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Feridas do Passado | Capítulo 14


De Wesley Franco


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.


Cena 1 – Continuação imediata da cena final do capítulo anterior.

Victor – Eu nasci neste hospital no dia 19 de novembro de 1988, fui vendido através de uma enfermeira chamada Joelma para um casal do Rio de Janeiro, acabo de descobrir toda essa história e voltei até aqui porque preciso saber quem é a minha verdadeira mãe.

Tony (Surpreso) – Você tem certeza dessa história? Trabalho neste hospital a muitos anos, realizei muitos partos e inclusive posso ter realizado o seu mas nunca foi registrado nenhum caso de sumiço de qualquer bebê.

Victor – Tenho certeza absoluta, peço a sua ajuda para que olhe nos arquivos, eu preciso muito saber o que aconteceu aqui naquela noite.

Tony – Não é de praxe fazer isso mas irei abrir uma exceção, vamos até o arquivo do hospital.

Cena 2 – Ilhéus / Hospital / Arquivo do Hospital / Dia.

Victor descobre que sua mãe está morta mas que ainda tem um tia viva.

Tony – Este é o arquivo do hospital, está um pouco empoeirado pois não usamos mais esta área, ela foi desativada quando passarmos a colocar os prontuários no computador. – diz Tony olhando os arquivos.

Victor – Mas são muitos, como iremos achar o meu em específico?

Tony – Vai ser mais simples do que você imagina, é só procurarmos os arquivos do mês de novembro de 1988 aqui neste hospital é tudo muito bem organizado. – diz Tony procurando os arquivos –. Aqui nesta prateleira só temos arquivos do ano de 1988.

Victor – Janeiro, fevereiro, Março, Abril, Maio – Victor procura o arquivo do mês de Novembro na prateleira –. Setembro, Outubro, Novembro, achei aqui está, dia 01, 02, 03… 17,18,19 de novembro o dia que nasci.

Tony – Área de partos aqui está, só houve um parto naquela noite. – diz Tony lendo o prontuário –. Espera eu era o médico responsável neste dia, estou me lembrando.

Flash Back

Jaiana – Então doutor onde está a minha irmã e o meu sobrinho? – Diz Jaiana animada.

Médico – Infelizmente a sua irmã, a Vanessa teve complicações após o parto, tentamos de tudo mas ela não resistiu. – Diz o médico abalado.

Jaiana – Não, não, não. – Jaiana entra em desespero e começa a chorar.

Jaiana – Minha irmão, NÃO, NÃO, NÃO, ela não merecia. – Jaiana cai no chão e começa a chorar.

A enfermeira Joelma entra na sala de espera e fala bem baixo ao doutor.

Joelma – Infelizmente a criança teve problemas respiratórios ao ser levada ao berçários e também não resistiu. – Após dar a notícia a enfermeira sai.

Médico – Sinto muito senhora mas o seu sobrinho também não resistiu, ele teve problemas respiratórios após o parto e acabo vindo a óbito.

Corta o Flash Back

Tony – A sua mãe teve problemas durante o parto e veio a falecer, e depois no momento que eu estava dando a notícia para a sua tia eu fui informado através da enfermeira Joelma que você havia morrido.

Victor – Então a minha mãe morreu, essa enfermeira me vendeu e depois disse que eu estava morto. – diz Victor encaixando as peças do quebra-cabeça do seu passado.

Tony – Sim, é uma pena que o crime já prescreveu pois eu colocaria aquela enfermeira na cadeia.

Victor – Eu preciso encontrar a minha tia ela pode dar mais informações do que preciso saber.

Tony – Aqui no prontuário consta o endereço da ficha, se você tiver sorte ela ainda mora lá mas sugiro que a procure amanhã pela manhã.

Victor – Muito obrigado Doutor…?

Tony – Tony, Doutor Tony.

Cena 3 – Rio de Janeiro / Leblon / Edifício Leblon / Saguão de entrada / Dia.

