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Feridas do Passado | Capítulo 15


De Wesley Franco


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.


Cena 1 – Salvador / Paralela / Apartamento de Arlete / Fim de Tarde.

Arlete se muda para o novo apartamento e começa um clima entre ela e Henrique.

Arlete – Não pretendia me mudar assim tão depressa e de forma tão desorganizada, mas infelizmente foi necessário.

Henrique – Não está tão ruim assim, são muitas caixas, muita bagunça mas dar pra se achar por aqui.

Arlete – Muito obrigado pela sua ajuda Henrique, se não fosse você eu ainda estaria subindo com essas caixas, não sei como lhe agradecer.

Henrique – Eu sei uma forma bem legal de você me agradecer, basta me dar o consentimento pois eu já estou caidinho por você.

Arlete – Este não é o momento e nem o lugar ideal para isso.

Henrique – E que lugar seria mais ideal do que o seu próprio apartamento? Vamos, você não quer nada comigo?

Arlete – Não é isso, é que eu nunca tive nada com ninguém, pode parecer coisa do século passado mas até hoje eu nunca me envolvi com ninguém.

Henrique (Surpreso) – Você é virgem?

Arlete (Envergonhada) – Sim.

Henrique – Isso é uma dádiva, uma coisa maravilhosa, eu acho muito bonito da sua parte você ter esperado pela pessoa certa.

Arlete – Não vamos falar neste assunto Henrique, por favor vamos mudar de assunto.

Henrique – Tudo bem se você não quer falar neste assunto, não iremos mais falar neste assunto.

Cena 2 – Salvador / Vila / Rua / Noite.

Lorena conversa com uma vizinha fofoqueira.

Elza – Chegou cedo hoje do serviço hein Lorena.

Lorena – A cidade estava livre, sem congestionamentos.

Elza – Seu filho anda bem amiguinho da menina contaminada, cuidado para ele não se contaminar também.

Lorena – Do que você está falando?

Elza – Estou falando que eu vi seu filho entrando lá na casa da Maitê, ele passou o dia todo lá, respirando o mesmo ar que aquela doente.

Lorena – Você tem certeza do que está falando?

Elza – Absoluta, eu vi com esses dois olhos que Deus me deu.

Lorena – Irei resolver isso hoje mesmo.

Cena 3 – Ilhéus / Casa de Jaiana / Noite.

Victor pesquisa sobre a vida de Felipe.

Jaiana – O que tanto você olha neste computador meu sobrinho?

Victor – Estou pesquisando mais coisas sobre a vida do meu pai.

Jaiana – Me desculpa falar, mas aquele homem não deve ser chamado de pai, ele é um monstro.

Victor – Você tem toda razão! Pesquisei algumas coisas sobre ele, e me parece que não é um bom político, existe bastante gente contrária a ele, envolvidos em muitos escândalos mas tudo só passa de boatos pois não a nenhuma prova contra ele.

Jaiana – Esses políticos são assim, escondem todos os seus podres debaixo do tapete e ainda colocam um móvel por cima, no dia que alguém resolver procurar direito sempre acha.

Victor – E é isso que irei fazer, estou abrindo um escritório de arquitetura com minha namorada e quem sabe podemos negociar com alguma obra do governador.

Jaiana – É uma ótima ideia, assim você vai poder ter contato com ele. Eu não queria plantar em você esse sentimento de ódio, faça o que tem que fazer mas não faça nada de errado e ilegal pois não podemos pagar o mal com o mal.

Victor – Não se preocupe tia, irei fazer o que eu acho que deve ser feito. Você sabe dizer se ele se casou? Teve filhos?

Jaiana – Sim, ele continua casado com a mesma mulher pela qual ele trocou a sua mãe e teve uma filha com essa mulher, se você pesquisar você deve achar.

Victor – Deixa eu ver se acho algo.

Cena 4 – Salvador / Vila / Casa de Lorena / Noite.

Lorena proíbe que Joseph volte a se encontrar com Maitê.

Lorena – Irei ser bem clara e só vou falar uma vez e quero que preste bem atenção.

Joseph – Sim mãe.

Lorena – Você está proibido de voltar a brincar, conversar, de ver aquela garota doente.

Joseph – A Maitê?

Lorena – Tem outra garota doente na vila?

