top of page
Buscar
  • Foto do escritorEstúdio Webs

Feridas do Passado | Capítulo 20


De Wesley Franco


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.


Cena 1. Rio de Janeiro / Av. Das Américas / Escritório de Arquitetura / Sala de Alex / Noite.

Maria Clara conforta Alex.

Maria Clara – Alex? Você ainda está aqui, aconteceu alguma coisa? – diz Maria Clara entrando na sala.

Maria Clara – Você estava chorando?

Alex – A minha avó tem Alzheimer, descobrimos hoje à tarde e ainda não me conformei com isso, essa doença vai matando aos poucos, é sofrimento demais para família.

Maria Clara – Eu sinto muito pela sua avó, mas não vamos perder a esperança, a medicina avança a cada dia, deve ter algo que vai impedir o avanço da doença.

Alex – Como eu queria acreditar que isso fosse acontecer.

Maria Clara – Parece que as coisas ruins estão nos rodeando, sua avó doente e a minha mãe em coma se estivesse morta, quando é que as nossas vidas vão voltar a brilhar e sair dessa escuridão, quando?

Alex – Espero que seja breve, pois eu não aguento mais tanto sofrimento.

Maria Clara – Eu vim aqui para me despedir, viajo amanhã para Salvador mas na segunda já estou de volta.

Alex – Boa viagem, e o Victor quando volta?

Maria Clara – Assim que ele terminar de planejar as requalificações que serão feitas. Agora tenho que ir, amanhã acordo muito cedo. – Maria Clara dar um beijo na bochecha de Alex e o abraça.

Cena 2. Rio de Janeiro / Barra da Tijuca / Mansão de Caíque / Sala de Estar / Dia.

Milena e Caíque comemoram.

Caíque – Eu tinha quase certeza que você não conseguiria enganar a Maria Clara, mas eu estava enganado.

Milena – Foi a coisa mais fácil que fiz na minha vida, primeiro reconheci todos os meus erros, me culpei, em seguida falei das minhas dificuldades financeiras mas o xeque mate foi ter falado do amor de mãe, ela se lembrou da mãe que está em coma e se convenceu que eu estava arrependida e merecia um emprego.

Caíque (Rir) – Ela é uma tonta mesmo, com certeza vai conseguir convencer o Victor a lhe dar o emprego.

Milena – Disso eu não tenho a menor dúvida, esse emprego já é meu.

Caíque – Com você trabalhando lá dentro, vai ser tudo mais fácil, vamos acabar com esse escritório.

Cena 3. Salvador / Sede do Governo / Sala de Felipe / Dia.

Felipe se declara para Arlete.

Felipe – Eu preciso conversar com você Arlete, um assunto muito importante.

Arlete – Aconteceu alguma coisa?

Felipe – Aconteceu sim, depois daquele acidente que eu vi a minha vida chegar por um fio, eu percebi que a vida é muito curta e que temos que aproveitar dela cada segundo, meu casamento com a Soraya foi uma farsa, foi um casamento de interesses, o pai dela era um político de influência e que ia me colocar no topo se eu me casasse com a filha dele, e foi o que aconteceu eu me casei com a Soraya e ele me tornou um político de sucesso, e cá estou eu governador da Bahia.

Felipe – Não posso reclamar de nada, tenho um bom cargo, uma boa casa, uma família, muito dinheiro, tudo que eu ambicionava quando era jovem, porém tudo isso me custou um grande amor no passado, eu tinha uma secretária chamada da Vanessa cujo eu havia me apaixonado, e vivemos uma linda história de amor mas ela era pobre e não tinha nada a me oferecer, e eu queria ficar rico, me tornar poderoso e a única chance de conseguir isso era casando com a Soraya.

Felipe – E foi o que eu fiz, casei com a Soraya e abandonei a Vanessa, depois do casamento eu a procurei e descobrir que ela havia morrido e estava grávida de mim, eu perdi o único grande amor da minha vida. Deixei de viver um grande amor por causa da minha ambição, e aqui estou eu rico, poderoso e infeliz.

Felipe – Mas nos últimos tempos eu comecei a olhar você com outros olhos, eu vejo em você outra Vanessa mas dessa vez eu não vou fazer a escolha errada, eu vou escolher você.

Arlete – Eu também sinto uma coisa muito forte por você, mas isso não vai ser possível, a sua esposa está em coma e isso não é certo, isso vai ser uma barreira na nossa vida.

Felipe – Eu preciso continuar te amando, mesmo que a Soraya tenha se tornado uma barreira, vamos destruir essa barreira, eu não posso mais me privar de ser feliz.

Arlete – Não podemos fazer isso Felipe.

