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Feridas do Passado | Primeiro Capítulo | Estreia


De Wesley Franco


“Esta é uma obra de ficção coletiva baseada na livre criação artística e sem compromisso com a realidade”.


Sinopse: Vanessa é uma jovem humilde que se apaixona pelo seu chefe Felipe e vive uma intensa história de amor. Após descobrir que Felipe apenas a usou para se divertir e se casou com Soraya por interesses políticos, ela se muda para Ilhéus grávida dele e totalmente desiludida. Ela dá a luz ao pequeno Victor que é retirado de seus braços e levado por uma enfermeira que vende o bebê para um casal que quer ter mais filhos, após o parto por complicações Vanessa vem a óbito e um bebê morto é posto no lugar de seu filho para que todos pensem que mãe e filho morreram no parto. Victor é entregue ao casal Milena e Juraci que criam o menino com todo amor e carinho, despertando os ciúmes de Caíque, filho mais velho do casal. Vinte e oito anos depois Victor descobre que foi tirado dos braços de sua mãe após o parto e vendido a seus pais adotivos, ele então resolve retornar ao lugar onde nasceu para descobrir a sua verdadeira identidade. Através de sua tia Jaiana, Victor desvenda todo seu passado, e resolve ir atrás de seu pai para um acerto de contas. O destino é cruel com Victor e ele descobre que seu pai é o mesmo pai da sua namorada Maria Clara, ele passa a acredita que é um incestuoso porém Soraya mãe de sua namorada esconde um grande segredo que gera dúvidas sobre a paternidade de Maria Clara. Atordoado por pensar que é um incestuoso, completamente apaixonado por Maria Clara, Victor só pensa em acabar com a vida de seu pai para vingar a morte de sua mãe e fechar as feridas abertas no passado.



CENA 1. BAHIA. SALVADOR. CENTRO ADMINISTRATIVO. EXTERIOR. NOITE.

SALVADOR, 1988

Vanessa se encontra no ponto de ônibus agasalhada devido ao intenso frio que faz naquela noite, à espera do ônibus que irá leva-la de volta para casa depois de um dia de trabalho, ela é surpreendida por um marginal com a aparência de um jovem de dezesseis anos que segura uma faca em sua mão e a ameaça.

MARGINAL –(Tom ameaçador) Passa a bolsa dona. Passa a bolsa ou eu vou lhe cortar toda!

O marginal demostra um olhar perverso e aparenta estar sobre efeitos de drogas.

VANESSA – (Assustada) Pode levar só não faz nada comigo.

Vanessa ergue a bolsa em direção ao marginal para entregar, mas não deixa de demonstrar a aflição em seu rosto.

O marginal arranca a bolsa das mãos de Vanessa, mas percebendo que a rua se encontra vazia, se aproveita da situação e a arrasta para atrás do ponto de ônibus que se encontra bastante escuro. Desesperada pela situação e temendo o que lhe pode acontecer, Vanessa tenta se soltar do marginal e reage aos gritos.

VANESSA – (Grita) Socorro! Socorro! Alguém me ajuda, socorro!

Perto dali, Felipe deixa o estacionamento do Centro Administrativo em seu carro e sai em direção a sua casa, no caminho ele passa pelo ponto de ônibus onde se encontra Vanessa e ouve gritos de socorro. Então ele desce do seu carro e se depara com o marginal em cima de Vanessa tentando violenta-la. Felipe então puxa o marginal pela gola da camisa e dar um soco em seu rosto. O marginal cai ao chão e consegue pegar a faca e a aponta para Felipe.

MARGINAL –Se mete não moço, essa vagabunda está gostando e eu vou traçar ela toda.

FELIPE – Solta essa faca seu moleque e deixa a moça ir embora.

MARGINAL – (Ameaça) Se você não sair daqui agora, além de traçar ela, eu vou cortar sua cara inteira, playboyzinho.