Joseph – Não.

Lorena – Então é ela mesmo, eu não quero ver você brincando com aquela garota, ela tem AIDS é um perigo para você, e já estão todos comentando sobre sua aproximação com ela, isso é um aviso Joseph se voltar a ver aquela garota eu acabo com você. Está me escutando?

Joseph – Sim, não irei voltar a ver a Maitê.

Lorena – Isso é para o seu próprio bem, não me faça tomar medidas drásticas.

Cena 5 – Ilhéus / Casa de Jaiana / Noite.

Victor descobre algo sobre a família Lontra que vai mexer com sua vida.

Victor – Acho que achei uma foto da família toda reunida, só que está demorando um pouco de carregar. – diz Victor mexendo no computador.

Jaiana – A internet daqui não é muito boa, mas é só esperar um pouco que carrega.

Victor – Carregou!

Jaiana – Deixa eu ver. – Jaiana vai ao lado de Victor e olha a foto junto com ele.

Victor (Assustado) – Não! Não pode ser, não é verdade, não, não, não.

Jaiana – O que foi meu sobrinho? Você conhece alguém da foto?

Victor (Assustado) – Meu Deus, Oh meu Deus, essa mulher da foto na esquerda do lado do Felipe é a Maria Clara.

Jaiana – Sim, Maria Clara Silveira Lontra filha do Felipe Lontra e de Soraya Silveira Lontra, qual o problema nisso?

Victor – O problema é que eu e a Maria Clara nós conhecemos, somos namorados e estamos morando juntos no Rio de Janeiro como um casal, e agora eu descubro que ela é minha irmã.

Jaiana (Assustada) – Oh meu Deus, eu sinto muito.

Victor (Chorando) – Eu tive relações com minha própria irmã, com a minha própria irmã. Me sinto sujo, isso é horrível, é uma das coisas mais abomináveis que pode ter acontecido.

Jaiana – Mas vocês não sabiam, não podem se culpar por algo que vocês não sabiam.

Victor – Preciso voltar para o Rio de Janeiro e conversar com ela pessoalmente.

Jaiana – Calma, precisamos pensar com calma, antes de você falar qualquer coisa com ela vamos ter a certeza que vocês realmente são irmãos.

Victor – Se ela é filha do Felipe e eu realmente sou o filho do Felipe, não a dúvidas de que somos irmãos.

Jaiana – Eu tenho certeza que você é o filho do Felipe, mas não tenho certeza que a Maria Clara é filha do Felipe. Volte para o Rio de Janeiro e faça um teste de DNA sem ela saber, tenha a certeza.

Victor – Você tem razão, eu vou voltar amanhã mesmo para o Rio e fazer um teste de DNA, é melhor eu não me precipitar.

Cena 6 – Senhor do Bonfim – Interior da Bahia / Casa de Diego / Noite.

Diego volta a espancar Carol e a prende no quartinho dos fundos.

Diego – A culpa do seu pai ter vindo na minha casa me ameaçar foi toda sua!

Carol – Não tive culpa de nada, eu não sabia que ele ia vim até aqui.

Diego – O que é que você anda contando a ele? Fala!

Carol – Eu juro que eu não contei nada, eu juro.

Diego (Alterado) – Mentirosa! – Diego dar um tapa bem forte na cara de Carol.

Diego – Você vai aprender a não mentir para o seu marido. – Diego dar outro tapa na cara de Carol que cai no chão, ele a enche de chutes e de tapas.

Carol (Gritando e chorando) – Não, não me bate.

Diego espanca terrivelmente Carol, lhe dando muitos tapas, murros e chutes.

Diego – Já estou cansado de você, não me serve de mais nada, a sua juventude já passou, você está velha, acabada, usada, não presta para nada.

Diego – Irei lhe prender nos quartos do fundo e vou te deixar a mínguas para você aprender a respeitar o seu marido e a sua casa. – Diego arrasta Carol pelos cabelos até o quartinho dos fundos.

Carol (Grita) – Me solta! Me solta seu cretino. – Carol é arrastada pelos cabelos até o quartinho dos fundos.

Quartinho dos Fundos

Diego – É aqui que você vai ficar! – Diego joga Carol dentro do quartinho.