Felipe – Diz para mim que você não me ama, se você disse isso eu saio daqui e nunca mais falamos nisso, continuamos a nossa vida normal, mas por favor não usa a Soraya como impedimento para sermos feliz.

Arlete – Não posso dizer que não te amo, porque eu te amo.

Felipe – Eu sabia que você não ia dizer que não me ama, porque você sente o mesmo que eu sinto por você. – Felipe se aproxima de Arlete.

Arlete – Não podemos nos beijar aqui.

Felipe – Qual é o problema? Só temos você e eu aqui. – Felipe e Arlete se beijam intensamente.

Victor chega bem devagar, abre um pouco da porta e ver Felipe e Arlete aos beijos, ele pega o celular e tira fotos.

Cena 4. Salvador / Vila de Classe Média / Fundos da Casa de Maitê / Dia.

Joseph pula o muro da casa de Maitê.

Maitê (Assustada) – Joseph cuidado você pode cair.

Joseph – Está tudo bem não aconteceu nada. – diz Joseph após ter pulado o muro.

Maitê – O que você está fazendo aqui? Meu pai está lá dentro e a sua mãe se te pegar aqui ela vai me dizer mais coisas horríveis.

Joseph – Eu sei mas eu estou com saudades de você, de brincar com você, de conversar com você.

Maitê – Eu também estou Joseph, estou muito sozinha aqui, e sinto muito a sua falta, mas o que podemos fazer.

Joseph – Vamos fugir daqui, vamos embora para um lugar que eles nunca possam nos encontrar.

Maitê – Fugir? Para onde?

Joseph – Não sei, a gente foge para qualquer lugar, olha você pega as suas economias e eu pego as minhas, juntamos e vamos embora daqui.

Maitê – Tá legal, quando?

Joseph – Amanhã à noite depois que todos forem dormir, te encontro no fim da rua, leva na mochila somente o necessário para não ficar muito pesado.

Cena 5. Salvador / Hospital Geral / Quarto Nº 1002 / Dia.

Victor e Maria Clara visitam Soraya que está em coma.

Maria Clara – É muito triste ver a minha mãe nesse estado, ela que sempre foi muito alegre, extrovertida, animada, ligada no 220 e agora está assim como se estivesse dormindo para sempre.

Victor – Não fica assim meu amor, vamos ter fé que a qualquer momento ela vai acordar e vai voltar a viver normalmente.

Maria Clara – Eu tenho fé que isso vai acontecer, porque ela não merece está passando por isso. – Maria Clara abraça Victor.

Victor – Estou muito feliz de estar com você, esses dias que estamos juntos parece uma tortura.

Maria Clara – Eu estava morrendo de saudades de você, dos seus beijos, de tudo. Volta comigo pro Rio?

Victor – Não posso meu amor, ainda tenho que resolver algumas coisas sobre os projetos do seu pai, quero levar todo o trabalho já organizado só para trabalharmos no Rio, mas são muitas coisas que ainda não tive tempo de ir pessoalmente.

Maria Clara – Tem uma previsão de quando você volta?

Victor – Na semana que vem com certeza já terei terminado, mas vai se tornar rotina semanal ter que vim sempre até aqui, para acompanhar o andamento de tudo.

Maria Clara – Não tem problema, o importante é que eu estarei com você, é muito ruim entrar naquele apartamento enorme e não ter você do meu lado.

Victor – Vamos matar as saudades, eu vi um Hotel que parece muito bom aqui por perto.

Maria Clara (Sorrir) – Não fala essas coisas aqui na frente da minha mãe, ela pode estar ouvindo.

Victor – A Soraya não vai se importar se a filha dela se divertir um pouco. – Victor dar uns selinhos em Maria Clara.

Maria Clara – Ok, vamos mas depois voltamos, o médico disse que conversar um pouco com ela pode ajudar para que ela acorde do coma.

Victor – Vamos, vamos. – Victor e Maria Clara saem do quarto aos beijos.

Soraya abre os olhos e sorrir.



Cena 6. Salvador / Paralela / Apartamento de Arlete / Quarto / Dia.

Felipe e Arlete fazem amor.

Felipe entra no quarto de Arlete a beijando intensamente.

Arlete – Nos não devíamos está fazendo isso, a sua esposa está em coma.

Felipe – Vamos esquecer a Soraya, esquece esse nome, vamos pensar somente em nós, eu e você. – Felipe joga Arlete na cama e começa a beijar seu corpo.

Arlete – Eu sou virgem Felipe, eu nunca fiz essas coisas.

Felipe – Virgem? – Felipe para de dar beijos em Arlete e começa a olhar em seus olhos.

Felipe – Desculpa, eu não queria te apressar.