Felipe avança para cima do marginal fazendo com que a faca que ele segurava caísse no chão, os dois começam uma luta corporal intensa o que deixa Vanessa que está deitada no chão com sua roupa totalmente rasgada ainda mais nervosa, ela então resolve se levantar e gritar por socorro.

VANESSA – (Grita) Socorro! Socorro! Socorro!

Uma viatura policial que faz rondas pelo centro administrativo percebe a situação e ouve os gritos de Vanessa. Dois policiais descem da viatura e imobilizam o marginal.

MARGINAL – Me Solta!

O marginal tenta se desvencilhar dos dois policiais, porém não obtém sucesso.

VANESSA – (Aliviada) Graças a Deus vocês chegaram, eu estava temendo o pior.

Felipe todo sujo após a luta corporal com o marginal se aproxima de Vanessa para ajudá-la.

FELIPE – Você está bem? Ele fez alguma coisa com você?

Vanessa abraça Felipe com bastante força.

VANESSA – (Emocionada) Muito obrigada seu Felipe. Nunca imaginei que passaria por uma situação dessas e muito menos que um homem tão importante como o senhor iria me ajudar.

FELIPE – Não precisa me agradecer, era meu dever lhe tirar das mãos desse bandido. E eu me sinto um pouco responsável por isso, porque fui eu que lhe pedir que hoje saísse mais tarde do gabinete.

VANESSA – O senhor não tem culpa de nada.

POLICIAL – Esse bandido já era visado, ele costuma andar pelas redondezas, estávamos há dias tentando pegar esse cara.

FELIPE – Vocês precisam reforçar a segurança nessa área, para que nenhuma outra pessoa volte a ser vítima de pessoas como ele. Por pouco não aconteceu algo pior.

POLICIAL – Trabalharemos para isso!

Os policiais colocam o marginal dentro da viatura e o levam.

FELIPE – Eu vou te levar para casa, quero te deixar segura lá.

VANESSA – Não precisa se preocupar com isso, eu posso chamar um táxi.

FELIPE – De forma alguma! Eu vou te levar para casa.

Felipe abre a porta do carro para que Vanessa possa entrar, ela entra e os dois seguem viagem.

CENA 2. BAHIA. SALVADOR. CASA DE VANESSA. EXTERIOR. NOITE.

Felipe chega com Vanessa e a deixa na porta de sua casa.

FELIPE – (Sorrindo) Agora você está segura.

VANESSA – Desde o momento que você chegou para me defender, eu já me sentia mais segura. Mais uma vez obrigada, não sei como lhe agradecer.

Vanessa sorrir para Felipe, que a olha por alguns instantes.

FELIPE – Na verdade, existe uma maneira de você me agradecer.

VANESSA – Diga como, e eu farei.

FELIPE – Aceita meu convite para sairmos juntos amanhã à noite.

VANESSA –(surpresa) O senhor tem certeza disso?

FELIPE –Me chame apenas de Felipe, e eu tenho absoluta certeza.

Felipe se aproxima do rosto de Vanessa e beija sua bochecha.

FELIPE – Você aceita?

VANESSA – (Sorrir) Aceito.

CENA 3. BAHIA. SENHOR DO BONFIM. CASA SIMPLES. INTERIOR. DIA.

Os pais de Carol estão sentados no sofá da pequena sala humilde daquela casa que está quase caindo aos pedaços, enquanto Diego faz uma proposta que irá mudar de vez a vida de Carol.

DIEGO – (Ameaçador) Seu Feliciano você tem conhecimento que me deve uma quantia de Cz$ 500.000,00 e que se não me pagar lhe tomo sua casa e depois lhe mato.

FELICIANO – (Assustado) Sei sim seu Diego, mas lhe peço por favor que mais uma vez espere mais um pouco.

DIEGO – Já esperei tempo demais, a minha paciência já esgotou!

Diego coloca a mão em sua arma que se encontra na sua cintura.

DIEGO – Mas em nome da nossa amizade, tenho uma proposta para lhe oferecer.