Carol – Você não tem o direito de fazer isso comigo, me deixa ir embora da sua vida de uma vez por todas.

Diego (Alterado) Você vai ficar aqui até quando eu quiser que você fique!

Carol (Chorando) – Você é um monstro Diego, um monstro.

Diego – Cale a boca! – Diego dar um tapa na cara de Carol.

Diego – Todos esses anos e você ainda não aprendeu a me respeitar, eu sou o seu marido vadia. – Diego pega Carol pelo pescoço e empurra para o outro lado do quarto.

Carol (Chora) – Para por favor, para.

Diego – Só irei parar quando eu quiser.

Carol – Estou farta de você, farta! Eu vou embora desta casa para sempre, e nunca mais eu vou ver essa sua cara, seu monstro, maldito, miserável.

Diego – Sabe quando é que você vai embora desta casa? Nunca! Vai ficar presa nesse quartinho para sempre, e nunca mais ninguém vai lhe ver.

Carol – Você não pode fazer isso, meus pais irão vim me procurar e vão me achar aqui.

Diego – De seus pais eu mesmo cuidarei, hoje mesmo vou tratar de que a casa deles peguem fogo e eles morram queimados.

Carol (Assustada) – Você é um louco! É um psicopata! Deixa eu ir embora daqui, me deixa ir.

Diego – Aproveita o quartinho. – Diego sai do quarto e tranca a porta.

Carol (Chora) – Abre essa porta! Diego, não me deixa aqui, não faz nada com meus pais, por favor, não.

Carol (Grita) – NÃO! NÃO! POR FAVOR.



Cena 7. Rio de Janeiro / Barra da Tijuca – Av. das Américas / Escritório de Arquitetura / Dia.

Maria Clara apresenta o novo escritório de arquitetura para Alex.

Maria Clara – É aqui que será o escritório, ainda estou cuidado da reforma mas em algumas semanas já poderemos abrir.

Alex – Bem espaçoso e muito bem localizado, tem tudo para ser um sucesso.

Maria Clara – Estou cuidando de toda parte da reforma e o Victor da parte burocrática.

Alex – E no que eu posso ser útil? Já que vou trabalhar aqui também quero ajudar em algo.

Maria Clara – Você pode cuidar da marketing, pois você sabe que neste ramo as coisas são concorridas e uma boa propaganda ajuda bastante.

Alex – Pode deixar comigo irei fazer uma boa propaganda de marketing.

Maria Clara (Sorrindo) – Eu acho que nunca estive tão feliz, sempre foi meu sonho abrir um escritório, agora eu posso dizer que estou feliz no amor e no trabalho.

Alex – Você fala bastante nesse Victor mas eu ainda não o conheci, por onde ele anda?

Maria Clara – Ele está passando por grandes problemas sociais envolvendo a família, por isso ele teve que fazer uma viagem a Bahia mas ele volta logo, e assim que ele voltar eu te apresento.

Alex – Ele não vai sentir ciúmes de ter o ex-namorado da atual namorada trabalhando no mesmo escritório?

Maria Clara – Acredito que não, o conheço a tão pouco tempo mas tenho certeza que o Victor é uma pessoa extremamente compreensível.

Cena 8. Rio de Janeiro / Copacabana / Apartamento de Glória e Raul / Quarto / Dia.

Glória tem mais um lapso de memória devido ao mal de Alzheimer.

Raul – Vamos tomar café da manhã meu amor? Eu pensei em depois irmos caminhar no calçadão e tomar uma água de coco o que acha?

Glória (Grita) – AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA. Socorro! Socorro! Socorro!

Raul – Calma meu amor, sou eu o Raul.

Glória (Desesperada) – Irei chamar a polícia, eu não lhe conheço e você invade o meu quarto, eu não sei quem é você, eu nunca lhe vir.

Raul – Olha direito para mim meu amor, sou eu o seu Raul.

Glória – Eu já lhe disse que não lhe conheço, fora da minha casa, fora daqui.

Raul – Sou eu meu amor, o seu Raul, eu não quis lhe assustar eu vim apenas lhe chamar para tomarmos café juntos como fazermos todas as manhãs a décadas.

Raul (Triste) Glória meu amor, onde quer que você esteja nesse momento, por favor volte para mim. Você sempre disse que eu era o único amor da sua vida e continuo sendo, você não pode ter me esquecido assim.