Maria Clara reencontra Alex seu antigo colega de faculdade.

Maria Clara – Que bom amor, então parte do seu passado já foi desvendado e amanhã você vai tirar essa história a limpo de uma vez. – diz Maria Clara conversando com Victor pelo celular –. E você já sabe quando volta? – Ela continua a conversa enquanto espera o elevador chegar – Tudo bem então, beijos. – Ela desliga o celular e aguarda o elevador.

O elevador chega no saguão de entrada e de dentro sai Alex.

Alex (Surpreso) – Maria Clara?

Maria Clara (Sorridente e Surpresa) – Alex? Você aqui? Eu achei que você ainda estava estudando fora.

Alex – Eu voltei já faz dias mas não imaginei que você estava morando aqui no mesmo edifício que meus pais moram.

Maria Clara – É uma coincidência muito grande, me mudei já faz algumas semanas, estou começando uma vida nova aqui no Rio de Janeiro e inclusive estou abrindo um escritório de arquitetura e você o que anda fazendo?

Alex – Voltei agora para o Brasil, ainda estou me reestabelecendo e sem emprego, se surgir uma vaga no seu escritório, lembre-se que nós formamos na mesma faculdade de arquitetura.

Maria Clara – Você já tem sua vaga garantida, vamos trocar nossos números de telefone para mantermos contato e acertar tudo, se bem que você morando aqui vamos nos cruzar todos os dias.

Alex (Sorrindo) – Vai ser um prazer trabalhar com você.

Cena 4 – Salvador / Vila / Casa de Maitê / Dia.

Joseph e Maitê voltam a brincar depois dela ter ficado internada.

Joseph – Como você demorou, eu senti muitas saudades sabia? – dia Joseph abraçando Maitê.

Maitê – Eu também senti muito sua falta, mas agora eu estou aqui e podemos nos divertir bastante.

Otávio – Vocês podem brincar o quanto quiserem, eu vou preparar um almoço bem gosto e de sobremesa sorvete, fica para almoçar com a gente Joseph?

Joseph (Sorrindo) – Depois de ouvir esse cardápio é claro que eu fico. Maitê – Vamos jogar banco imobiliário?

Otávio – Vamos mas vê se dessa vez você me deixa comprar alguma coisa, porque você compra tudo.

Maitê (Sorrindo) – Tá bom eu deixo, mas só porque hoje eu estou boazinha.

Cena 5 – Rio de Janeiro / Copacabana / Apartamento de Glória e Raul / Dia.

Glória se recusa ir ao médico.

Wolf – Mãe vim buscar você e o papai para irmos ao médico.

Glória – Médico para que? Seu pai está doente? Você não havia me dito nada Raul, o que você está sentindo?

Raul – Não estou sentindo nada meu amor, estou muito bem.

Wolf – O médico é para você mãe.

Glória – Para mim? Mas eu estou ótima, não é preciso perder tempo com médico, minha saúde está em perfeito estado.

Wolf – É preciso mãe temos que ir, a consulta está marcada e ele está nos esperando, é um ótimo médico e grande amigo meu.

Glória – Eu já disse que estou bem e não preciso ir ao médico. Raul diga ao Wolf que não insista que eu estou muito bem.

Raul – Glorinha você tem que ir ao médico, eu também vou com você e irei me consultar.

Glória – Não vou, não vou e não vou, e não insistam. – diz Glória irredutível com sua decisão.

Raul – Não vai ter jeito filho, desmarca a consulta.

Cena 6 – Rio de Janeiro / Ipanema / Hotel / Suíte Presidencial /Tarde.

Milena não aceita em ter sido expulsa de sua própria casa.

Milena – Não irei aceitar de forma alguma ter sido expulsa da minha própria casa, isso é inaceitável. – diz Milena andando de um lado para o outro.