FELICIANO – Pois diga qual é.

DIEGO – Eu quero a mão da tua filha Carol para que ela vire minha mulher, e assim eu perdoo a sua dívida e ainda dou algum dinheiro para que você reforme essa casa, antes que ela caia na sua cabeça.

FELICIANO – Mas a minha filha é uma menina, ela só tem 16 anos.

DIEGO – É isso ou você paga o que me deve. Você decide.

FELICIANO – Tudo bem, eu aceito.

Feliciano ergue a mão e os dois se cumprimentam em sinal de acordo pelo trato. Raimunda, mãe de Carol, que escutava toda a conversa no canto da sala, entra entre os dois.

RAIMUNDA – (Exaltada) Não vou permitir que você venda a nossa filha Feliciano.

FELICIANO – (Grita) Não se meta mulher! O homem desta casa aqui sou eu e tá decidido Carol vai se casar com Diego.

Carol entra na sala neste momento e fica horrorizada com as palavras do pai.

CAROL – (assustada) Casar? Eu não vou me casar com esse homem é nunca.

FELICIANO – Filha minha não diz o que vai fazer, quem manda aqui nesta casa sou eu e tá decidido, você se casa com o Diego.

CAROL – O senhor pode ser meu pai, mas não tem o direito de me oferecer desta forma.

FELICIANO – É para seu próprio bem! O Diego é um homem que pode lhe dar um futuro menos ingrato que esse que estamos lhe dando.

CAROL – (chora) Pai…eu não gosto dele, eu não quero casar com um homem que eu não gosto.

FELICIANO – Você vai aprender a gostar. Tá decidido! Diego pode marcar a data do casamento, que aconteça o mais rápido possível.

DIEGO – Em uma semana no máximo eu consigo ajeitar tudo.

Diego se aproxima de Carol e alisa seus cabelos.

DIEGO –(Sorrir) Você vai ser minha!

Carol tira as mãos de Diego dos seus cabelos e corre para o quarto.

RAIMUNDA – (Consternada) Feliciano, você vai tá desgraçando a vida da nossa filha. Que um dia Deus lhe perdoe pelo que você tá fazendo.



CENA 4. RIO DE JANEIRO. PETRÓPOLIS. CASA DE CAMPO DA FAMÍLIA MENEZES. INTERIOR. NOITE.

Raul e Glória estão sentados à frente de uma enorme lareira bebendo vinho enquanto conversam sobre lembranças do passado.

RAUL – As coisas neste país parecem que pioram a cada dia, a inflação já está descontrolada novamente, mas o povo está cheio de esperanças com essa nova constituição que estão escrevendo, a tal da constituição cidadã.

GLÓRIA – No passado as coisas eram tão melhores, meu querido, você lembra daqueles maravilhosos jantares que íamos no Palácio do Catete? A Sarah Kubitscheck sabia receber as pessoas como ninguém, o título de primeira dama lhe era digno.

RAUL – Depois que transferiram a capital federal do Rio para Brasília as coisas mudaram radicalmente, o Jânio nunca nos convidou para nada, o Jango muito menos, mas também coitado, mal teve tempo, logo vieram os militares e foi aquele horror.

GLÓRIA – (Sorrir) Sobrevivemos! Lembra de quantos amigos escondemos aqui nesta casa? A repressão era um horror.

RAUL – Agradeço a Deus por tudo isso ter passado e estarmos aqui lado a lado bebendo esse maravilhoso vinho, em frente a esse quente lareira.

GLÓRIA – São momentos como esse que eu quero eternizar em minha memória. Eu e você, para sempre.

RAUL – Juntos por toda a velhice.

Raul segura na mão de Glória.

GLÓRIA – A velhice…esse é meu maior medo Raul. Por isso eu quero estar do seu lado, porque com você eu não temo nada.

RAUL – Eu vou estar sempre aqui, segurando a sua mão.

SONOPLASTIA: Se Acontecer – Djavan

Raul beija as mãos de Glória e sorrir.