Arlete – Não está me apressando, eu estava me guardando para o homem certo e este homem é você.

Felipe – Você tem certeza? Eu posso esperar o tempo que você precisar. – diz Felipe acariciando o rosto de Arlete.

Arlete – Estou pronta, estou pronta para você. Te amo tanto, mas nunca pensei que um dia você olharia para mim, você me deixa segura, me ajuda, esteve nos momentos que eu mais precisei, me deu apoio, eu quero fazer isso. – Arlete beija Felipe.

Felipe fica por cima de Arlete e começa a acariciar sua barriga, ele tira sua camisa e começa a beijar Arlete. Felipe tira a roupa de Arlete e os dois fazem amor.

Cena 7. Senhor do Bonfim – Interior da Bahia / Casa de Diego / Quartinho dos Fundos / Tarde.

Diego tira Carol do quarto dos fundos.

Carol – Que bom que você veio, Diego por favor me tira daqui, eu não aguento mais ficar nesse lugar.

Diego – Chegou a hora de você sair daqui, eu já dei um jeito de você não fugir quando estiver na casa, vem. – Diego pega Carol pelos braços e arrasta até a casa.

Casa de Diego / Sala.

Diego – Gostou?

Carol (Assustada) – Você é um louco, transformou a casa em uma prisão? – Carol olha em volta e ver todas as janelas e portas com grades trancadas com cadeados.

Diego – Assim você não vai sair daqui nunca, está tudo bem trancado e gradeado. Você vai ser minha prisioneira para sempre.

Carol (Chora) – Seu monstro, você é um monstro, um dia Diego você vai pagar por tudo que está fazendo.

Diego – Para de chororô está me irritando, vai para a cozinha e prepara alguma coisa para eu comer que estou com fome.

Carol (Chora); Um dia Diego, a sua hora vai chegar. – Carol vai para a cozinha preparar a comida e chora bastante.

Cena 8. Salvador / Hotel / Suíte Presidencial / Noite.

Maria Clara e Victor conversam na cama após transarem.

Maria Clara – Se eu pudesse eu ficaria aqui com você para sempre. – diz Maria Clara deitada no peito de Victor.

Victor – Você vai ficar para sempre nos meus braços meu amor, porque eu te amo demais e nunca iremos ficar separados, não importa o que aconteça para sempre vou te amar.

Maria Clara (Sorrir) – Que lindo, sabe não vejo a hora de me casar com você, de ter filhos, de formamos uma linda família.

Victor – Essa hora vai chegar, esse contrato do nosso escritório com o governo do seu pai vai abrir muitas portas e assim iremos nos estabelecer no mundo da arquitetura, e ai é que chega o momento de casar.

Maria Clara – E os filhos? Você não quer ter filhos?

Victor – Dizem que criança dar muito trabalho, então eu acho melhor…

Maria Clara – Eu entendo meu amor, entendo o seu lado.

Victor – Nem terminei de falar, então eu acho melhor a gente ter uns 6 filhos e já está de bom tamanho.

Maria Clara (Sorrir) – Vamos ter todos os filhos que você quiser. – Maria Clara beija Victor.

Maria Clara – Queria aproveitar para lhe falar sobre a Milena, ela me procurou no escritório, ela se disse arrependida por tudo que ela fez, ela não tem emprego e nem para onde ir, ela me pediu um emprego Victor lá no escritório.

Victor – De jeito nenhum, aquela mulher não vai trabalhar no nosso escritório.

Maria Clara – Meu amor, eu sei que ela errou no passado, mas ela não tem mais nada, o dinheiro que seu pai deixou acabou, ela vai passar por necessidades, não devemos pagar o mal com o mal, ela me disse que estudou administração, por favor vamos dar o emprego a ela.

Victor – Tudo bem, mas você resolve tudo, pois eu não quero saber nada dela.

Maria Clara – Obrigada meu amor. – diz Maria Clara beijando Victor.

Victor – Me agradeça de outro jeito. – Victor começa a agarrar Maria Clara e os dois voltam a fazer amor.

Cena 9. Rio de Janeiro / Copacabana / Apartamento de Glória e Raul / Cozinha / Noite.

Glória volta a esquecer de Raul.

Raul – Glorinha, o que você está preparando aqui na cozinha?

Glória – Que intimidade é essa rapaz?

Raul – Glorinha sou eu o Raul.

Glória – Ah sim, você deve ser o novo mordomo, em primeiro lugar não me chame de Glorinha e sim de Condessa Glória, meu marido é o Conde de Menezes.

Raul – Tudo bem condessa, essa gafe não voltara a se repeti.

