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Feridas do Passado | Capítulo 19


De Wesley Franco


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.


Cena 1. Salvador / Vila de Classe média / Casa de Joseph / Noite.

Otávio dar um aviso a Lorena.

Otávio – Eu nada, quem vai fazer é a justiça, eu lhe processo porque o que você está fazendo com a minha filha é um crime, eu vou até a televisão, a rádios, a jornais, para lhe denunciar por maltratar uma criança só porque ela tem uma doença, isso é crime e você vai pagar por isso. Por isso preste atenção, eu vim aqui apenas lhe avisar que nunca mais fale daquele jeito com a minha filha, caso contrário eu acabo com você.

Lorena – É só você deixar a sua doentinha longe do meu filho, que nunca mais irei dizer verdades a ela.

Otávio – O seu filho é uma criança muito boa e gosta de brincar com a minha filha, e eu não vejo problema algum nisso.

Lorena – Eu não quero o meu filho brincando com uma menina que pode lhe transmitir uma doença.

Otávio – Você é uma louca, você sabe muito bem que as coisas não funcionam desse jeito, mas tudo bem se você não quer que o seu filho brinque com a minha filha é um direito seu.

Lorena – Ótimo. – Lorena bate à porta na cara de Otávio e vai atrás de Joseph.

Quarto de Joseph

Lorena (Grita) – Se você voltar a brincar com aquela menina doente, eu vou lhe partir no meio, está me ouvindo? Eu vou lhe bater tanto, mais tanto que você vai pedi para morrer seu moleque.

Joseph – Por que eu não posso brincar com a Maitê?

Lorena (Grita); Por que não e ponto final.

Cena 2. Salvador / Vila de classe média / Casa de Maitê / Quarto de Maitê / Noite.

Otávio conversa com Maitê.

Otávio – Filha, precisamos conversar sobre o Joseph.

Maitê – Aconteceu alguma coisa com ele pai?

Otávio – Não, ele está bem, mas a mãe dele não quer que vocês dois brinquem juntos, então é melhor vocês dois não se verem mais, porque se ela ver vocês dois brincando ela vai dizer aquelas coisas horríveis novamente.

Maitê – Mas ele é meu amigo pai.

Otávio – Eu sei meu amor, eu sei, mas a mãe dele é má e não quer vocês dois brincando juntos.

Maitê – E por que ela quer isso?

Otávio – Porque ela é cruel, sem coração, amarga e não é feliz, é por isso, mas não fica triste, quem sabe um dia ela muda de ideia, assim vocês dois poderão voltar a brincar juntos.

Maitê – Tudo bem. – diz Maitê indo para janela.

Corta Para.

Quarto de Joseph

Joseph – Ninguém vai nos separar Maitê, ninguém. – diz Joseph olhando o céu estrelado pela janela.

Corta Para.

Quarto de Maitê

Maitê – Eu vou ser sempre sua amiga Joseph, vou ser sua amiga para sempre e ninguém irá nos separar. – diz Maitê olhando o céu estrelado pela janela.

Cena 3. Salvador / Hospital Geral / Quarto Nº 666 / Dia.

Maria Clara, Victor e Alex visitam Felipe.

Maria Clara – Meu amor? – diz Maria Clara entrando no quarto com Alex e encontrando Victor deitado em uma poltrona ao lado da cama de Felipe.

Victor – Maria Clara? O que você está fazendo aqui meu amor? – diz Victor se levantando.

Maria Clara – Eu vim para cá assim que soube do acidente, fiquei desnorteada com tudo que aconteceu, ontem à noite eu passei aqui e você já estava dormindo ao lado do papai, foi uma cena muito linda, você não sabe o medo que passei em pensar que havia perdido os três amores da minha vida.

Victor – Não precisa mais ter medo, já está tudo bem, seu pai já vai acordar, eu estou inteiro, eu só sinto muito por sua mãe.

Maria Clara – Tenho fé que ela vai acordar e que vai ficar tudo bem.

Victor – Depois de uma tempestade como essa, vem sempre o sol.

Cena 4. Rio de Janeiro / Salvador.