CENA 5. BAHIA. SALVADOR. EXTERIOR. DIA/NOITE.

Sonoplastia da cena anterior continua com imagens da cidade de Salvador, amanhecendo e anoitecendo.

DIAS DEPOIS

CENA 6. BAHIA. SALVADOR. CASA DE VANESSA. EXTERIOR. NOITE.

Felipe chega com Vanessa e a deixa na porta de sua casa.

FELIPE –Chegamos, mais uma vez estar entregue em casa.

Felipe dar dois selinhos em Vanessa.

VANESSA – (Sorrir) Obrigada.

Vanessa desce do carro.

FELIPE –Ei, Ei, não está esquecendo de nada não?

Vanessa coloca seu rosto pela janela para ouvir o que Felipe tem a dizer.

VANESSA – Que eu me lembre não.

FELIPE –Não vai me convidar para subir? Faz tempo que eu quero conhecer a sua casa.

VANESSA – (Sorrir) Eu posso até convidar, mas você vai ter que prometer que não vai avançar para o próximo passado, pelo menos não ainda.

FELIPE –Eu prometo.

Felipe cruza os dedos sem que Vanessa perceba.

CENA 8. BAHIA. SALVADOR. ATELIÊ DE MODA. INT. NOITE.

Soraya faz ajustes no vestido.

SORAYA – (radiante) Está ficando lindo!

COSTUREIRA – Tenho dedicado os meus dias inteiros nesse vestido, com certeza você vai ser a noiva mais bonita da cidade.

SORAYA – A noiva mais bonita, para o noivo mais bonito.

SORAYA – Será que tem como aumentar esse véu? Eu quero um véu enorme, daqueles que tomam todo o tapete, sempre foi meu sonho.

COSTUREIRA – Tudo que você quiser menina, aqui as noivas é que mandam.

CENA 9. BAHIA. SENHOR DO BONFIM. CASA DE DIEGO. QUARTO DO CASAL. NOITE.

Diego chega em sua casa com Carol após os dois acabarem de se casar.

DIEGO –Essa aqui é a sua nova casa, amanhã eu lhe amostro ela direitinho já que vai ser aqui que você vai morar a parti de hoje.

Diego começa a tirar sua cinta, e seus sapatos.

CAROL –Não vai ser por muito tempo, eu não vou ficar casada com você.

DIEGO – Qual foi a parte do que até que a morte os separe, que você não entendeu?

Diego dar um tapa bem forte na cara de Carol

DIEGO – (ameaçador) Eu agora sou seu marido e daqui por diante tome muito cuidado com suas palavras, você me deve respeito.

DIEGO – Agora tira essa roupa de noiva, deita na cama e abra as pernas que eu vou consumar nosso casamento.

CAROL –Nem morta!

Carol corre para porta do quarto e tenta sair, porém Diego vai para cima dela e atrás de volta arrastando-a pelos cabelos.

CAROL – (Grita) Me solta, me solta, me solta seu animal.

Diego joga Carol na cama e lhe dar quatro fortes tapas no rosto.

DIEGO – (Grita) Se você prefere que seja desse jeito, vai ser desse jeito!

Diego começa a rasgar o vestido de noiva de Carol que reage tentando se soltar do marido que lhe dá tapas.

CAROL – (Grita) Eu tenho nojo de você, muito nojo.

Carol chuta os genitais de Diego e consegue se levanta, ela pega a arma do marido que está em cima da mesinha do lado da cama e mira para ele.

DIEGO – (Assustado) Solta essa arma mulher! Você não sabe atirar vai acabar cometendo uma desgraça.

CAROL – Eu prefiro a desgraça a ter que me entregar para você.

DIEGO – (Grita) Solta essa arma rameira!

Diego parte para cima de Carol tentando desarma-la, mas no momento que ela ver o marido se levantando ela aperta o gatilho e a arma dispara contra Diego.

Congelamento na bala saindo da arma.

Fim do capítulo.

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