Glória – Acho bom porque lá fora tem milhares de mordomos desempregados querendo trabalhar para o Conde e a Condessa de Menezes. Agora me deixe terminar o que eu estou preparando. – Glória volta a mexer na panela.

Raul – E o que a condessa está preparando?

Glória para um tempo e tenta se lembrar o que está preparando.

Raul – Condessa?

Glória (Assustada) – Eu não sei, não me lembro o que estou preparando, eu só sei que estou preparando alguma coisa mas não me lembro o que.

Raul – Calma tente se acalmar.

Glória (Grita e Chora) – Chame o Raul, ele vai me ajudar. Chame o meu Raul!

Cena 10. Salvador / Dia.


Cena 11. Salvador / Palácio do Governo / Sala de Estar / Dia.

Felipe comunica a Maria Clara que vai se separar de Soraya.

Maria Clara – Eu não posso acreditar no que acabei de ouvir, você vai se separar da mamãe no momento que ela mais precisa, isso é errado pai e eu não vou te apoiar nessa decisão.

Felipe – Você não entende minha filha, esses vinte e oito anos que passei casado com a Soraya foram anos de farsa e infelicidade, nunca estive feliz ao lado dela.

Maria Clara – Vinte e oito anos! Você teve vinte e oito anos para se separar da mamãe, e agora que ela está naquele estado você resolve tomar essa decisão. Está interessado em outra pai?

Felipe – Não vou mentir, estou sim, estou completamente envolvido com outra mulher e não vou voltar atrás da minha decisão, eu já errei uma vez no passado e não vou errar de novo.

Maria Clara – Tudo bem se essa é a sua decisão não tem mais nada que eu possa dizer, mas repudio a sua atitude e não conte com meu apoio. – diz Maria Clara saindo da sala e indo para o quarto.

Cena 12. Salvador / Hospital Geral / Corredor do 4º Andar / Dia.

A enfermeira conta a Victor sobre o estado de Soraya.

Enfermeira – Ela abriu os olhos, eu não avisei a nenhum médico e a nenhum familiar como o senhor havia me pedido.

Victor – Ótimo, fez um bom trabalho. – diz Felipe entregando um envelope de dinheiro a enfermeira.

Victor – Agora garanta que ninguém vá entrar neste quarto enquanto eu estiver falando com ela, e lembre-se de deletar tudo que está acontecendo.

Enfermeira – Pode deixar.

Cena 13. Salvador / Hospital Geral / Quarto Nº 1002 / Dia.

Victor – conversa com Soraya.

Victor – Soraya, você está bem?

Soraya – Estou bem sim, um pouco com dor de cabeça mas estou bem.

Victor – Você sente as pernas, os braços? Lembra de tudo?

Soraya – Sim eu consigo sentir meus braços e minhas pernas e consigo movimenta-los, e claro lembro de tudo.

Victor – Isso é ótimo.

Soraya – Onde está o meu marido? A minha filha?

Victor – Eles estão em casa neste momento e estão muito bem, mas tem algo que você precisa saber.

Soraya – O que?

Victor – O Felipe depois do acidente resolveu olhar a vida por outro lado, ele colocou na cabeça que precisa viver a vida de forma diferente, ele quer reverter os erros do passado, ele só está esperando que você acorde do cama para pedir o divórcio.

Soraya (Assustada) – Você tem certeza do que você está falando?

Victor – Absoluta! E ele vai se casar novamente, e o pior de tudo, ele está te trocando por uma secretária. Veja com seus próprios olhos. – Victor amostra as fotos que ele tirou dos beijos de Arlete e Felipe.

Soraya – Não! Não! Não! Ele não pode fazer isso comigo, ele não pode se divorciar de mim e me trocar por uma secretária qualquer.

Victor – Infelizmente é a decisão dele e não tem muito o que ser feito, a menos que…

Soraya – O que? A menos que?

Victor – Soraya, antes de tudo quero que saiba que estou fazendo isso porque gosto de você e porque a Arlete também não concorda com essa decisão do pai. Eu sugiro que você finja que não consegue movimentar os braços e nem as pernas, que não consegue falar direito e que perdeu a memória, isso vai garantir por um tempo que ele não lhe expulse de casa e nem se separe de você, depois pensamos em algo. O que acha?

Soraya (Sorrir) – Ideia maravilhosa, pois a partir de agora eu sou uma invalida, irei ganhar o Oscar de melhor atuação.

Congelamento em Soraya sorrindo.

Fim do capítulo.

0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

CLICHÊ 2 | Último capítulo

De Nando Braga “Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidde”. ÚLTIMO CAPÍTULO Tempo previsto de leitura: 05 minutos Capítulo 30: Créditos: De

bottom of page