar velando o corpo?

MILENA – O tempo que for necessário até que eu consiga localizar o Victor.

CAÍQUE – Não podemos passar o dia todo aqui, logo mais vai anoitecer e o corpo vai começar a cheirar mal, vamos enterra-lo de uma vez e acabar com essa história!

MILENA – Não enquanto o Victor não estiver aqui, o Juraci era pai dele.

CAÍQUE – Não sejamos hipócritas Milena, você sabe muito bem que o Victor é um adotado, um intruso dentro da nossa família.

MILENA (Alterada): Não repita isso nunca mais!

CAÍQUE (Irritado): Chega, não vou perder mais um minuto do meu tempo com essa bobagem. – Caíque se aproxima do caixão onde está seu pai.

CAÍQUE – Adeus pai, obrigado. – Caíque beija o caixão e sai da capela.

MILENA (Emocionada): Eu só saio daqui quando meu filho chegar.

Cena 8. Rio de Janeiro / Saída do Cemitério / Tarde.

A enfermeira entrega a carta escrita por Juraci nas mãos de Caíque achando que ele é Felipe.

ENFERMEIRA JACI – Com licença você é o Victor?

CAÍQUE – Sim sou eu. – diz Caíque se fazendo passar por Victor.

ENFERMEIRA JACI – Sinto muito pelo que aconteceu com o seu pai. O senhor Juraci antes de morrer me pediu para escrever esta carta e entrega-la somente nas suas mãos e aqui estou eu cumprindo com o que ele havia me pedido. – A enfermeira entrega a carta.

CAÍQUE – Muito obrigado. – diz Caíque pegando a carta da mão da enfermeira. A enfermeira vai embora e Caíque segura a carta ainda desconfiado.

CAÍQUE – Uma carta para o Victor? Vamos saber o conteúdo dela. – Caíque começa a abrir a carta.

Congelamento em Caíque abrindo a carta.

Fim do capítulo.

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