Milena – Irei aproveitar alguns dias aqui hospedada neste hotel maravilhoso, mas irei voltar para minha casa o mais rápido possível, não posso me dar ao luxo de gastar o pouco que me resta e muito menos deixar o Caíque vencer essa disputa.

Milena – Se ele acha que vai conseguir me derrotar ele está muito enganado, eu volto para aquela casa e faço da vida dele um inferno ou eu não me chamo Milena Albuquerque.



Cena 7 – Senhor do Bonfim – Interior da Bahia/ Casa de Diego / Tarde.

Feliciano discute com Diego e é ameaçado.

Feliciano – Oh de casa! – diz Feliciano batendo na porta da casa de Diego.

Diego (Sorridente) – Seu Feliciano depois de tanto tempo veio nos visitar, entre a casa é sua.

Feliciano (Sério) – O que eu vim falar com você não é nada agradável. Diego – Mas o que foi de tão ruim que eu fiz para você está com essa cara de chateado?

Feliciano – Você ainda pergunta o que foi que você fez? Onde está minha filha?

Diego – Foi na feira comprar o que estava faltando para dentro de casa.

Feliciano – É bom assim ela não ouve o que irei lhe dizer. Como é que você coloca a sua própria filha para fora de casa daquela jeito? Arrastando a menina pelos cabelos no meio da rua, você não tem vergonha não homem?

Diego – A filha é minha e eu trato da maneira que eu achar que devo, ela sujou meu nome e por isso foi colocada para fora da minha casa.

Feliciano – Não é botando a filha para fora de casa que um homem resolve seus problemas, eu exijo que você traga minha neta de volta.

Diego (Exaltado) – VOCÊ O QUE? Quem você pensa que é para vim na minha casa e dizer o que eu devo fazer?

Feliciano – Eu sou o pai da sua mulher e avô da sua neta!

Diego – Você é um merda! É isso que você é, vendeu a própria filha por uns trocados e vem me querer dar lição de moral.

Feliciano – Me arrependo todos os dias de ter deixado minha filha se casar com um crápula como você, não vou permitir de maneira alguma que continue a maltratar minha neta desta forma, e ai de você se tocar um dedo novamente na minha neta e principalmente se tocar na minha filha.

Diego – E você vai fazer o que se eu tocar?

Feliciano – Eu faço você fazer uma visita permanente com o capeta!

Diego – Isso foi uma ameaça? – diz Diego colocando a mão na arma que guarda na cintura.

Feliciano – Entenda como quiser.

Diego – Pois vou lhe mostrar o que acontece quando se invade a casa de um homem para ameaça-lo. – Diego puxa a arma da cintura.

Cena 8 – Ilhéus / Casa de Jaiana / Tarde.

Victor vai até a casa de Jaiana.

Jaiana – O que deseja? – diz Jaiana abrindo a porta da casa após Victor tocar a campainha.

Victor – Você é a Jaiana?

Jaiana – Sim sou eu mesma.

Victor – Tenho um assunto muito importante para falar com a senhora.

Jaiana – E do que se trata?

Victor – Do seu sobrinho filho de sua irmã já falecida.

Jaiana – Você está brincando comigo? Meu sobrinho morreu a muitos anos.

Victor – Não ele não morreu, ele foi levado por uma enfermeira e vendido para um casal do Rio de Janeiro e para enganar a todos a enfermeira mentiu dizendo que a criança havia morrido.

Jaiana (Espantada) – Oh Meu Deus. Como você pode ter tanta certeza disso?

Victor (Emocionado) – Porque…Eu…Eu sou aquela criança que foi tirada dos braços da minha mãe quando nasci e entregue na mão de desconhecidos que me criaram e me amaram como pais, mas recentemente eu descobrir que minha vida inteira não passou de uma farsa, e que a minha verdadeira mãe está morta e que a minha única família é você tia.

Jaiana (Chorando) – Não pode ser, meu Deus do Céu, meu sobrinho está vivo e é você.

Victor (Chorando) – Sim tia sou eu.