Letreiro – DIAS DEPOIS

Cena 5. Rio de Janeiro / Clínica Média / Dia.

Raul vai a consulta médica sem a presença de Glória.

Médico – Sr. Raul que bom revê-lo, acredito que já trouxeram o resultado dos exames, e onde está a Sra. Glória?

Raul – Dr. Eu preferir não trazer a minha esposa para esse consulta, esses dias ela esteve tão bem, não apresentou nenhum dos sintomas e me respondeu diariamente as três palavras que você havia dito, e por isso eu não a trouxe, pois tenho medo dos resultados deste exame, eu não quero que minha Glória sofra em saber que está doente, quando ela não está em si é diferente mas é a minha Glória que está neste momento e eu não quero ela sofra. Você me entende?

Médico – Claro que eu entendo Sr. Raul, eu nos eu lugar faria a mesma coisa, se realmente a dona Glória tiver a doença, o senhor deve aproveitar cada momento em que ela esteja bem, são muito raros mas muito importantes. Vamos ver os exames?

Raul – Claro, vamos sim aqui está. – Raul entrega os exames ao médico que começa a avalia-los.

Cena 6. Salvador / Sede do Governo / Sala de Felipe / Dia.

Felipe convence Victor a aceitar suas condições para assinar o contrato.

Felipe – Finalmente estou de volta ao trabalho, procuro pensar que ontem eu voltei do Rio de Janeiro e hoje cheguei aqui, preciso tirar as memórias do acidente da minha cabeça, foram momentos que eu quero esquecer.

Victor – Todos nós queremos, mas infelizmente a Soraya está em coma e enquanto ela estiver lá, nunca esqueceremos.

Felipe – Eu fui o homem mais infeliz deste mundo por ter me casado com a Soraya, a minha vida é um verdadeiro inferno, mas eu não desejo que ela morre e sim que ela acorde, pois mais do que nunca eu desejo viver, recomeçar de novo e para isso eu preciso me divorciar e para isso ela tem que está bem. Vamos mudar de assunto e tratar das condições que irei impor para que possamos assinar o contrato.

Victor – Condições? Eu achei que já tivesse revisado o contrato.

Felipe – E já revisei, estou me referindo as condições por fora disso. Ah, vamos você conhece como funciona a política neste país, nenhuma obra acontece se não tiver uma coisa suja por baixo.

Victor – Sei bem como funciona.

Felipe – Irei estabelecer algumas condições e você deve aceita-las, e principalmente mantê-las em sigilo, nem a minha filha deve saber do que iremos conversar aqui.

Victor – Tudo bem Felipe, essa conversa não vai sair daqui.

Felipe – Primeiramente…



Cena 7. Rio de Janeiro / Clínica Média / Dia.

O médico chega ao diagnóstico.

Médico – Sinto muito, mas é como imaginei, a senhora Glória sofre de Mal de Alzheimer.

Raul (Chorando) – Oh meu Deus, por que a minha Glória? Por que justo ela? Por que não a mim? Eu não estou preparado para vê-la partir pouco a pouco. Por que? Meu Deus.

Médico – Sinto muito, mas não a nada que possa ser feito, neste momento mais do que nunca ela precisa da família, da atenção, conforme a doença vai evoluindo ela vai esquecer parentes, esquecer do presente e viver lembranças do passado, vai precisar de ajuda para se alimentar e fazer suas necessidades pessoais, a senhora Glória voltará a ser com uma criança, e cada momento de lucidez deve ser aproveitado como o último.

Raul – Essa doença não tem cura?

Médico – Infelizmente não, mas existem tratamentos, eu darei um tempo para o senhor se preparar para contar a senhora Glória que ela sofre da doença, ela precisa e tem o direito de saber, não podemos demorar, quanto mais cedo ela souber mais lembranças ela terá.

Cena 8. Salvador / Sede do Governo / Sala de Felipe / Dia.

Victor aceita as condições impostas por Felipe.

Felipe – Então, aceita ou não aceita as minhas condições?