Glória – Eu nem lhe conheço, como você pode ser o amor da minha vida se nem sei quem é você.

Raul – Sou eu meu amor, sou eu.

Glória (Grita) – O grande amor da minha vida é o Raul, o meu Raul, o meu conde Raul, o meu conde de Menezes.

Glória para por um instante e olha fixamente para Raul.

Gloria (Emocionada) – Raul? Raul! Meu Raul, meu querido, meu amor, meu tudo, minha vida. – Glória abraça Raul e lhe dar vários beijos.

Cena 9 – Rio de Janeiro / Leblon / Apartamento de Maria Clara / Sala / Dia.

Victor chega de viagem.

Victor – Maria Clara, meu amor, cheguei. – diz Victor entrando no apartamento a procura de Maria Clara.

Victor – Você ta ai?

Victor – Parece que não. É uma boa hora para resolver logo o problema de saber se ela é ou não minha irmã, preciso fazer esse exame de DNA o mais rápido possível.

Banheiro do Apartamento

Victor pega um escova de cabelo de Maria Clara.

Victor – Preciso de 10 fios do cabelo dela. – Victor tira 10 fios da escova de cabelo de Maria Clara e põe em um recipiente e lacra.

Victor – Pronto! Irei levar para o laboratório agora mesmo e me hospedar em um hotel até o resultado sair, ela não pode saber que eu voltei.

Cena 10 – Senhor do Bonfim – Interior da Bahia / Casa de Feliciano e Raimunda / Quarto do Casal / Noite.

Feliciano e Raimunda se preparam para dormir.

Feliciano – Amanhã mesmo eu vou procurar a Carol, e irei traze-la de volta para casa e pedir perdão por tudo, pois se minha filha está sofrendo naquela casa a culpa é minha.

Raimunda – Você tem certeza de que está acontecendo alguma coisa lá?

Feliciano – Tinha quase certeza e depois que o Diego me expulsou de lá, não restou dúvidas de que alguma coisa está errada.

Raimunda – Vamos dormir meu velho e amanhã traremos a nossa filha de volta.

Feliciano – Eu errei tanto nessa vida minha velha, fiz tudo errado mas nunca é tarde para consertar os erros e recomeçar. – Feliciano abraça Raimunda.

Raimunda – Te amo meu amor.

Feliciano – Eu também te amo muito, minha vida. – Os dois se beijam e voltam a se abraçar.

Cena 11 – Senhor do Bonfim – Interior da Bahia / Exterior Casa de Feliciano e Raimunda / Madrugada.

Diego incendia a casa de Feliciano e Raimunda.

Diego (Sorrindo) – Chegou a hora de você prestar as contas com satanás seu velho! – Diego que está segurando um galão de gasolina começa a espalhar gasolina pelos arredores da casa deixando-a totalmente encharcarda de gasolina, em seguida ele acende o fósforo e joga na gasolina que pega rapidamente começando o incêndio em toda a casa.

Diego (Rindo) – Deêm lembranças a coisa ruim quando chegarem lá. – Diego corre do local.

O fogo invade a casa de Feliciano e Raimunda, a sala começa a pegar fogo, que se espalha pelo corredor e pela cozinha.

Quarto do Casal

Raimunda e Feliciano acordam tossindo devido a fumaça.

Feliciano – Que fumaça é essa minha velha? Você deixou alguma coisa ligada no fogão? – diz Feliciano se levantando da cama.

Raimunda – A casa ta pegando fogo, temos que sair daqui. – Raimunda se levanta da cama e corre para abrir a porta mas o fogo já tomou todo o corredor e não tem saída.

Raimunda (Desesperada) – O fogo tomou tudo, vamos morrer aqui dentro.

O fogo invade rapidamente o quarto do casal e se alastra por todo o quarto, deixando Raimunda e Feliciano sem saída.

Feliciano (Grita) – Socorro! Nós ajudem, alguém nos ajude pelo amor de Deus.

Raimunda (Grita) – Socorro! Socorro! Nós Ajudem!

Feliciano – Acabou minha velha, acabou, é o fim. – Feliciano abraça Raimunda.

Congelamento em Raimunda e Feliciano abraçados.

Fim do capítulo.

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