Jaiana e Victor se abraçam após se reencontrarem vinte e oito anos depois.

Cena 9 – Senhor do Bonfim – Interior da Bahia / Casa de Diego / Tarde.

Carol chega a tempo impedindo que aconteça uma desgraça.

Diego – A minha visita ao coisa ruim vai ficar para depois, pois você por ser mais velho tem prioridade. – diz Diego engatilhando a arma e mirando em Feliciano.

Carol – Pelo amor de Deus larga essa arma Diego. – diz Carol entrando na casa e largando as sacolas da feira.

Diego – Seu pai veio até minha casa para me ameaçar e ele só sai daqui morto.

Carol – Você está louco não vou permitir que mate meu pai.

Feliciano – Deixa ele Carol, deixa ele.

Carol – Diego larga essa arma, olhe sua vida homem, você quer passar o resto dos seus dias na cadeia. – diz Carol ao lado de Diego segurando seus braços.

Diego – Saia daqui seu velho, saia! E nunca mais me volte aqui pois da próxima vez eu lhe meto uma bala na sua cabeça.

Carol – Vai pai por favor vai, pela minha mãe, pela sua neta e por mim vai. – diz ela desesperada.

Feliciano – Eu vou mas não pense que essa história terminou aqui Diego, nós vamos acertar nossas contas de igual para igual. – Feliciano deixa a casa.

Cena 10 – Ilhéus / Casa de Jaiana / Sala / Tarde.

Jaiana conta a história de Vanessa para Victor.

Victor – Agora que já lhe contei toda a minha história, eu quero saber toda a história da minha mãe.

Jaiana – A Vanessa era uma pessoa maravilhosa, alegre e feliz, nascemos e formos criadas juntas aqui em Ilhéus só nos separamos quando ela passou em uma seleção e foi trabalhar como secretária do Felipe Lontra antigo secretário da saúde do estado. Foi ai que tudo começou, ele a conquistou e ela se apaixonou perdidamente por ele mas era tudo enganação, ele apenas a usou e depois a abandonou para se casar com outra, neste momento ela estava grávida de você e mandou uma carta para ele contando que estava grávida e que precisava dele naquele momento e como resposta ele a desprezou e a demitiu do emprego.

Jaiana – Sua mãe sofreu muito com tudo que o Felipe lhe fez, ela estava grávida, sozinha e sem um emprego, ela não teve saída e teve que voltar para Ilhéus e passou a gravidez inteira ao meu lado, não teve um dia que a Vanessa não chorasse ao lembrar do Felipe, foi uma gravidez muito sofrida e difícil.

Jaiana (Emocionada) – Quando você veio ao mundo o quadro de saúde da Vanessa se complicou e ela acabou não resistindo e veio a falecer, mas não deixou de pensar no Felipe em nenhum momento, em suas últimas palavras ela chamava pelo Felipe.

Jaiana – O Felipe a matou, ele fez com o que ela morresse pouco a pouco, dias depois ele veio até aqui procura-la mas já era tarde, ela estava morta, mas eu acredito na justiça e um dia ele vai pagar por tudo que fez.

Victor – E ele vai tia, este homem destruiu a vida da minha mãe e é por causa dele que ela está morta, é por causa dele que eu fui levado para outra família, ele é o culpado de toda a desgraça que aconteceu nesta história.

Jaiana – Pois ao invés dele sofrer e pagar por tudo que ele fez, ele fica cada vez mais rico, roubando do pobre, o maldito se tornou governador do estado, hoje ele é o atual governador da Bahia.

Victor – Os dias de felicidade dele estão contados, da mesma forma que ele destruiu a minha vida e a vida da minha mãe, eu irei destruir a vida dele, ele irá sofrer tão quanto a minha mãe sofreu por ele.

Victor (Com ódio no olhar) – Eu Juro!

Congelamento no olhar de ódio de Victor.

Fim do capítulo.

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