Victor – Eu sei que isso é amplamente ilegal, mas você é meu futuro sogro e meu escritório está precisando de um bom contrato para entrarmos com força no mercado, sendo assim eu aceito.

Felipe (Sorrir) – Acordo fechado! Aqui está o contrato basta assinar. – Felipe entrega o contrato a Victor.

Victor – Foi excelente fechar negócios com o seu governo. – Victor assina o contrato e devolve a Felipe.

Felipe – Bom, agora você já sabe, já entrou na jogada e com o tempo vai aprender melhor como as coisas funcionam por aqui, vou te dar um leve adiantamento do que você vai receber. – Felipe vai até a sua mesa, abre uma das gavetas com uma chave que ele guarda em seu palito, da gaveta ele retira um envelope e entrega a Victor.

Victor – Quanto tem aqui? – diz Victor abrindo o envelope e verificando o dinheiro.

Felipe – Quinhentos mil reais só para começar, se você tudo da maneira que eu mandar, você vai receber muito mais do que isso, é assim que as coisas funcionam por aqui, se uma obra está avaliada em 5 milhões, dizemos que vai custa 20, 30, 50 milhões, pagamos os 5 a construtora e o restante dividimos.

Felipe (Sorrir) – Seja bem-vindo a política meu genro.

Cena 9. Rio de Janeiro / Av. Das Américas / Escritório de Arquitetura / Sala de Maria Clara / Dia.

Milena pede emprego a Maria Clara.

Maria Clara (Surpresa) – Dona Milena? O que deseja aqui?

Milena – Eu preciso falar com você, preciso muito da sua ajuda.

Maria Clara – Em que posso ajuda-la.

Milena – Você já deve saber toda a história e já deve ter feito seu próprio julgamento sobre mim.

Maria Clara – Não, eu não a julgo porque não sei os motivos que a levaram a fazer o que fez.

Milena – Não a justificativa para o que eu fiz, foi um erro e eu reconheço, mas não é o passado que me traz aqui e sim o presente.

Maria Clara – Pode falar, estou a te ouvir.

Milena – O meu marido antes de morrer havia falido e perdeu tudo como você deve saber, ele se foi e me deixou a casa, as joias e um valor em dinheiro, mas eu acabei perdendo tudo para o meu filho Caíque, ele ameaçou entregar a carta que o Juraci escreveu ao Victor caso eu não desse tudo que ele pedisse, eu não queria que o Victor soubesse da verdade e dei tudo que eu tinha e mesmo assim ele entregou a carta. Eu não tenho mais nenhuma joia, nem um centavo e nem uma casa, pois ele me tomou tudo.

Maria Clara – Eu sinto muito por isso, se você quiser um dinheiro, eu não tenho muito mas acho que posso ajudar.

Milena (Chorando) – Eu não quero dinheiro, eu quero trabalhar, na verdade eu não trabalho desde que me casei, mas sou formada em administração, por favor me ceda um emprego no escritório, eu preciso de um meio de sobreviver;

Maria Clara – Um emprego? Eu posso lhe dar um emprego, mas antes eu preciso conversar com o Victor para saber a opinião dele.

Milena (Chorando) – Ele me odeia, com certeza vai querer me ver longe, eu errei no passado, fiz tudo errado mas fui mãe, isso ele não pode negar, eu fui mãe, e a melhor mãe do mundo, dei todo meu carinho e amor, você tem uma mãe e sabe do que estou falando, por favor convença-o a me aceitar trabalhando aqui.

Maria Clara – Irei falar com ele, prometo que irei convencê-lo a te aceitar trabalhando aqui.

Milena (Chorando) – Obrigado, Deus lhe abençoe e eu desejo muito que a sua mãe melhore, ela tem uma filha de ouro. – diz Milena abraçando Maria Clara.

Maria Clara (Chorando) – Deus te ouça, e ela vai acordar porque apesar de tudo ela é a melhor mãe do mundo. – Diz Maria Clara emocionada enquanto lembra de sua mãe e abraça Milena.

Cena 10. Rio de Janeiro / Copacabana / Apartamento de Glória e Raul / Sala de Estar / Tarde.

Raul conversa com Wolf, Alex e Marília sobre a doença de Glória.

Raul – A Glória está deitada, vamos aproveitar este momento para falar do assunto que os trouxe aqui, eu levei os exames que a Glória fez para o médico e ele me deu o diagnóstico.

Wolf – E o que ela tem pai?

Raul começa a chorar e não responde a Wolf.

Wolf – Pai o que ela tem?

Raul só faz chorar e não consegue responder.

Alex – Vô fica calmo, você levou os exames da vó Glória pro médico e ele lhe deu o diagnóstico, qual é o diagnóstico?

Marília – Respira Raul e nos diz o que o médico falou.

Wolf – Pai, olha para mim e me diz o que a mamãe tem?

Glória se levanta da cama e vai até a sala e ouve a conversa que está acontecendo.

Wolf – Pai, fala!

Raul – A sua mãe está com Alzheimer.

Wolf (Surpreso) – Alzheimer? Você tem certeza disso? Pode ter sido um engano, o médico deu o diagnóstico errado.

Raul – Não, infelizmente não, o que eu mais queria é e que este diagnóstico tivesse errado, que todas as falhas na memória fossem coisa da idade.

Marília – Meu Deus, está doença é terrível e vai piorando cada vez mais, a Glória não merecia isso.

Alex (Chora) – Infelizmente teremos que aceitar, que a vó que conhecemos vai sumir.

Wolf (Chora) – Não, não é possível a mamãe é saudável, feliz, cheia de vida, não é possível que essa doença maldita tenha atacado logo ela, por que?

Raul (Chora); O que eu vou fazer sem a minha Glória? Sem a mulher que esteve do meu lado uma vida inteira? Ela se vai aos poucos, eu vou perde-la. Quem vai me dar conselhos? Carinho? Amor? Broncas? Ou vai estar do meu lado tomando champanhe e recordando a juventude? O que vou fazer sem dividir minha vida com a Glória? Cada dia vai ser como uma despedida, e eu não vou aguentar tanto sofrimento.

Alex – Nós temos que ser fortes, eu não sei como mas temos que ser fortes para ajudar a vovó.

Wolf (Chora) – Eu não quero perder a minha mãe, eu não quero perde-la.

Marília – Wolf, meu amor não a nada a ser feito, infelizmente iremos perder a sua mãe.

Glória ouve tudo e chora no corredor.

Glória (Chorando); Não, não, não, meu Deus. – diz Glória chorando e indo para sala.

Raul – Glória, você ouviu tudo?

Glória (Chorando – Raul! Meu Raul! – diz Glória abraçando Raul.

Raul (Chorando) – Meu amor, meu amor.

Glória (Chorando) – No dia que eu não puder mais ir até você, não se esqueça de vim até mim. Se um dia eu não puder lembrar seu nome, venha me lembrar quem é você. Se um dia eu não puder expressar o meu amor por você, apenas sinta que na minha alma nada disso se perdeu e eu continuo amando você. Você continua e sempre continuará sendo o amor da minha vida. Todos vocês vão estar sempre vivos dentro de mim mesmo que eu não lembre quem são vocês.

Raul, Marília, Wolf e Alex bastante emocionados abraçam Glória.

Cena 11. Salvador / Palácio do Governo / Quarto de Hospedes / Tarde.

Victor planeja uma forma de acabar com a carreira política de Felipe.

Victor – Vamos ouvir a gravação. – diz Victor ligando o gravador de voz.

Gravação – “E já revisei, estou me referindo as condições por fora disso. Ah, vamos você conhece como funciona a política neste país, nenhuma obra acontece se não tiver uma coisa suja por baixo…”

Victor – Com o áudio dessa conversa eu acabo com a carreira política do Felipe, mas ainda é pouco, preciso conseguir provas para colocá-lo na cadeia, aquela secretária pode me ajudar com isso.

Victor – Ah, Felipe Lontra a sua hora está chegando. – Felipe Sorrir.

Congelamento no sorriso de Felipe.

Fim do capítulo.

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